O Valor Econômico traz hoje (08/04) uma reportagem sobre as perspectivas de expansão do mercado livre de energia em um cenário de retomada da atividade econômica.
Para especialistas ouvidos pelo jornal, a queda do preço da energia no mercado livre, em função da redução da demanda e do aumento da oferta excedente, aliada ao processo de abertura do mercado, em curso pelo governo e o Congresso, pode provocar uma nova onda de migração de consumidores para o ambiente de contratação livre.
De acordo com a comercializadora Capitale Energia, para 2021, já é observada redução de 10% no preço da energia. Para abril e maio, os contratos estão com valores muito próximos do piso, segundo Rafael Mathias, sócio-fundador da empresa.
A consultoria Roland Berger, também ouvida pela reportagem, estima uma redução de 4% do consumo de energia no país em 2020. Nos meses mais agudos de crise, a previsão é uma queda de até 20%, considerando o impacto do isolamento social na Europa. No racionamento ocorrido entre 2001 e 2002, o consumo de energia caiu cerca de 20%.
Para o presidente da comercializadora Tradener, Walfrido Ávila, a crise atual é uma boa oportunidade para se pensar na dinâmica de abertura total do mercado. “O governo desembolsaria menos dinheiro se pudesse tirar o setor dos problemas dessa crise”, disse o executivo, que também enxerga nas negociações bilaterais uma vantagem do ambiente livre.
O ambiente livre responde por um terço do mercado total de energia do país e movimenta R$ 134 bilhões por ano. Nas últimas duas semanas, o preço de liquidação das diferenças (PLD), referência para o preço de energia de curto prazo, está no piso regulatório de R$ 39,68.
Tarifa social contará com R$ 900 milhões do Tesouro
Após três semanas de discussões, o governo decidiu bancar a ampliação da tarifa social de energia elétrica com R$ 900 milhões do Tesouro Nacional, informa o Valor Econômico. A medida é uma forma de aliviar os efeitos da pandemia de coronavírus para famílias de baixa renda, por 90 dias, dando 100% de desconto nas contas luz para a faixa de consumo até 220 kilowatts-hora por mês.
A medida provisória (MP) do governo está sendo analisada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), porque envolve recursos do Tesouro. Ela precisará, também, ser analisada pelo Congresso Nacional, mas tem validade imediata após sua publicação.
Segundo estimativas oficiais, a isenção temporária do pagamento pela eletricidade deve custar em torno de R$ 1,25 bilhão. O restante do orçamento virá de sobras na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), o fundo setorial que banca subvenções nas tarifas de energia. Há cerca de R$ 200 milhões do Programa Luz para Todos que não foram usados no ano passado.
PANORAMA DA MÍDIA
País tem 114 mortes em um dia; cidades relaxam quarentena. Esse é o principal destaque da edição de hoje (08/04) do jornal O Estado de S. Paulo. Ao todo, o número oficial de mortes é de 667. A quantidade de casos confirmados passou de 12.056 para 13.717. Há pessoas infectadas em todos os estados. Apenas Tocantins ainda não registrou mortes pela doença.
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Uma semana depois de receber aval do Congresso para pagar um auxílio de R$ 600 para os trabalhadores informais enfrentarem a crise do coronavírus, o governo começou ontem (07/04) a operação para fazer esse dinheiro chegar a cerca de 25 milhões de brasileiros que não fazem parte dos registros do Cadastro Único (CadÚnico).
Até ontem, mais de 18,3 milhões de pessoas haviam se registrado em um novo sistema montado para o programa emergencial. Esse grupo, no entanto, só deve começar a receber a partir da semana que vem. Depois, a Caixa Econômica
Federal ainda terá o desafio de criar 30 milhões de poupanças digitais para quem não tem conta em banco. Ao todo, incluindo os que já estão no CadÚnico, o governo quer alcançar 54 milhões de pessoas. (O Globo)
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O Valor Econômico informa que o governo poderá editar uma medida provisória (MP) para permitir a renegociação de débitos a empresas, estados e municípios que não venham pagando suas obrigações, para que possam voltar a se endividar.
As companhias que optarem por tomar o financiamento, com juros de 3,75% ao ano, seis meses de carência e 30 meses para pagar, não podem ter dívidas com a Previdência Social.
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A Folha de S. Paulo publicou o resultado da nova pesquisa Datafolha, realizada na semana passada. Segundo o instituto, 69% dos brasileiros preveem que seus rendimentos diminuirão nos próximos meses, e somente 30% acham que isso não acontecerá. Levantamento mostrou que 57% dos brasileiros temiam a perda de renda e 43% achavam que não corriam esse risco.