Em entrevista à Agência Geocracia, reproduzida pela Agência Estado, a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum, disse acreditar que em até 10 anos o país já terá geradores eólicos instalados no mar.
A dirigente celebra a recente publicação da Portaria Interministerial MME/MMA nº 03/2022, que define as diretrizes para criação do Portal Único de Gestão do Uso das Áreas Offshore (PUG-offshore), ferramenta digital, on-line e pública, que cria um balcão único para acompanhamento de projetos a partir dessa modalidade de geração.
“O desenvolvimento de eólicas no mar é um projeto complexo, que envolve várias instituições e autorizações. Ter tudo isso organizado num balcão único dá transparência ao processo, ao mesmo tempo em que ordena e facilita”, diz Elbia.
Ela salienta, no entanto, que, hoje, o país está em fase de regulamentação e ainda será necessário detalhar os estudos ambientais já entregues ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o mapeamento das áreas, os leilões de cessão e, depois, os de energia.
“Há que se considerar, também, neste processo, a necessidade de desenvolvimento da infraestrutura de transmissão, as linhas de financiamento e a cadeia produtiva. Será, portanto, uma década de muito trabalho para todo o setor”.
Distribuidoras apoiam abertura do mercado de energia, mas alertam para custo de R$ 116bi, diz Abradee
As concessionárias de distribuição de energia manifestaram-se ontem (07/11), em nota à imprensa, a favor da ampliação do mercado livre. O segmento, representado pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), alerta, porém, para os impactos nas contas de luz entre os anos de 2026 e 2040, “caso não sejam tomadas medidas de ajuste no arcabouço legal do setor”, conforme informação do Valor Econômico.
Esses impactos, destaca a Abradee, “devem ser evitados por meio de instrumentos legais que, caso não sejam implementados antes da abertura do mercado de baixa tensão, poderão trazer custos totais às tarifas de até R$ 116 bilhões aos consumidores, sendo R$ 73 bilhões exclusivamente ao mercado regulado (das distribuidoras, com custo da energia definido por tarifa)”, destacou a associação.
De acordo com a entidade, o custo adicional pode vir dos riscos de “sobrecontratação” (sobra de energia dos contratos pelo governo); os custos de usinas termelétricas (o chamado lastro que cobrado apenas das distribuidoras); e os subsídios aos usuários que compram energia proveniente de fontes de incentivadas no mercado livre.
Gasolina sobe pela quarta semana seguida e fica perto de R$ 5, diz ANP
O preço médio da gasolina comum subiu pela quarta semana consecutiva nos postos do Brasil, indicou pesquisa divulgada ontem (07/11) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O litro foi vendido por R$ 4,98 na semana passada (30 de outubro a 5 de novembro). É uma alta de 1,4%, ou R$ 0,07 a mais, em relação aos sete dias anteriores (23 a 29 de outubro), quando o combustível estava em R$ 4,91. (Folha de S. Paulo)
Aquecimento global derreterá todo o gelo do Ártico até 2050, alertam pesquisadores
A mudança climática está derretendo rapidamente as regiões mais congeladas do mundo e que, até 2050, todo o gelo marinho do Ártico desaparecerá no verõ, alertam pesquisadores em relatório divulgado pela International Cryosphere Climate Initiative (ICCI).
Após os oito anos mais quentes já registrados no planeta, o relatório mostra que há evidências crescentes de que as regiões geladas do mundo estão derretendo – e muito mais rapidamente do que os cientistas esperavam. Com temperaturas cada vez mais altas, o gelo se derrete e se junta à água dos oceanos.
Com as mudanças climáticas, a cobertura de gelo no Ártico está em declínio, recuando mais e expandindo menos a cada ano que passa. Apesar disso, o Ártico ainda permanece congelado, mesmo no verão. Porém, as previsões não são otimistas, de acordo com o relatório do ICCI. (Valor Econômico)
Siemens Energy paga 4 bilhões de euros e assume controle total da Gamesa
A Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV), órgão que supervisiona o mercado de ações espanhol, autorizou ontem (07/11) a oferta da Siemens Energy de 4,05 bilhões de euros pela totalidade da fabricante de aerogeradores Siemens Gamesa.
