O diretor financeiro da Cosan, Marcelo Martins, afirmou ontem (06/07), em teleconferência com analistas e investidores, que a Cosan e a Shell, sócias na Raízen, já discutem uma potencial oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da joint venture que atua na distribuição de combustíveis e em açúcar e álcool. A decisão faz parte do processo de reorganização societária que deve ser levada a cabo pelo conglomerado.
“Já fizemos progressos, mas ainda não há um acordo final”, afirmou Marcelo Martins. O grupo iniciou estudos para simplificar sua estrutura societária, com a manutenção de apenas uma holding e futura abertura de capital de empresas controladas. Conforme Martins, a discussão mais complexa entre as controladas do grupo é justamente a da Raízen, uma vez que as decisões não dependem exclusivamente da companhia.
“Nosso foco é chegar a um acordo e ir a mercado quando as condições estiverem favoráveis”, afirmou, acrescentando que as sócias ainda não chegaram a discutir se, em caso de seguir adiante com o IPO, haverá duas operações, uma para Raízen Combustíveis e outra para Raízen Energia. As informações foram publicadas pelo Valor Econômico.
Oil Group quer construir seis refinarias no país
O jornal O Globo informa que a empresa norte-americana Oil Group planeja construir seis refinarias de pequeno porte no Brasil, com investimentos total de US$ 2 bilhões, nos próximos sete anos.
Segundo o diretor da Oil Group, Fabiano Diaagoné, a primeira unidade ficará no Porto do Açu, no norte fluminense, e será construída a partir do segundo semestre de 2021. A refinaria terá capacidade de processar 20 mil barris diários de petróleo, com possibilidade de ampliação no futuro.
O executivo informou ainda que o projeto prevê a construção de quatro unidades de pequeno porte, com capacidade para 20 mil barris a 30 mil barris diários, próximas a portos, e duas menores, de 3 mil a 5 mil barris diários, vizinhas à produção terrestre de petróleo.
As pequenas refinarias vão atender ao mercado local e terão um custo logístico menor que o habitual. A refinaria prevista para o Porto do Açu, por exemplo, poderá suprir o mercado de Campos (RJ), hoje atendido pela Reduc, que leva o combustível por rodovia.
Venda de diesel no Brasil termina junho com queda de 2,4%; refino de petróleo diminui
O Ministério de Minas e Energia (MME) informou ontem (06/07) que a comercialização de diesel no Brasil registrou queda de 2,4% em junho na comparação com igual período do ano passado.
Até o boletim divulgado na semana passada, que contabilizava as vendas entre 1º e 24 de junho, a comercialização de diesel – combustível mais utilizado no país – apresentava alta de 3,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o ministério.
A venda de gasolina recuou 7,6% em junho na comparação anual, enquanto a comercialização de etanol sofreu retração ainda maior no mês passado, de 23,4%, em momento em que as usinas de cana do país mantêm foco na produção de açúcar, em detrimento do biocombustível.
Ainda segundo o MME, o fator de utilização global das refinarias de petróleo tem apresentado dias seguidos de queda. As informações foram publicadas pela agência de notícias Reuters.
STF e Congresso podem ser obstáculos para a venda de estatais e refinarias
Os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a concessão de uma cautelar para impedir a venda das refinarias da Petrobras na Bahia e no Paraná.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, os dois parlamentares consideram que a petroleira burlou a legislação para repassar esses ativos à iniciativa privada sem aval do Legislativo.
Utilizando-se da Lei das Estatais (13.303/2016) e de um entendimento do STF, que deu aval prévio à venda de subsidiárias pela empresa-mãe sem que seja necessária autorização do Congresso, a companhia deu início às tratativas para a venda dessas duas refinarias. O problema, ainda de acordo com a reportagem, é que, tecnicamente, as refinarias em questão não seriam subsidiárias separadas e, sim, ativos da holding Petrobras.
PANORAMA DA MÍDIA
O Valor Econômico informa que líderes de 38 grandes empresas brasileiras e estrangeiras e de quatro entidades setoriais do agronegócio, mercado financeiro e da indústria enviaram ontem (06/07) uma carta-manifesto ao presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, o vice-presidente Hamilton Mourão, na qual expressam preocupação com o desmatamento, pedem providências e recomendam que a retomada da economia siga o caminho do baixo carbono.
A reportagem ressalta que é a primeira vez, no governo Bolsonaro, que líderes empresariais se pronunciam de forma coletiva sobre o assunto. Investidores estrangeiros já alertavam para o risco de o país perder investimentos. Os presidentes das empresas que assinam o documento afirmam que uma campanha publicitária no exterior, como pretendida pelo governo, não reverterá a imagem do país e seria desperdício de dinheiro público.
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O principal destaque da edição de hoje (07/07) do jornal O Globo é a realização de exames, pelo presidente Jair Bolsonaro, para detecção de covid-19. O presidente foi, ontem, ao Hospital das Forças Armadas (H FA) para fazer uma ressonância do pulmão e um teste para saber se está com o coronavírus.
De acordo com a reportagem, mesmo sem saber o diagnóstico, Bolsonaro já começou a tomar hidroxicloroquina e azitromicina, medicamentos cuja eficácia para o tratamento da covid-19 não tem comprovação científica. O resultado do exame deve sair hoje. A noite, a Secretaria de Comunicação informou que o presidente estava em bom estado de saúde na residência oficial.
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A Folha de S. Paulo informa que, na pandemia, mortes em casa crescem 53%. Esse número explodiu nos últimos três meses nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus e Fortaleza, segundo um extenso levantamento feito pelo epidemiologista Jesem Orellana, da Fiocruz Amazônia, a pedido da Folha.
O levantamento mostrou que os óbitos por causas naturais em domicílios ou vias públicas entre 15 de março e 13 de junho saltaram de 6.378 no ano passado para 9.773 neste ano nas quatro capitais. Isso corresponde a um crescimento de 53%, ainda maior do que o aumento de todas as mortes por causas naturais no período, de 44%. Os dados são da Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional), coletados pelos cartórios.
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As universidades particulares perderam 265 mil estudantes, que abandonaram o curso ou trancaram matrícula em abril e maio, aponta levantamento do Semesp, sindicato que representa o setor do ensino privado no Brasil.
A evasão foi quase 32% maior, ante o mesmo período de 2019, quando foram registradas 201 mil desistências. Segundo a entidade, o cenário traz outro alerta: no mínimo 11,3% dos estudantes devem terminar o ano inadimplentes, com ao menos uma mensalidade atrasada. As informações são destaque na edição desta terça-feira (07/07), do jornal O Estado de S. Paulo.