A incerteza sobre a aprovação ainda este ano do projeto de lei para a capitalização e privatização da Eletrobras está atrasando a definição do plano diretor de negócios e gestão da estatal para 2020-2024, previsto inicialmente para ser lançado no fim do ano passado. De acordo com reportagem do Valor Econômico, o principal ponto em aberto é a previsão de investimentos para 2020 e os anos seguintes, que poderá mudar sensivelmente, a depender do avanço do processo de desestatização ainda em 2020.
Ainda de acordo com a reportagem do Valor, o plano em discussão no conselho vai autorizar investimentos compatíveis com a capacidade financeira atual da Eletrobras. Nesta semana, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, disse, em Brasília, que a empresa investiu cerca de R$ 3,5 bilhões no ano passado. O montante, explicou ele, poderia ser maior, se a companhia fosse capitalizada no processo que prevê a desestatização da empresa.
O projeto de lei 5.877/2019, que prevê a desestatização da elétrica ainda não avançou no Congresso, embora o tema seja uma das prioridades para a área econômica do governo federal.
ANP alerta para risco de greve afetar o abastecimento
As possíveis consequências da greve dos petroleiros para o abastecimento de petróleo, gás e derivados para o país é o tema de reportagens e análises em vários jornais, nesta sexta-feira (14/02). O Valor Econômico e O Globo, por exemplo, informam que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) manifestou preocupação com relação ao risco de impacto negativo para a produção e abastecimento caso a greve dos empregados da Petrobras se prolongue por muito mais tempo. A posição da autarquia está contida em ofício encaminhado nesta semana ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O jornal O Estado de S. Paulo destaca afirmação feita ontem pelo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, segundo o qual “nenhum barril de petróleo deixou de ser produzido nem refinado” (por causa da greve). Em entrevista ao jornal, Castello Branco disse que a empresa tem contratado funcionários diretamente e de empresas que prestam serviços para operarem algumas plataformas. O presidente da Petrobras reafirmou que os planos de fechamento da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa), que motivou a greve, se mantêm, porque a unidade dá prejuízo anual de R$ 400 milhões. A greve dos petroleiros já dura 13 dias.
Bancada do Amazonas no Congresso defende leilão de 18 blocos de petróleo
O jornal A Crítica, de Manaus, informa que a bancada do Amazonas no Congresso pediu a diretores da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que sejam leiloados 18 dos 26 blocos com potencial de reservas de petróleo em municípios do estado, que não estão em terras indígenas. A solicitação foi feita quarta-feira (12/02), em reunião da bancada com a ANP. Os parlamentares argumentam que o leilão dos blocos de petróleo levaria desenvolvimento e investimentos à população residente nesses municípios.
PANORAMA DA MÍDIA
O Valor Econômico informa que, pressionado pelo governo, que ameaçava cortar sua fonte de recursos, o Sistema S (nome dado a nove instituições, entre elas o Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional – Senai) concordou em qualificar cerca de 1,3 milhão de trabalhadores nos próximos três anos, levando em conta diretrizes de Brasília. O jornal informa que, no primeiro momento, será contemplado apenas o setor industrial, que reclama da falta de mão de obra qualificada. A iniciativa, batizada de Estratégia Nacional de Qualificação, resultou de negociação da equipe econômica com as entidades do Sistema.
A Folha de S. Paulo destaca que as recentes declarações polêmicas feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, irritaram a equipe do presidente Jair Bolsonaro e líderes de centro do Congresso. A avaliação é que as falas geram um ambiente de tensão e tumultuam a tramitação de reformas.
O Estado de S. Paulo traz, como principal reportagem da edição de hoje (14/02), a demanda de governadores e prefeitos de capitais sobre o ministro da Economia, Paulo Guedes, para garantir que a União seja avalista de um limite maior de empréstimos que possam ser tomados no mercado, com juros menores. Os recursos podem ser usados, por exemplo, para tocar projetos de infraestrutura.
O jornal O Globo informa que a escolha do general Walter Souza Braga Netto para chefiar a Casa Civil marca um momento de guinada nas relações internas do Palácio do Planalto e na atuação do governo de Jair Bolsonaro. Chefe do Estado-Maior do Exército, Braga Netto foi incorporado à equipe por indicação dos também generais Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Houve aval ainda do comando das Forças Armadas.