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Elétricas, bancos e commodities: gestores apontam maiores pagadoras de dividendos em 2023 – Edição da Manhã

Reportagem publicada hoje (23/1) pela Folha de S. Paulo informa que, um cenário esperado para 2023 de elevada incerteza econômica e política, as empresas com uma forte geração de caixa, baixo endividamento e inseridas em setores com potencial para crescer a despeito do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) são apontadas por gestores de fundos entre as que devem entregar os melhores rendimentos por meio de dividendos aos investidores.

Em 2022, o ambiente macroeconômico local de pressão inflacionária, juros altos e eleições já contribuiu para que as empresas pagadoras de dividendos tenham apresentado um desempenho acima da média do mercado —enquanto o índice de dividendos da Bolsa, o Idiv, subiu 12,6%, o índice amplo Ibovespa avançou 4,7%.

Segundo Marcos Peixoto, gestor da XP Asset, essa é uma reação natural de se esperar por parte dos investidores. Ele explica que é comum que, em momentos de maior aversão ao risco e busca por proteção, as ações de dividendos despertem maior interesse, por se tratarem de empresas bem estabelecidas em seus respectivos nichos de atuação, com capacidade para atravessar melhor que os pares de mercado períodos de baixo de crescimento econômico.

Empresas do setor de energia elétrica, bancos e seguradoras e as exportadoras de commodities estão entre as que mais reúnem as características desejadas pelos investidores de dividendos, com operações robustas que se revertem em lucros trimestrais elevados recorrentes distribuídos aos acionistas.

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Hidrogênio verde é a estrela da transição energética, diz vice-presidente da Comissão Europeia

Em entrevista ao Valor Econômico, o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Frans Timmermans, reafirmou que “o hidrogênio renovável será um componente essencial da futura indústria limpa”. Timmermans lidera a União Europeia nas negociações internacionais para assuntos do clima.

Ele terá encontros bilaterais com o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança Climática), Silvio Almeida (Direitos Humanos), Sonia Guajajara (dos Povos Indígenas) e Maria Laura da Rocha, secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores. Além disso, encontrará representantes da indústria, da sociedade civil e embaixadores dos Estados-Membros da União Europeia.

Na entrevista, Timmermans ressaltou que setores da indústria química, siderurgia ou caminhões de longa distância não podem se tornar elétricos e precisam de um condutor de energia. É aí que entra o hidrogênio. “É a estrela do rock da transição energética”, diz o holandês que conduz o Green Deal europeu, a estratégia de descarbonização do continente.

“Estamos passando do desenvolvimento para a exploração”, afirma Marcelo Magalhães, presidente da PetroReconcavo

Após fechar 2022 com cerca de R$ 800 milhões investidos, a PetroReconcavo, uma das maiores produtoras independentes de óleo e gás em terra do Brasil, mantém investimentos de mais de R$ 1 bilhão em 2023 no Nordeste, enquanto torce para finalizar a compra do Polo Bahia Terra da Petrobras. O processo começou em novembro de 2020 e reúne 28 concessões na Bahia. O negócio deve movimentar US$ 1,5 bilhão, de acordo com fontes do setor ouvidas pela reportagem do jornal O Globo, e elevar em 60% a produção da petroleira privada.

Em entrevista ao Globo, Marcelo Magalhães, presidente da PetroReconcavo, disse que a aquisição vai gerar ganhos para a empresa e para as regiões produtoras. Ele disse, ainda, não temer que, sob nova direção, a Petrobras volte a centralizar operações em terra, já que o pré-sal é muito mais rentável.

“Começamos a estratégia de crescimento em dezembro de 2019, quando assumimos o primeiro ativo da Petrobras, o Riacho da Forquilha, um polo com 34 concessões no Rio Grande do Norte. De lá para cá, compramos mais dois polos, fizemos um IPO (abertura de capital na B3) e um follow on (nova capitalização via ações). Hoje, a empresa é cerca de cinco vezes o que era em 2019”, afirmou o executivo.

“Operamos 60 concessões na Bahia e no Rio Grande do Norte em terra e passamos de cerca de 300 funcionários para 1.300. E nossa receita multiplicou por cinco. A produção média em novembro e dezembro foi de 23 mil barris de óleo equivalente por dia. Temos um trabalho enorme a fazer nos ativos que operamos. Cada aquisição é um desafio grande. Em média, no Brasil, os campos onshore (em terra) têm fator de recuperação média de 23% a 24%”, acrescentou.

Enbpar pode absorver ténicos da Eletrobras

A Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (Enbpar) pode ser reconhecida como sucessora da Eletrobras, do ponto de vista jurídico e trabalhista, caso a justiça aceite uma ação movida no ano passado pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região (Sintergia/RJ), informa o Valor Econômico.

A entidade ingressou com uma ação civil coletiva no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região em que pede o reconhecimento de que a Enbpar sucedeu a Eletrobras ao ser criada para absorver os ativos não privatizáveis – Eletronuclear e Itaipu – e a gestão das políticas públicas. Caso a justiça aceite a tese, a Enbpar poderia receber até cerca de 500 funcionários da ex-estatal por meio de uma simples transferência, sem exigência de concurso público.

O sindicato pediu também uma liminar para suspensão qualquer realização de concurso público pela Enbpar. O juiz do trabalho Otávio Torres Calvet negou em dezembro a liminar, mas determinou realização de audiência de conciliação no dia 15 de março e a inclusão do Ministério Público do Trabalho no processo. A Constituição Federal estabelece a exigência de concurso público para contratação de empregados por estatais.

PANORAMA DA MÍDIA

Valor Econômico: A indicação do próximo diretor de política monetária do Banco Central tem provocado debates dentro do governo. É a primeira escolha desde que foi aprovada a autonomia do BC, em 2021, e ocorre em meio a crescentes críticas do governo Lula à atuação da autoridade monetária. O próprio presidente reclamou do atual patamar da Selic e da meta de inflação. A vaga será aberta formalmente no dia 28 de fevereiro, quando terminam os mandatos do atual titular, Bruno Serra, e também do diretor de fiscalização, Paulo Souza. A expectativa é que Souza seja reconduzido, enquanto Serra decidiu que não pretende continuar.

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O Estado de S. Paulo: Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Alberto Fernandez, querem criar uma moeda comum sul-americana para transações tanto comerciais quanto financeiras. Ambos assinaram um artigo no jornal argentino Perfil com o anúncio da medida, à véspera do primeiro encontro bilateral entre presidentes dos dois países em mais de três anos.

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O Globo: Lula exige do Exército “apuração absoluta” da ação de militares. No primeiro encontro com o novo comandante do Exército, general Tomás Paiva, sábado à noite, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não abre mão de que sejam instaladas investigações para apurar a participação de militares nos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes.

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Folha de S. Paulo: Pouco antes de receber em Buenos Aires Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua primeira viagem ao exterior após assumir a Presidência pela terceira vez e de sediar a sétima reunião da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), o líder argentino, Alberto Fernández, antevê um ano difícil. “As verdadeiras consequências negativas da Guerra da Ucrânia vão começar a ser vistas agora, e, dos milhões que a FAO [Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura] antecipou que passarão fome, muitos podem ser latino-americanos”, afirma ele. “Além disso, temos de nos preocupar com a institucionalidade da nossa região. É muito grave o que está ocorrendo no Peru.”