O Valor Econômico traz hoje (31/07) uma série de reportagens sobre o mercado livre de energia elétrica. Em uma delas, o jornal destaca que a demanda por contratos mais longos, com a compra de energia até 2023, vem crescendo no país. O objetivo é fugir da volatilidade de preços e garantir o fornecimento.
“Os clientes querem evitar situações como o boom de preços que aconteceu no começo de 2019”, diz Juliana Hornink, coordenadora de negócios da Safira Energia. Para ela, o sistema de energia no Brasil passa por um momento de robustez que favorece o crescimento do mercado livre. “Os reservatórios entraram no período seco com um nível muito mais alto do que no ano passado”, enfatiza. “E a região Nordeste ajuda a equilibrar a demanda com uma boa oferta de energia solar e eólica.” Com isso, a tendência é de preços mais baixos no mercado futuro e o momento é favorável para a compra de energia.
Novas regras para comercializadoras podem sair em 2020
Na sequência de reportagens especiais sobre o mercado livre de energia elétrica publicadas hoje (31/07), o Valor Econômico informa que a quebra de comercializadoras no início do ano por conta de oscilações no preço da energia e falta de garantias para os contratos acendeu o sinal amarelo no setor.
Nos próximos dias, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) lançará audiência pública para discutir como evitar novos problemas. O tema deverá ficar em consulta pública neste semestre e as novas regras poderão ser adotadas a partir de 2020. O Valor destaca que o governo e o mercado buscam evitar novos riscos num momento em que o setor ganha robustez e complexidade, com o avanço das fontes intermitentes (eólica e solar), que exigirão contratos mais sofisticados.
Biomassa da cana ganha fôlego com RenovaBio
A Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), que entrará em vigor em janeiro de 2020, e uma portaria publicada em junho pelo Ministério de Minas e Energia (MME), permitindo que usinas de açúcar e álcool emitam debêntures incentivadas para captar recursos para o financiamento de seus investimentos, têm o potencial de ampliar em quase 60%, até 2030, a geração elétrica obtida com a biomassa resultante da moagem da cana-de-açúcar, saindo de 21,5 mil GWh gerados em 2018 para 34 mil GWh.
A estimativa é de Zilmar José de Souza, gerente de bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), e considera que as medidas governamentais vão destravar investimentos e proporcionar um aumento da produção de etanol dos atuais 31 bilhões de litros anuais para 49 bilhões de litros em 2030, disponibilizando mais biomassa – bagaço e palha – para a geração de energia. A reportagem é do jornal Valor Econômico.
Uso de baterias deve crescer
Especialistas ouvidos pelo Valor Econômico avaliam que nos próximos cinco anos, o uso de baterias para armazenamento de energia elétrica em grande escala ganhará impulso no Brasil, para otimizar a produção de centrais geradoras, estabilizar a carga em momentos de pico de consumo ou baratear a conta de luz nesses horários.
A reportagem informa que várias empresas investem em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no segmento no Brasil e há investimento no exterior que pode resultar em transferência de tecnologia para o mercado doméstico. Internamente, a primeira iniciativa a ganhar destaque foi da AES Tietê, com a instalação de uma bateria de 161 kilowatts (kW) para armazenar energia nos horários de baixa demanda (geralmente madrugada) na hidrelétrica de Bariri, no rio Tietê (SP), que tem potência de 143,1 megawatts (MW).
ANP defende manutenção dos leilões
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) não vê motivos para que o calendário de licitações de 2019 seja revisto, afirmou ontem (30/07), o diretor da agência, Felipe Kury, durante os seminários técnicos da 6ª rodada de partilha e da 16ª de concessões, no Rio de Janeiro. A declaração foi feita em referência a questionamentos do Tribunal de Conta da União (TCU) sobre o cronograma dos leilões deste ano.
O TCU teme que as três rodadas, que estão agendadas para outubro e novembro, concorram entre si, impactando negativamente o resultado final das licitações. O posicionamento final do tribunal ainda não foi dado, mas a indicação é que o órgão tende a determinar a revisão do cronograma. As informações são do site Brasil Energia.
Eletrobras coloca parques eólicos à venda
A Eletrobras pretende vender parques eólicos que estão sob seu controle em Santa Vitória do Palmar e no Chuí, no Rio Grane do Sul. Esses ativos fazem parte de uma série de participações societárias em Sociedades de Propósito Específico (SPEs) que a estatal pretende se desfazer. As inscrições para os interessados em participar na disputa foram abertas ontem e se estendem até 12 de agosto. Dia 4 de outubro é a data prevista para a entrega das propostas econômicas.
O lote 1 diz respeito à Santa Vitória do Palmar Holding, na qual a Eletrobras tem 78% de participação. Porém serão ofertadas 100% das ações. O ativo é composto por 16 parques eólicos, com 201 aerogeradores, que somam 402 MW de potência instalada (em torno de 10% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul). Já o lote 2 é composto por quatro empresas: Eólica Hermenegildo 1, 2 e 3 e Eólica Chuí 9. Os empreendimentos controlados pela Eletrobras somam 180,8 MW. São 12 parques eólicos, que contam com 101 aerogeradores. As informações são do Jornal do Comércio (RS).
PANORAMA DA MÍDIA
O jornal O Estado de S. Paulo destaca hoje (31/07), em matéria de primeira página e reportagens no caderno de Economia, declarações do governo dos Estados Unidos em defesa do livre comércio com o Brasil. O jornal informa que a ideia é buscar um acordo que inclua a retirada de tarifas e a criação de cotas de importação com menos tributos.
Bancos fecham agências e reagem ao avanço digital. Esta é a manchete de hoje do Valor Econômico. De acordo com a reportagem, o impacto da concorrência das fintechs, ou seja, startups do setor financeiro que atuam fortemente com o apoio de tecnologia digital, o que reduz custos operacionais, começa a se tornar visível no resultado dos grandes bancos. Ao fechar agências e lançar plataformas digitais, as maiores instituições financeiras do país deixam claro que sentem os efeitos dessa nova competição e estão reagindo a ela.
A Folha de S. Paulo destaca possíveis dificuldades que atitudes recentes do presidente Jair Bolsonaro poderão trazer para o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. O jornal cita, especificamente, o cancelamento de encontro do presidente com o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, considerado um dos braços direitos do presidente Emmanuel Macron. O fato aconteceu na segunda-feira (29/07), quando Bolsonaro cancelou o compromisso com Le Drian para cortar cabelo e gravar uma live, na internet, sobre a morte, na ditadura militar, do pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A Folha ouviu de diplomatas ligados à visita de Le Drian que o sentimento do chanceler variou da frustração inicial à genuína irritação, quando a imagem de Bolsonaro surgiu no Facebook, logo depois do período previsto da audiência.
A manchete do jornal O Globo também é sobre o presidente brasileiro. “Em conversa exclusiva com O Globo, Bolsonaro confirma que continuará falando à parcela da população mais conservadora e à direita, a primeira a aderir à sua candidatura”, destaca o jornal.