Artigo publicado hoje (01/11) pelo Valor Econômico coloca em discussão a oportunidade das soluções sustentáveis para o setor elétrico brasileiro, que está em transformação. Transformação essa que vai da matriz geradora de energia ao modelo de negócios, passando pelo chamado “campo institucional” do setor, hoje com novo perfil, “novos atores, associações e lobbies, com todas as suas aspirações e interesses e suas implicações sobre a política energética”.
Assinado por Renato Flòres Jr e Ruderico Pimentel, diretor do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional da Fundação Getúlio Vargas (FGV NPII) e analista do FGV NPII, respectivamente, o artigo analisa o momento vivido pelo setor. Os autores descrevem características da matriz elétrica brasileira, herdada do passado e focada na exploração ampla dos recursos hidrológicos.
“Promovidas durante várias décadas, superaram todas as inúmeras fases de desorganização econômica que o país viveu, produzindo eletricidade a preços competitivos, ainda que frequentemente depreciados.” O desenvolvimento de novas grandes usinas hidrelétricas, porém, parece estar alcançando seus limites, por diversos fatores, que são analisados pelos autores do artigo.
“Felizmente, ao lado das correntes limitações ao desenvolvimento hidrelétrico, os preços da geração eólica e solar caíram muito e essas novas opções renováveis, lançando mão de recursos abundantes no país, se mostram promissoras e mesmo dominantes no cenário futuro.”
Ao analisar esse novo cenário, os articulistas abordam, também, o desafio representado pela gestão da intermitência das fontes eólica e solar, “que pede complementação de “estoques” de energia, seja em baterias, seja em reservatórios de hidrelétricas, capazes de balancear sua volatilidade”. Eles argumentam, ainda, que a abrangência das mudanças em curso ultrapassam os aspectos energéticos. “Há que formar os recursos humanos e promover, além das indústrias, os centros de pesquisa, para não se perder mais uma revolução tecnológica, centrada no processamento de recursos naturais que aqui são tão abundantes. Ajudaria muito termos um projeto institucional sustentável de país e um alinhamento das mentalidades nessa direção.”
Especialistas do setor de óleo e gás alertam para a necessidade de manter custos sob controle
No último dia (31/10) do Offshore Technology Conference Brasil (OTC Brasil 2019), evento do setor de petróleo realizado no Rio de Janeiro, o debate foi centrado nos desafios para manter o petróleo brasileiro competitivo.
Em matéria publicada em seu canal de internet, o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) informa que o presidente do instituto, José Firmo, alertou a indústria de óleo e gás para o risco de que os investimentos para desenvolver as áreas arrematadas nos últimos anos voltem a inflacionar os preços, como ocorreu no início da década.
Em palestra realizada no evento, José Firmino frisou a necessidade de manter os custos sob controle para que o petróleo brasileiro continue competitivo em relação aos concorrentes.
PANORAMA DA MÍDIA
O principal destaque da edição desta sexta-feira (01/11) do Valor Econômico é a intenção do governo federal de cortar 10% de incentivos fiscais. Nesse sentido, informa o jornal, um pacote de medidas será enviado ao Congresso, na próxima terça-feira (05/11), e uma de suas principais iniciativas será o corte linear de 10% dos incentivos tributários concedidos pela União. Neste ano, esses benefícios, chamados no Orçamento de “gastos tributários”, preveem renúncia de R$ 307,1 bilhões.
A estimativa é que a mudança abra folga aproximada de R$ 27 bilhões no Orçamento do próximo ano. Segundo apurou a reportagem, além do corte de 10%, programas como o Simples e a desoneração da cesta básica serão reavaliados. O Simples, por exemplo, é o item que provoca a maior renúncia anual – quase R$ 78,8 bilhões. A cesta básica é o terceiro maior: R$ 16,8 bilhões em 2019. Ainda de acordo com a reportagem, o corte linear deixará de fora apenas os incentivos regionais, que contemplam principalmente Norte e Nordeste, e a Zona Franca de Manaus, cuja renúncia prevista para este ano é de R$ 17,2 bilhões. Somadas, as duas renúncias representam R$ 30 bilhões.
Com diferentes abordagens, a declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em defesa de uma nova edição do AI-5, o ato que marcou o início da fase mais dura do regime militar, é o destaque de hoje dos jornais O Globo, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Segundo o deputado, a edição de um novo ato institucional poderia ser a resposta do governo a uma eventual “radicalização” da esquerda. A declaração provocou forte reação no meio político ontem (31/10). Após a repercussão negativa, Eduardo Bolsonaro pediu desculpas pela declaração.