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Em recuperação, Renova é sondada por interessados na compra de hidrelétricas – Edição da Manhã

O jornal O Estado de S. Paulo informa que a Renova Energia já recebeu mais de 15 consultas de empresas e fundos de investimentos interessados em comprar a participação indireta de 51% da companhia na Brasil PCH e a Expra. De acordo com a reportagem, a venda das unidades é central para o sucesso da recuperação judicial da Renova, que prevê levantar R$ 1,7 bilhão com a venda de ativos ainda neste ano. Caso a companhia consiga, de fato, se desfazer dessas participações, terá alcançado R$ 1,2 bilhão, e praticamente destravará a sua recuperação, que acumula dívidas de R$ 2,6 bilhões.

A Brasil PCH possui 13 usinas nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Somadas, elas têm capacidade de produzir 148,4 megawatts (MW). Já a Expra possui as hidrelétricas Cachoeira da Lixa, Colino I e Colino II, que fazem parte do Complexo Serra da Prata, no extremo Sul da Bahia, e totalizam 41,8 MW.

Os projetos de geração eólica da Renova em fase de desenvolvimento também têm motivado consultas de potenciais compradores, e um deles pode ser colocado em leilão ainda no primeiro semestre deste ano. Como forma de garantir a venda dos ativos, a empresa tem procurado marcar certames assim que recebe ao menos uma proposta firme.

Diesel supera preço pré-greve dos caminhoneiros

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Com o repasse dos mais recentes reajustes promovidos pela Petrobras em suas refinarias, o preço do diesel nos postos brasileiros já superou os patamares atingidos antes da greve dos caminhoneiros que paralisou o país em 2018, de acordo com comparação feita por reportagem da Folha de S. Paulo.

Ontem (08/03), a estatal anunciou novo aumento, de 5,5%, que deve frustrar as expectativas de queda geradas pela isenção de impostos federais na semana passada. A gasolina também subirá a partir desta terça-feira (09/03), 8,8%.

Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o litro de diesel era vendido na semana passada, em média, a R$ 4,23. É o terceiro maior valor da série histórica da pesquisa de preços da agência, iniciada em2004.

Fica atrás apenas dos valores das duas últimas semanas de maio de 2018, quando o diesel era vendido, em valores corrigidos pela inflação, a R$ 4,26 e R$ 4,30 por litro, respectivamente. Naquele momento, porém, os preços refletiam problemas de abastecimento provocados pela greve. Na primeira semana de maio de 2018, em valores corrigidos, o litro do diesel era vendido nos postos a R$ 3,94, em média.

TCU: governo perde receita com tributação de megacampos de petróleo

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que o governo federal, estados e municípios estão perdendo receitas por causa das alíquotas de participações especiais em megacampos de petróleo, informa o jornal O Globo.

As participações especiais são cobranças extras feitas para campos de óleo e gás com alta produção no regime de concessão, que geraram arrecadação de R$ 17,9 bilhões em 2020. Além disso, técnicos do TCU identificaram que empresas não elevam a produção para pagar menos. A auditoria será analisada pelos ministros do TCU, que podem determinar ou sugerir mudanças ao governo.

Concorrência com petróleo chinês barato faz refinarias da Austrália fecharem

As principais petrolíferas americanas e europeias pretendem fechar as instalações de refino na Austrália em meio a um influxo de produtos petrolíferos mais baratos da China, levantando preocupações em Camberra, capital do país, sobre a crescente dependência das importações.

A ExxonMobil informou em fevereiro que fechará a refinaria Altona perto de Melbourne. A empresa vai converter o local em um terminal de importação de produtos de petróleo, embora nenhum prazo tenha sido dado para a transição. Isso aconteceu depois que a BP em outubro anunciou o fechamento planejado de sua refinaria Kwinana na Austrália Ocidental após 65 anos.

“O crescimento contínuo de refinarias em grande escala voltadas para a exportação em toda a Ásia e no Oriente Médio mudou estruturalmente o mercado australiano”, disse a empresa. Essas mudanças deixarão a Austrália com apenas duas refinarias, administradas por empresas locais, contra oito no início dos anos 2000. (Valor Econômico)

PANORAMA DA MÍDIA

A anulação de todas as condenações impostas pela Lava Jato ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem (08/03), por decisão do relator da operação no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, é a manchete de hoje nos principais jornais do país. A decisão de Fachin torna o petista novamente habilitado para disputar a eleição de 2022.

O jornal O Estado de S. Paulo destaca que a decisão redesenhou o cenário eleitoral, uma vez que Lula é o nome mais forte, até agora, para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro. O mercado financeiro reagiu mal à notícia.

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A reação do mercado financeiro é destaque, também, no Valor Econômico. Com a possibilidade de candidatura do petista em 2022 no horizonte, o dólar fechou em alta de 1,70%, a R$ 5,7788, e o Ibovespa caiu 3,98%, encerrando o pregão aos 110.612 pontos. A desvalorização foi quase generalizada entre as ações que compõem o índice.

Para analistas ouvidos pela reportagem, a volta de Lula à disputa eleitoral aumenta as preocupações com o risco de polarização política e dificulta a consolidação de uma “terceira via” para 2022. “O mercado sempre vai reagir mal ao aumento do risco de o PT voltar”, diz Silvio Campos Neto, da consultoria Tendências.

A repercussão da decisão de Edson Fachin ocorre num quadro já tenso no mercado, com venda de ações por estrangeiros, desconfiança quanto à independência das estatais, além do agravamento da crise e da má gestão da pandemia pelo governo.

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Em editorial, o jornal O Globo também destacou a reação do mercado financeiro à decisão do ministro Edson Fachin. Segundo o jornal, a mera possibilidade de Lula se candidatar em 2022 fez derreter os mercados. Isso porque permitiria, em tese, que o presidente Jair Bolsonaro repetisse a polarização ideológica que o levou à vitória em 2018, contra o petista Fernando Haddad. Diz o editorial: “Aumenta bastante o desafio para a oposição de centro. É cedo para especular sobre o destino das candidaturas, mas é inegável que Lula é o rival dos sonhos de Bolsonaro — e vice-versa.”

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A Folha de S. Paulo também traz editorial sobre o tema e explica que Fachin tomou a drástica medida ao examinar um recurso apresentado pela defesa do ex-presidente no fim do ano passado, em que os advogados questionaram, mais uma vez, a competência da Justiça Federal do Paraná para julgar Lula.

Ao longo dos anos, o STF estabeleceu o entendimento de que somente processos relacionados ao esquema de corrupção descoberto pela Lava Jato na Petrobras tramitariam em Curitiba, sendo transferidas a outras jurisdições as demais ramificações.