A oferta destina-se a 100% do capital social da Gamesa, composto por 681.143.382 ações, cada uma com o valor nominal de 0,17 euro, cotadas nas Bolsas de Madri, Barcelona, Bilbao e Valência e negociadas no Sistema de Cotações Automatizadas. Segundo os termos apresentados, os minoritários receberão 18,05 euros por ação em dinheiro. São cerca de 33% do capital social da fabricante de aerogeradores (224.291.499 ações) que estão nas mãos de acionistas. No entanto, estão excluídas 456.851.883 ações, representativas a, aproximadamente, 67% do capital social que se encontram nas mãos das Energy e imobilizadas. (Valor Econômico)
Ataques da Rússia fazem Ucrânia encarar inverno no escuro
A mudança tática da Rússia na guerra da Ucrânia, concentrando ataques na infraestrutura energética enquanto se prepara para a grande batalha pela região de Kherson (sul), ameaça fazer o país invadido em fevereiro passar o inverno no escuro, informa a Folha de S. Paulo.
As forças de Vladimir Putin passaram a alvejar com mísseis centrais elétricas e redes de distribuição ucranianas desde o começo do mês passado, quando Kiev promoveu um ataque bem-sucedido contra a simbólica megaponte que liga a Rússia à Crimeia, região anexada em 2014. Segundo disse no domingo (06/11) o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, o país já enfrenta um déficit de 32% de sua capacidade energética, com quase 60% das instalações afetadas em algum momento.
A Rússia, disse, “está concentrando forças e meios para uma repetição dos ataques maciços contra a infraestrutura, primariamente energética”. Ontem (07/11), a temperatura mínima na cidade era de 4 ºC e, quando o inverno do Hemisfério Norte chegar, em 21 de dezembro, estará abaixo de zero. Sem energia, não há aquecedores elétricos ou água corrente.
PANORAMA DA MÍDIA
O jornal O Globo informa que a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva planeja um conjunto de mecanismos para alterar a política de preços da Petrobras em 2023 e reduzir o impacto da cotação internacional do petróleo nas bombas dos postos de combustíveis no Brasil. Segundo fontes que acompanham o processo, a ideia é substituir a atual paridade de preço internacional (PPI) — pela qual o valor da gasolina e do diesel no mercado interno acompanha as oscilações do barril no exterior e do câmbio — por uma “política nacional de preços”, mas com calibragem regional.
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Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo indica que a Câmara dos Deputados está com uma “pauta bomba” engatilhada até o final do ano que pode tirar mais de R$ 100 bilhões de arrecadação do Orçamento da União, dos estados e dos municípios em 2023.
Um dos projetos eleva os limites para enquadramento de microempreendedores individuais (MEI) e empresas pelo Simples Nacional, o que pode levar a uma perda anual de R$ 66 bilhões em tributos. O cálculo foi apresentado em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação pela Receita Federal, que se posicionou contra o projeto. O segundo projeto trata da correção de R$ 1,9 mil para R$ 5,2 mil da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), tributo cuja arrecadação também é dividida pela União com estados e municípios. A alteração pode superar R$ 30 bilhões, a depender da forma de ajuste da tabela.
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A Folha de S. Paulo traz como principal destaque da edição desta terça-feira (08/11) os trabalhos da equipe de transição do governo eleito. De acordo com a reportagem, a equipe quer reunir um grupo amplo, que inclua de liberais ao deputado eleito Guilherme Boulos (PSOL).
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O Valor Econômico informa que as necessidades impostas pela pandemia de covid, os estímulos fiscais e monetários oferecidos pelo governo para enfrentar a crise sanitária e a posterior elevação dos juros fizeram com que os lares brasileiros batessem recorde de endividamento, afetando principalmente as famílias de baixa renda. De acordo com pesquisadores do FGV Ibre, esse cenário é um grande desafio para o próximo governo. Dos quase R$ 3 trilhões da carteira de crédito das pessoas físicas em julho – último dado do Sistema Central de Riscos do Banco Central –, a alta renda concentrava 49%, enquanto 19% estavam na baixa renda. Apesar disso, os mais pobres respondiam por 37% da carteira inadimplente e a alta renda, por 24%.