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Enel contrata bancos para vender Coelce e ativos de renováveis – Edição da Manhã

O Valor Econômico informa que a italiana Enel contratou o banco BTG Pactual para a assessorá-la na venda da Companhia Energética do Ceará (Coelce), uma transação que pode girar entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões. Já o banco americano Morgan Stanley será responsável pela venda de parte dos ativos de renováveis do grupo, segundo fontes da reportagem.

O objetivo é reduzir o endividamento do grupo, um plano global de desinvestimento de US$ 21,5 bilhões, conforme anunciado pelo conglomerado de energia no ano passado. O movimento ocorre pouco tempo depois da venda da Celg-D, a distribuidora de energia em Goiás, para a Equatorial Energia, uma transação de R$ 1,6 bilhão, anunciada em setembro de 2022. Três meses antes, a Enel se desfez da termelétrica em Fortaleza, por cerca de R$ 500 milhões.

Em fato relevante na manhã de ontem (9/2), a empresa informou que está avaliando a possibilidade de vender o controle da Coelce. Em outro comunicado separado, a Coelce afirmou que ainda não foram iniciadas concretamente quaisquer medidas e procedimentos por parte da Enel no sentido de efetivar a mudança no controle na empresa. Procurada pela reportagem, a Enel informou, em nota, que não comenta rumores de mercado (sobre venda de ativos). BTG Pactual e Morgan Stanley não comentam o assunto.

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Sterlite quer voltar a vencer nos leilões de transmissão

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De olho nos megaleilões de transmissão de energia que vão movimentar o setor elétrico em 2023, a transmissora Sterlite Power Brasil está estudando os melhores lotes e se diz preparada para aumentar o portfólio, informa o Valor Econômico.

A empresa se esforça em antecipar obras e diz ter fôlego para novos investimentos. Ao Valor, o CEO da empresa no país, Amitabh Prasad, afirmou que a companhia mantém o pé no chão, mas a vontade de arrematar novos ativos é grande e estará presente nos eventos. “Estamos analisando todos os lotes. Alguns são projetos específicos para conectar áreas de consumo, outros para escoar a energia renovável”, enfatizou.

Segundo dados da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), o Brasil vai demandar pelo menos R$ 50 bilhões em investimentos até 2030 e estão incluídos nos certames da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deste ano. O primeiro leilão de transmissão do ano está previsto para ser realizado em junho e incluirá a construção de mais de 6 mil quilômetros de linhas, além da modernização de subestações existentes. Outro certame está marcado para dezembro, mas especialistas não descartam a possibilidade de um terceiro.

Usina que vai usar gás do pré-sal atrasa 206 dias

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revela que no dia 1º de janeiro deste ano, a única usina térmica do país alimentada pelo gás do pré-sal tinha de começar a entregar energia. Era isso, pelo menos, o que estava previsto no contrato firmado com a termelétrica Marlim Azul, um projeto de R$ 2,5 bilhões construído em Macaé, no litoral do Rio.

Para tirar a usina do papel, a Mitsubishi Hitachi criou um consórcio com o Pátria Investimentos e a Shell – a empresa Marlim Azul Energia – e iniciou as obras em julho de 2020. O Banco Nacional de Desenvolviento Econômico e Social (BNDES) também entrou no negócio, financiando R$ 2 bilhões, o equivalente a 80% do total.

Com capacidade de gerar 565 megawatts com uma única turbina, o suficiente para atender mais de 2 milhões de domicílios, a usina foi o primeiro – e o único empreendimento até hoje – a vencer um leilão para explorar o gás do pré-sal brasileiro, trazido por gasodutos da Petrobras a 300 quilômetros da costa.

Por causa do atraso nas obras, o compromisso de iniciar a geração a partir de 1º de janeiro foi alterado para 25 de julho

Ao Estadão, o diretor executivo da Marlim Azul Energia, Bruno Chevalier, afirmou que esse prazo será cumprido e que o atraso foi ocasionado pela pandemia de convid-19. “A obra será finalizada e estará em operação, estamos correndo para isso”, afirmou.

Grupo turco investe em navios para geração de energia no Brasil

A empresa turca Karpowership, do grupo Karadeniz, que constrói navios com capacidade de geração de energia, está se preparando para colocar quatro dessas “usinas flutuantes” na costa do Rio de Janeiro nos próximos meses, segundo informações da companhia ao Scoop by Mover.

A companhia foi uma das vencedoras de um leilão emergencial promovido pelo governo em outubro passado, com o objetivo de reforçar o sistema elétrico após o período de seca de 2021. A Karpowership possui navios em operação em países como Gana, Líbano, Moçambique, Serra Leoa e Sudão.

De acordo com a reportagem, os navios-usina que virão para o Brasil usarão máquinas a gás para geração de energia. O combustível será importado pelos turcos e enviado para um navio de armazenamento e regaseificação, a ser ancorado na Baía de Sepetiba. Também serão construidas instalações flutuantes e terrestres de transmissão para levar a energia produzida no mar até a rede de transmissão.

PANORAMA DA MÍDIA

Folha de S. Paulo: O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), afirmou ontem (9/1) que a autonomia do Banco Central é uma “marca mundial” e que o Brasil não pode retroceder nessa legislação para ampliar a influência do governo sobre a autoridade monetária.

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Valor Econômico: Com a crise da Americanas e o aumento do risco de crédito, num cenário de juros em alta, o resultado combinado dos três grandes bancos privados brasileiros encolheu em 2022. Juntos, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander registraram lucro de R$ 64,366 bilhões, 7,31% menos que no ano anterior. Os problemas da varejista, que vieram a público no mês passado, fizeram estragos nos balanços do 4º trimestre, derrubando os ganhos das instituições financeiras. De outubro a dezembro, o lucro somado dos três bancos foi de R$ 10,952 bilhões, quase 38% abaixo do verificado em igual período de 2021.

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O Globo: Mensagens extraídas pela Polícia Federal no celular do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), mostram que ele foi alertado na noite do dia 7 de janeiro pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre o risco de invasão ao Congresso Nacional. Em resposta, Ibaneis disse que a segurança já estava toda planejada e minimizou a informação.

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O Estado de S. Paulo: Empresas de vários setores começaram a fazer as contas sobre os prejuízos que terão com uma decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na quarta-feira, dia 8, o STF estabeleceu que sentenças antes consideradas definitivas em disputas sobre o pagamento de impostos podem ser alteradas. Ou seja, uma empresa pode ter levado anos brigando com o governo na Justiça, ter ganhado em todas as instâncias e, ainda assim, não ter a segurança de que o problema terá sido superado. Se houver mudança na lei, a sentença favorável à empresa poderá ser revista, e ela terá de fazer pagamentos retroativos referentes ao período em que ainda discutia com o governo na Justiça.