Estudo realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a pedido da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), conclui que a energia eólica é a mais barata entre as fontes renováveis de geração, grupo que inclui ainda as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), a solar e a biomassa.
Os dados, divulgados hoje (14/09) pelo Valor Econômico, referem-se a projetos já em operação no ambiente de contratação regulada (ACR) e compreendem um período de cinco anos (2015 a 2019). De acordo com o levantamento, no ano passado, o custo da energia eólica atingiu R$ 195 por megawatt-hora (MWh). Em seguida, aparecem a biomassa (R$ 246/MWh), as PCHs (R$ 280/MWh) e só então a solar (R$ 321/MWh).
Argentina quer duto bilionário para levar gás de xisto até Porto Alegre
O novo embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, apresentou formalmente ao governo federal um projeto bilionário de gasoduto para escoar uma das maiores reservas de gás de xisto do mundo, a jazida de Vaca Muerta, até Porto Alegre, informa o Valor Econômico.
De lá, o insumo argentino poderia conectar-se com a rede brasileira para abastecer os mercados da região Sul e de São Paulo. Segundo a reportagem, o projeto abrange a ampliação da capacidade de transporte no sistema de 1.430 quilômetros de dutos que corta o país vizinho. São investimentos estimados em US$ 3,7 bilhões entre a província de Neuquén, onde ficam as jazidas, e a fronteira com o Brasil em Uruguaiana (RS).
Ainda segundo o Valor, a Argentina busca financiamento para esse trecho. O trecho Uruguaiana-Porto Alegre, com quase 600 quilômetros de extensão e orçado preliminarmente em US$ 1,2 bilhão, ficaria sob responsabilidade brasileira. Estima-se que a obra levaria em torno de 18 meses e, uma vez concluída, aumentaria para 15 milhões de metros cúbicos por dia o envio de gás argentino. A capacidade total, porém, chegaria a 30 milhões de m3 /dia – praticamente a mesma do gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol).
Hoje a Argentina manda apenas 3 milhões de m3 /dia, mas de forma inconstante, para o acionamento da usina térmica de Uruguaiana, a gás natural, principalmente nos períodos de seca e quando reservatórios das hidrelétricas estão em queda.
“O ESG está presente no nosso dia a dia”, diz presidente da Engie Brasil
O jornal O Estado de S. Paulo traz hoje (14/09) uma entrevista com o presidente da Engie Brasil, Eduardo Sattamini, em que ele fala, entre outros temas, sobre o atual momento da companhia – “momento de colheita” dos investimentos feitos no passado.
A empresa quase dobrou o lucro líquido no segundo trimestre do ano, para R$ 765,8 milhões, ante R$ 380,4 milhões no mesmo período de 2019. Em relação à quantidade de energia vendida no trimestre, a alta foi de 1,2%, para 4.073 MW.
Sattamini falou, também, sobre o posicionamento da Engie Brasil em relação ao ESG – sigla em inglês para os aspectos ambiental, social e governança. “Somos uma das poucas empresas que faz parte do índice de sustentabilidade da B3 desde o nascimento do indicador, em 2005. Em uma empresa de energia, principalmente uma empresa geradora de energia, o ESG está muito presente no nosso dia a dia. Estamos inseridos normalmente em regiões bastante carentes do interior do país. E quando andamos pelo interior, vemos a carência das pessoas por oportunidades, por cultura, e nós estamos sempre desenvolvendo junto aos nossos projetos, algumas ações de responsabilidade social e educativas”, afirmou.
Petrobras vai se concentrar em SP e no RJ: estados lançam a campanha ‘fica’
De saída das regiões Norte, Nordeste e Sul do país, a Petrobrás enfrenta a resistência de governos locais à venda dos seus ativos. A empresa já anunciou que vai concentrar investimentos no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde está o petróleo do pré-sal.
