O ministro Paulo Guedes voltou a defender a privatização de ativos da União, em seminário realizado ontem (15/03) na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. Promovido pelo Comitê de Cooperação Empresarial da fundação, o evento – “A nova Economia Liberal” – contou com a participação de economistas em postos de liderança no governo, além dos presidentes da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
Em seu discurso a favor de privatizações, Paulo Guedes disse que os ativos da União, entre eles as principais empresas estatais, inclusive as não listadas em Bolsa, somados aos imóveis, poderiam render R$ 1,2 trilhão aos cofres públicos. Os discursos no evento ficaram mais no campo do ideal defendido pelos participantes. Alguns deles, no entanto, deram indicações do que poderá ser, efetivamente, realizado.
Foi o caso do presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Segundo ele, algumas operações do banco serão vendidas. Guimarães citou, por exemplo, a Caixa Seguridade, informando que a privatização está prevista para setembro. A venda das operações de cartões, gestão de ativos e loterias também estão na agenda.
Já o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que a petroleira pode vender até US$ 40 bilhões dos seus ativos em um ano. A empresa projeta desfazer-se de US$10 bilhões em ativos nos primeiros quatro meses do ano, e “três ou quatro vezes mais” nos próximos 12 meses.
Sobre a Petrobras, o ministro Paulo Guedes acenou com a intenção de mudar a distribuição da riqueza oriunda da exploração do petróleo na camada do pré-sal, aumentando a parcela para estados e municípios. A ideia, segundo o ministro, é inverter a atual proporção de 30% dos recursos para estados e municípios e 70% para a União.
Parte do evento na FGV já havia sido divulgada ontem à tarde, por alguns canais de internet. Hoje, grandes jornais, como a Folha de S. Paulo, trouxeram ampla cobertura das palestras.
Ações do setor de serviços públicos têm bom potencial
O jornal O Estado de S. Paulo publicou matéria sobre as expectativas do mercado em relação ao desempenho das ações do setor conhecido como “utilities”, que envolve empresas de serviços públicos como energia elétrica e saneamento básico. Segundo analistas entrevistados pelo jornal, a perspectiva positiva se justifica com possíveis privatizações, já que o segmento tem alta participação de estatais, e também pela retomada da atividade econômica, que deve beneficiar principalmente o setor de energia.
Atuação da Comerc no RS
O jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul, traz uma nota em sua editoria de Economia, sobre o desempenho da Comerc Energia no estado. A informação é que a empresa elevou em 40% sua base de clientes em dois anos, com a redução de gastos em energia para seus parceiros.
Pessoas físicas têm financiamento para projetos de energia solar
O jornal A Tarde, de Salvador, informa que o Banco do Nordeste acaba de criar uma linha de crédito específica para consumidores (pessoas físicas) interessados em financiamento para instalação de energia elétrica renovável em suas casas. Trata-se da linha de crédito FNE Sol, exclusivo para energia solar fotovoltaica.
A reportagem ressalta que, atualmente, esse tipo de financiamento já é oferecido pelo Construcard, da Caixa Econômica Federal, embora não seja exclusivo para energia. O Banco do Brasil também libera crédito semelhante para produtores rurais e cooperativas.
PANORAMA DA MÍDIA
O leilão de aeroportos realizado ontem (15/03) teve forte participação de empresas estrangeiras e arrecadação acima do esperado. A concessão de 12 aeroportos, que atendem 20 milhões de passageiros, rendeu R$ 2,4 bilhões. O ágio médio chegou a 986%, destaca a Folha de S. Paulo. O jornal O Globo informa que os vencedores planejam construir pistas e ampliar voos.
O Estado de S. Paulo publicou, como matéria de primeira página, declarações do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, para quem há, no país, um “movimento para assassinar reputações”. Segundo ele, “ações nas redes sociais atingem todas as instituições e é necessário evitar que se torne uma epidemia”. O ministro abriu inquérito para investigar ameaças à Corte.