A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apresentou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um cronograma prevendo ressarcimento de cerca de R$ 3,9 bilhões a serem pagos por usinas eólicas, em parcelas até outubro de 2026, mês das eleições presidenciais.
A Folha de S. Paulo explica que esses recursos permitirão barateamento das contas de luz, mas, em vez de concentrar esse ressarcimento em período curto com ganhos maiores para os consumidores, a CCEE propôs esticar esse prazo e levar o benefício até a eleição do ano que vem.
A iniciativa representa, também, um afago às eólicas, que poderão pagar os valores em prazo alongado e ter mais dinheiro disponível no caixa para despesas de curto prazo. Esses recursos referem-se a valores decorrentes dos “desvios negativos de geração”, termo do jargão do setor elétrico que significa simplesmente a geração de energia em volume inferior ao que foi contratado com a Aneel.
Brava Energia convoca assembleia para tratar de exclusão de cláusulas de OPA do estatuto
O Valor Econômico informa que a Brava Energia convocou uma assembleia geral extraordinária para o dia 24 de junho para tratar da proposta de exclusão de quatro artigos do seu estatuto social — os de números 40, 41, 42 e 48.
Esses dispositivos tratam da obrigatoriedade de realização de oferta pública de aquisição de ações (OPA) em caso de aquisição de participação relevante na companhia. A proposta foi apresentada na última semana pelo fundo Yellowstone, veículo de investimentos do Grupo Ebrasil Energia.
Segundo o Yellowstone, tais cláusulas foram inseridas em um momento anterior da trajetória da Brava Energia, quando a empresa ainda se encontrava em estágio inicial de desenvolvimento e o ambiente de mercado exigia mecanismos adicionais de proteção aos acionistas minoritários.
Assim, “considerando a atual maturidade da companhia, sua consolidação no mercado de petróleo e gás, e a evolução de sua base acionária, tais dispositivos podem representar entraves desnecessários à flexibilidade estratégica e à atração de novos investimentos”, comenta o fundo, em carta enviada à Brava Energia.
CEO da EDP prevê investimento com renovação de contrato de energia e vê lição no blecaute europeu
O apagão que atingiu a Europa no fim de abril deixou lições ao setor elétrico sobre a importância do investimento na transmissão entre países como Espanha e França. E o equivalente no Brasil seria a necessidade de apostar mais em transmissão para interligar estados do Norte e do Sul do país.
A avaliação é de Miguel Stilwell d’Andrade, CEO global da empresa de energia portuguesa EDP, que também cita a necessidade de elevar investimentos em armazenagem de baterias e tecnologias de gestão de redes. Uma das hipóteses levantadas no debate público sobre o tema foi uma falha de sistema de energia solar espanhol. Também se levantou questionamentos de que o fechamento de usinas convencionais, que utilizam carvão, poderia reduzir a resiliência do sistema diante de imprevistos.
No dia 26 de maio, a EDP anunciou a venda de uma última participação, de 20%, que possuía na usina a carvão de Pecém, no Ceará, ficando apenas na gestão do projeto de hidrogênio renovável presente no complexo local. (Folha de S. Paulo)
Energia é uma das três áreas que não devem ser ocupadas pela inteligência artificial, segundo Bill Gates
Em entrevista a Jimmy Fallon no The Tonight Show Starring, em março deste ano, Bill Gates, fundador da Microsoft, falou sobre a profunda transformação pela qual a humanidade está passando, caminhando para uma nova era em que ela não será mais indispensável em muitas áreas. Por isso, ele incentivou todos a se especializarem em três carreiras, em particular aquelas que, em sua opinião, dificilmente serão preenchidas pela IA.
Na opinião do executivo, as três áreas são biologia, programação e energia. Profissionais de energia são essenciais para atender às “necessidades imprevisíveis de um clima global em mudança”. Esta é uma área que não pode ser totalmente controlada pela Inteligência Artificial devido às decisões delicadas envolvidas: desde a gestão de usinas nucleares até redes elétricas e represas.
Pode haver riscos na forma como gerencia o fluxo e a demanda, e falta pensamento crítico em relação às necessidades da população. Embora seja útil para analisar dados, as políticas e decisões devem permanecer em mãos humanas. (O Globo)
PANORAMA DA MÍDIA
O Estado de S. Paulo: Embora o setor privado seja a favor da desburocratização das licenças ambientais, boa parte do empresariado brasileiro vê também riscos de aumento de judicialização, perda de investimentos e consequências ambientais e sociais negativas pela forma como tramitou no Congresso o projeto de lei que simplifica o licenciamento.
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Valor Econômico: Empresas muito endividadas têm avaliado novas alternativas para obter recursos e superar o período mais agudo do processo de reestruturação de seus negócios. Em meio ao cenário de juros elevados, que não deve ter alívio tão cedo, o aumento de capital tradicional não tem se mostrado uma saída possível para muitas delas.
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O Globo: O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira que o pacote de medidas de ajuste fiscal negociado com o Congresso deve contemplar um projeto de emenda à constituição (PEC), e um projeto de lei (PL), além de uma medida provisória (MP), caso seja necessário. Segundo ele, é um “plano robusto”, com um impacto estrutural sobre as contas públicas.
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Folha de S. Paulo: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) estudam receitas extras com petróleo de forma a dar alívio ao cenário de restrição orçamentária. Caso as medidas sigam adiante, a previsão é que seja possível elevar os ganhos para os cofres públicos em R$ 35 bilhões até o ano eleitoral de 2026.