A digitalização vem ganhando espaço em diversas operações do setor elétrico, movimento que se intensificará nos próximos anos com a potencial abertura do mercado livre, em que as empresas terão de atender às demandas específicas de clientes. Esse é o tema de uma das reportagens publicadas hoje (22/12) pelo Valor Econômico, em um suplemento especial sobre a chamada internet das coisas (loT, na sigla em inglês).
A reportagem cita o exemplo da comercializadora 2W Energia, que tem investido em inteligência artificial para obter mais dados de clientes interessados em migrar para o ambiente de contratação livre. Hoje é possível fazer a migração em poucos cliques e baixar um aplicativo para ter informações sobre demanda e preços. A massa de algoritmos passa a se tornar uma importante forma de conhecer os clientes e prospectar novos negócios a partir de perfis similares de potenciais consumidores livres em outras regiões.
“Nascemos como comercializadora, mas nos vemos hoje como provedores de soluções e com essas informações podemos oferecer um leque amplo de opções”, diz o presidente da empresa, Claudio Ribeiro.
A partir de janeiro, entra em operação o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) em base horário. Hoje o PLD é mensal. Essa alteração deve tornar a energia mais cara durante a tarde – horário de pico, pelo acionamento de refrigeração residencial, comercial e industrial – e mais barata na madrugada. Com a IoT é possível armazenar energia e reduzir o consumo no horário em que o insumo é mais caro e aumentar a eficiência energética. “Muitos serviços se abrem com as informações dadas pela internet das coisas”, diz Ribeiro
As geradoras também acompanham as transformações produzidas no setor pela combinação entre a ampliação do mercado, empoderamento do consumidor e novas tecnologias. Um projeto da CTG de Pesquisa & Desenvolvimento dentro do programa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), iniciado este ano, estuda os negócios que surgem no setor de energia e como as empresas podem se adaptar a ele. O foco é o ambiente de market place, como o que existe no varejo, em que grandes empresas passam a revender produtos de pequenos empreendedores ou outras lojas.
Petrobras aposta em um ‘dragão tecnológico’ para o pré-sal
A Petrobras anunciou ontem (21/12) que começou a receber os equipamentos que compõem o supercomputador denominado “Dragão”, computador de alto desempenho que, segundo a companhia, proporcionará maior performance no processamento geofísico, reduzindo riscos geológicos e operacionais.
O jornal O Globo traz hoje (22/12) uma reportagem sobre o equipamento, com capacidade equivalente à de quatro milhões de celulares ou cem mil laptops. O tamanho do novo aliado tecnológico condiz com o nome de batismo. Somente para transportar partes e peças são necessários dez caminhões. O tempo de montagem pode levar até três meses. O início da operação com plena produção está previsto para o segundo semestre de 2021.
Marcelo Carreras, gerente executivo de Tecnologia da Informação e Telecomunicações da Petrobras, explica que os supercomputadores têm o objetivo de melhorar a qualidade das imagens das superfícies e, consequentemente, reduzir o risco exploratório e o tempo até a produção do primeiro óleo e, consequentemente, o valor crescente líquido. Ele explica que em outros casos recentes, o investimento em supercomputadores deu um retorno de 8,5 vezes sobre o capital investido.
Boticário capta R$ 1 bilhão em títulos sustentáveis
O Valor Econômico informa que o grupo Boticário em parceria com o Itaú BBA fechou a captação de R$ 1 bilhão em títulos de cinco anos vinculados a metas de sustentabilidade. Conhecidos como “sustainable-linked bonds” ou “SLBs”, esses papéis reforçam o compromisso da companhia emissora com melhorias nos resultados de sustentabilidade dos negócios e com práticas ambientais, sociais e de governança corporativa, conhecidas pela sigla em inglês ESG. É a primeira operação do tipo no mercado local, explica a reportagem.
Em setembro, a Suzano fez a primeira emissão de um bônus ligado à sustentabilidade de uma empresa brasileira no exterior, no valor de US$ 750 milhões – no mês passado, a operação foi reaberta e a Suzano levantou mais US$ 500 milhões.
Diferentemente dos “green bonds”, os recursos captados com os SLBs não são carimbados para uso em projetos específicos. O que a empresa faz é assumir compromissos com metas ambientais. O Boticário se comprometeu a chegar a 2022 com 100% do consumo de energia elétrica renovável nas fábricas em São José dos Pinhais (PR) e Camaçari (BA) e nos centros de distribuição de Registro (SP) e São Gonçalo dos Campos (BA). Para 2021, a meta é de 92%.
PANORAMA DA MÍDIA
Atentos ao movimento político em torno da “guerra das vacinas”, empresários acompanham com preocupação as discussões que colocam em lados opostos o governo federal e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP). Esse é o tema da principal reportagem da edição de hoje (22/12) do Valor Econômico.
O jornal apurou que eles temem que essa discussão tire do foco o plano de imunização contra a covid-19 e incendeie prematuramente o debate da sucessão de 2022. Indústrias já consideram a ideia de bancar parte da vacinação para apressar a reativação da economia.
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A Folha de S. Paulo informa que nas últimas quatro semanas, o estado de São Paulo registrou aumento de 54% no número de casos positivos de covid-19. O número de óbitos pela doença aumentou 34% em todo o estado.
Com isso, o governador João Doria (PSDB) afirmou que o Centro de Contingência para controle da pandemia do novo coronavírus, que se reúne nesta terça (22/12), poderá definir novas ações de contenção da doença, enrijecendo ainda mais as medidas restritivas de funcionamento de estabelecimentos comercias.
Conforme a Folha apurou na última quinta (17) os índices do estado já se encontram no patamar para a fase laranja, a segunda mais restritiva. Atualmente, todo o estado está em fase amarela, a intermediária das cinco gradações.
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Mais de 40 países decidiram suspender voos, trens e interromper rotas comerciais com o Reino Unido desde domingo (20/12), por causa de uma variante no novo coronavírus que surgiu no país. Com a medida, o país foi praticamente isolado do restante da Europa ontem.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo destaca que o Brasil não deve adotar restrições – os britânicos e viajantes que saírem do Reino Unido poderão entrar e sair do território nacional até o próximo dia 30 sem precisar nem mesmo apresentar exame comprovando que não está doente. Só a partir dessa data é que o documento será exigido, deixando o Brasil vulnerável durante esse período. Na América Latina, Colômbia, Peru, Chile e Argentina adotaram restrições como as dos europeus.
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Sem previsibilidade sobre o ritmo da retomada econômica e da crise da covid-19, as empresas estão recorrendo à contratação de temporários para repor vagas, uma tendência, que, segundo os especialistas ouvidos pelo jornal O Globo, deve se estender para 2021.
De março a outubro, houve aumento de 37% neste modelo de contratação, com 1,3 milhão de trabalhadores temporários, segundo a Associação Brasileira do Trabalho Temporário. Somente no mês de agosto, foram 197 mil temporários, o maior patamar já registrado desde o início da série, em 2014.
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Foi preso na manhã desta terça-feira (22/12) o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Bezerra Crivella (Republicanos). O político é investigado em um inquérito que ficou conhecido como o “QG da Propina” – um esquema de corrupção que acontecia dentro da prefeitura. Além de Crivella foram presos Rafael Alves, homem de confiança do prefeito e apontado como operador do esquema, e o vereador Fernando Moraes. O ex-senador Eduardo Benedito Lopes também é alvo ação que é comandada pela Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (CIAF) e pelo Ministério Público estadual, mas não foi encontrado em casa. A decisão é da desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita. A notícia é destaque em sites e portais de internet. (O Globo / UOL)