O processo de habilitação para o leilão de termelétricas aprovado com a privatização da Eletrobras já foi concluído, informou ontem (27/09) o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral. Mas, diferentemente dos demais leilões realizados pela autarquia, o número de habilitados não será divulgado, conforme explica o jornal O Estado de S. Paulo.
”Há vários ineditismos nesse leilão. Ele decorreu de um processo de aprovação legal e trouxe elementos de preferência da origem do gás natural, trouxe novidades em relação aos outros leilões, mas não tenho capacidade agora para fazer um prognóstico”, disse Barral, após participar de painel na 20.ª edição da Rio, Oil & Gas, feira do setor de petróleo e gás natural que está sendo realizada no Rio de Janeiro.
O leilão será realizado sexta-feira (30/09), e vai colocar em disputa uma capacidade de 2 gigawatts (GW) de térmicas a gás natural nos estados do Piauí e do Maranhão e na Região Norte.
ONG entra na Justiça para suspender leilão de térmicas
A Folha de S. Paulo informa que o Instituto Internacional Arayara entrou com ação civil na Justiça Federal em Brasília pedindo a suspensão do leilão de térmicas a gás, marcado para esta sexta-feira (30/09). O instituto questiona os custos financeiros e ambientais dessas usinas.
O leilão faz parte de uma série que deve instalar no Brasil 8 GW (gigawatts) de empreendimentos movidos a gás natural. A exigência foi incluída no projeto de lei de privatização da Eletrobras por meio de emendas parlamentares que receberam forte oposição do mercado e de órgãos públicos do setor de energia.
O questionamento geral é que a lei não segue a lógica técnica ao determinar a instalação dos projetos onde não há gasodutos para levar gás ou redes para transmitir a energia aos centros consumidores. No entanto, a construção dessas térmicas se tornou uma exigência por força de lobby no Congresso. Essas usinas a gás vão atuar como reserva de capacidade e vão ficar ligadas quase que em tempo integral, emitindo gases de efeito estufa e gerando despesa para os consumidores, mesmo quando os reservatórios das hidrelétricas estiverem cheios.
MME e EPE publicam cadernos de preços internacionais de petróleo e de derivados do PDE 2032
O caderno de projeções dos preços internacionais de petróleo e o caderno de preços internacionais de derivados de petróleo, ambos como parte de estudo suplementar do Plano Decenal de Expansão de Energia 2032 (PDE 2032), foram elaborados pela Superintendência de Derivados de Petróleo e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em conformidade com diretrizes do Ministério de Minas e Energia (MME).
O caderno aborda a conjuntura da indústria mundial, com destaque para oferta e demanda global; o histórico dos preços; e os impactos gerados pelo conflito sobre as exportações da Rússia e a produção de petróleo russo. A publicação também mostra as projeções de preços de petróleo no curto prazo e no horizonte decenal.
Para o curto prazo, os destaques são a predisposição da Opep+ a regular o mercado, mudanças climáticas e transição energética, investimentos globais em upstream e disciplina financeira, preço real histórico do petróleo, estoques comerciais de petróleo e projeções para o petróleo Brent. Em relação ao próximo decênio, dentre outros aspectos, são abordadas a transição energética e a demanda de longo prazo, a adoção de veículos elétricos e a escassez de minerais críticos, e a pandemia de covid-19 e seus impactos na oferta.
Já o caderno de preços internacionais de derivados apresenta dados sobre óleo diesel, querosene de aviação (QAV), gasolina, nafta, gás liquefeito de petróleo (GLP), óleo combustível, além da consolidação das projeções de preços de petróleo e derivados. (Fonte: EPE)
Alemanha vai estender vida útil de duas usinas nucleares
O governo da Alemanha planeja manter duas das três usinas nucleares restantes do país funcionando até meados de abril para ajudar a evitar uma possível escassez de energia durante o inverno, segundo informação do Ministério da Economia e Energia local. O anúncio feito ontem (27/09) é mais um indício de que o governo alemão retrocedeu em sua política para acabar com a geração de energia nuclear do país até o final do ano.
A decisão foi anunciada após dados de testes feitos por fornecedores nucleares da França indicarem que a escassez de energia pode ser mais severa do que o esperado neste inverno. (Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
No último debate entre os principais candidatos ao governo do estado de São Paulo realizado ontem (27/09) pela TV Globo, Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) fizeram do governador Rodrigo Garcia (PSDB) o principal alvo para chegar ao segundo turno da eleição. De acordo com a última pesquisa Ipec divulgada ontem, Haddad está na liderança da corrida estadual, com 34% das intenções de votos, seguido por Tarcísio, com 24%, e Garcia com 19%. (O Estado de S. Paulo)
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Pesquisa Ipec mostra que o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), com 38% das intenções de voto no estado, ampliou para 13 pontos a vantagem sobre Marcelo Freixo (PSB), que oscilou dois pontos para baixo e tem 25%. (O Globo)
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ontem (27/09) que o “pessoal da Polícia Federal” que pediu a quebra de sigilo bancário de seu principal ajudante de ordem, tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, “come na mão” do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele disse ainda que Moraes “ultrapassou todos os limites” com a decisão que autorizou a quebra de sigilo, por ter atingido gastos de sua esposa. (Folha de S. Paulo)
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Reportagem publicada hoje (28/09) pelo Valor Econômico indica que o poder do Congresso Nacional sobre as verbas da Saúde aumentou significativamente nos últimos anos. Hoje, a cada R$ 10 gastos pelo governo federal na área, deputados e senadores controlam R$ 1,10. Há oito anos, decidiam o destino de R$ 0,20. Desse total, cerca de 85% vão para custeio e só 15% são investimentos. Neste ano, as emendas representaram três vezes mais que os recursos para investimentos pelo Ministério da Saúde, de R$ 4,7 bilhões, destaca a reportagem.