Mas, para conseguir sair dos demais estados, vai precisar negociar uma série de dívidas ambientais, tributárias e trabalhistas, informa o jornal O Estado de S. Paulo. Além dos passivos acumulados, governadores e parlamentares também estão atentos a uma possível queda na arrecadação e à contração do mercado de trabalho, destaca a reportagem.
Eles têm se reunido virtualmente com a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobrás, do Congresso, que lançou há pouco mais de um mês a campanha ‘Petrobrás, fica!’. Ao todo, existem 164 áreas de produção de petróleo e gás da Petrobrás sendo vendidas em todo o Brasil. Desse total, 148 áreas estão localizadas fora do eixo Rio-São Paulo. A empresa também está se desfazendo de infraestrutura logística, usinas térmicas, eólicas e de biocombustíveis, fábricas de fertilizantes e terminais de importação de gás natural líquido.
Privatização da Eletrobras para novamente
O Valor Econômico informa que as negociações em torno do projeto de privatização da Eletrobras esbarraram, novamente, na falta de vontade política da cúpula do Congresso Nacional. O tema havia ganho novo fôlego nas últimas semanas, a partir de articulações envolvendo parlamentares e o Ministério de Minas e Energia (MME), mas não prosperou devido à resistência dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Com isso, segundo a reportagem, a proposta deve ficar apenas para 2021. A investida do governo federal buscava reiniciar a tramitação do projeto no Senado. A liderança do governo chegou a escalar, nos bastidores, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) para organizar um novo texto, que teria como base a proposta original, mas traria algumas inovações. Essas mudanças serviriam justamente para aglutinar as bancadas do Norte e Nordeste, que têm mais restrições à privatização da estatal.
PANORAMA DA MÍDIA
A pauta ambiental do governo brasileiro é o principal destaque da edição desta segunda-feira (14/09) do Valor Econômico. Pressionado por investidores estrangeiros, bancos, multinacionais e grandes empresas nacionais, o governo Jair Bolsonaro desistiu de levar adiante, pelo menos por enquanto, sua agenda de propostas polêmicas na área ambiental.
Um dos projetos atingidos pela mudança de orientação trata das regras de demarcação de terras indígenas. Outro tema que perdeu força é o projeto de lei que autorizaria mineração e geração de energia em terras indígenas. A decisão, observa um auxiliar do presidente, não significa que o presidente Bolsonaro tenha abandonado suas convicções, que envolvem o afrouxamento de punição a garimpeiros que atuam de forma ilegal e a revisão do tamanho de áreas de proteção ambiental.
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O jornal O Estado de S. Paulo traz como destaque uma reportagem sobre a campanha “Petrobras, fica!”, lançada por governadores e parlamentares (ver resumo da reportagem nesta edição do MegaExpresso).
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A Folha de S. Paulo informa que o Brasil realizou, entre abril e junho deste ano, menos da metade dos transplantes de órgãos e tecidos do início do ano. Com a diminuição de 6i% dos procedimentos, cresceram 44,5% as mortes de pacientes cadastrados na fila de espera entre os dois períodos em todo o país.
Os números levaram a Associação Brasileira de Transplantes (ABTO) a projetar no ano uma queda de doações e transplantes nunca vista – em contraste ao cenário promissor que se apresentava até então. Na conta, estão os procedimentos de coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim, córnea e medula.
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O Ministério Público estadual do Rio de Janeiro acredita que o suposto esquema de corrupção na prefeitura do Rio, pelo qual são investigados o empresário Rafael Alves e o prefeito Marcelo Crivella, tenha se expandido para muito além da Riotur, enraizando-se em várias esferas da administração municipal.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, análises de trocas de mensagens, contratos firmados e pagamentos realizados apontam, para o MP, a existência do esquema em pelo menos 20 órgãos da prefeitura, incluindo o gabinete de Crivella e secretarias como as de Saúde e Educação. Os dados constam na representação do MP por busca e apreensão em endereços de Crivella. Os mandados foram cumpridos na semana passada.