Reportagem publicada hoje (16/02) pelo Valor Econômico ressalta que empresas, grandes consumidores e até municípios, cada vez mais pressionados pelos custos da energia, estão apostando em sistemas mais eficientes, equipamentos mais modernos e revisão dos processos produtivos para se manterem competitivos.
O jornal informa que a Enel Brasil investiu quase R$ 89 milhões em 2021 em diversos projetos que integram seu programa de eficiência energética com resultados concretos. A Ligas industriais de alumínio S.A. (Liasa), indústria intensiva que produz silício metálico, tem um plano de modernização dos fornos e prevê aumento de eficiência que pode chegar a 10%. Do lado das fabricantes, a WEG e a Onpower estão sendo procuradas por quem busca equipamentos mais eficientes.
Dados do Plano Decenal de Expansão de Energia 2030, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), mostram que os ganhos de eficiência energética reduzirão aproximadamente 6% da eletricidade da indústria em 2030. A crise hídrica, os encargos tributários e subsídios abriram precedentes para uma agenda de investimento em eficiência energética.
Brasil fica em 6º lugar em ranking de segurança energética, mesmo com crise hídrica
O Valor Econômico informa que um relatório feito pela consultoria Oliver Wyman e pelo Conselho Mundial de Energia (WEC, na sigla em inglês), denominado World Energy Trilemma Index, mostrou que apesar de o Brasil ter passado por uma das piores crises hídricas dos últimos 91 anos e quase viver um contexto de racionamento, no item “segurança energética” o país está entre os dez primeiros da lista, na sexta posição.
O Brasil é o único fora da Europa e não membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a ficar entre os dez primeiros do ranking. O índice avalia a dependência dos países das importações de energia, a diversidade de recursos locais para geração de energia e o armazenamento de energia.
O documento destaca que o Brasil tem um sistema energético diversificado com uma rede substancialmente descarbonizada com a geração de energia por meio de usinas hidrelétricas. Entretanto, os frequentes períodos de secas são os riscos para o sistema energético do país em épocas críticas de estiagens, como o que aconteceu em 2021.
Privatização da Eletrobras tem erro de cálculo em outorga de R$ 34 bilhões, diz ministro do TCU
O ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União (TCU), ressaltou ontem (15/02) uma subavaliação de R$ 34 bilhões no valor da outorga que deverá ser paga ao Tesouro Nacional no âmbito da privatização da Eletrobras. Com os ajustes solicitados pelo ministro, que apresentou um voto revisor, a outorga subiria dos atuais R$ 23,2 bilhões para R$ 57,2 bilhões.
Já os repasses para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que serão usados para amortecer o impacto da descotização das usinas sobre a conta de luz, passaria de R$ 30 bilhões para R$ 63,7 bilhões.
O montante atualizado considera um valor mais alto, de R$ 246,79 MW/h, para a energia que será gerada pelas usinas hidrelétricas da estatal ao longo dos próximos anos. De acordo com o ministro, o governo não pode abrir mão dos valores futuros relativos à potência das usinas, o que segundo ele representa uma falha metodológica grave no processo de desestatização da empresa.
Já o Ministério de Minas e Energia (MME) alega que “não existe no Brasil um mercado de potência em que os agentes geradores vendam esse ‘serviço’ e aufiram receitas por isso”. Em seu voto revisto, Vital sugere ao plenário que o processo seja paralisado e devolvido ao MME para atualização dos cálculos referentes ao valor agregado dos contratos de geração da Eletrobras. (Valor Econômico)
Engie quer participar de leilões de linhas de transmissão
A Engie Brasil Energia planeja participar dos leilões de transmissão este ano. Em teleconferência de resultados realizada ontem (15/02), o diretor presidente da EBE, Eduardo Sattamini, revelou que a atuação no segmento traz estabilidade, está no foco e diversifica os negócios. De acordo com ele, a participação da companhia no certame está condicionada ao retorno financeiro que o lote trará. “Vamos estar (nos leilões) sim, mas esperamos que o comportamento seja mais racional”, explica.
De acordo com o executivo, nos últimos anos os leilões de transmissão aconteceram sob bastante competição, considerada por ele como cíclica, assim como já ocorreu com os leilões de geração. Sattamini lembrou que o próximo leilão terá lotes que não foram implantados por conta de players que com lances agressivos não conseguiram executar os projetos. “Agressividade tem limite. Temos que fazer com que o bid seja sustentável e que as empresas levem adiante as linhas e as entreguem”, ressalta. Em dezembro do ano passado, a Engie chegou a participar do leilão de LTs, mas não arrematou nenhum lote. (Canal Energia)
PANORAMA DA MÍDIA
O principal destaque da edição desta quarta-feira (16/02) do Valor Econômico é a aprovação, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), dos estudos técnicos para a desestatização da companhia. Seis ministros do tribunal votaram favoravelmente à proposta do governo, já aprovada pelo Congresso. Apenas um, o relator do tema no TCU, Vital do Rêgo, votou contra.
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O jornal O Globo traz como destaque o anúncio feito ontem (15/02) pelo governo da Rússia do retorno às bases de parte de suas tropas após exercícios na região de fronteira com a Ucrânia. A Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) e os Estados Unidos disseram ainda não terem visto nenhum sinal de desescalada que possa evitar um conflito.
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A uma semana de tomar posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Edson Fachin disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a Justiça Eleitoral “já pode estar sob ataque de hackers” e citou a Rússia como a origem da maior parte dessa ofensiva. “A preocupação com o ciberespaço se avolumou imensamente nos últimos meses”, afirmou Fachin ontem (15/02), em entrevista exclusiva.
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Pretos e pardos representam 48% da população carioca, mas são 63% das pessoas que dizem já terem sido paradas para revista, aponta o relatório “Elemento Suspeito”, lançado nesta terça (15) pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) da Universidade Cândido Mendes, informa a Folha de S. Paulo.
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O forte temporal que caiu na tarde de ontem (15/02), em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, também é destaque nos jornais de hoje. O provocou um grande desabamento no Morro da Oficina, no bairro Alto da Serra, deixando mortos e soterrados. Imagens gravadas por moradores mostram uma encosta indo abaixo, arrastando construções. Num dos vídeos, pessoas em desespero retiram às pressas crianças de dentro da Escola Municipal Vereador José Fernandes da Silva. O Corpo de Bombeiros já confirmou 34 mortos na cidade, e a prefeitura decretou estado de calamidade pública. (O Globo)