
O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) não descarta que o etanol entre na pauta de negociação com os Estados Unidos como forma de buscar alternativas à tarifa de 50% anunciada por Donald Trump. O titular da pasta defende, no entanto, que o Brasil mantenha as taxas impostas ao produto americano.
A tarifa de 18% sobre o etanol americano está entre as principais reclamações dos EUA, que colocaram o tema sob investigação neste mês. Silveira diz, no entanto, que o percentual está em equilíbrio com as taxas americanas aplicadas ao açúcar brasileiro – que faz parte da mesma cadeia de produção, a da cana.
“As taxas do etanol têm que ser mantidas”, afirmou em entrevista ao C-Level, videocast semanal da Folha de S. Paulo, ressaltando que as negociações são lideradas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. “Naturalmente, vou defender que se mantenha a estabilidade da taxa, até porque o etanol é muito importante para o Nordeste brasileiro.”
Receitas do petróleo salvam orçamento do governo de contingenciamento
O aumento da arrecadação prevista com o setor de petróleo e gás em 2025 ajudou o governo a reduzir o congelamento de gastos e liberar R$ 20,6 bilhões do Orçamento de 2025.
Os dados são do boletim bimestral de receitas e despesas dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, divulgado na terça-feira (22/7). Com isso, o orçamento de agências e ministérios poderá ser destravado a partir de agosto.
Ao todo, houve um aumento de R$ 17,9 bilhões nas receitas estimadas para o petróleo e gás este ano, impulsionadas sobretudo pelo leilão dos volumes de petróleo ainda não contratados em áreas já concedidas do pré-sal. (Agência Eixos)
De Exxon a Shell: analistas projetam menor lucro trimestral em quatro anos para petroleiras
Reportagem da Bloomberg Línea indica que as gigantes globais de petróleo devem registrar seus menores lucros trimestrais em quatro anos, depois que a geopolítica sacudiu os preços e deixou alguns de seus operadores no lado errado da volatilidade.
O petróleo subiu 31% em um período de sete semanas em maio e junho, depois despencou para encerrar o trimestre 10% abaixo de onde começou, enquanto a guerra comercial do presidente Donald Trump e os aumentos de oferta da Opep+ superaram o impulso dos ataques israelenses e americanos ao Irã.
As oscilações bruscas causaram desempenhos divergentes na Shell e na BP, que têm divisões de trading maiores do que suas rivais americanas. A Shell alertou no início deste mês sobre lucros de trading “significativamente menores”, enquanto a BP orientou para lucros “fortes” de seus operadores de petróleo, oferecendo um impulso muito necessário para o CEO Murray Auchincloss.
No geral, a previsão é de que os lucros combinados do segundo trimestre da Exxon Mobil, Chevron, Shell, TotalEnergies e BP caiam 12% em relação ao período anterior, para US$ 19,88 bilhões, segundo estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg.
Neoenergia tem lucro de R$ 1,6 bilhão no 2º trimestre
A Neoenergia teve lucro líquido de R$ 1,6 bilhão no 2º trimestre de 2025, segundo o relatório de demonstrações financeiras intermediárias da empresa divulgado ontem (23/7) – para ler o documento, acesse aqui. Segundo o documento, o crescimento na base de clientes da empresa fez com que o resultado líquido crescesse 100% em relação ao mesmo trimestre de 2024. (Poder 360 Energia)
Volume comercial de importação de painéis solares cai 39% entre 2024 e 2025
O volume comercial de importação de painéis solares no primeiro semestre de 2025 apresentou uma queda de US$ 566 milhões em comparação ao mesmo período de 2024. O montante comercializado caiu de US$ 1,463 bilhão para US$ 897 milhões – redução de 39%, segundo o mais recente indicador divulgado pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Embora não disponha de estatísticas quanto às quantidades de equipamentos que ingressaram no país em ambos os períodos, a entidade atribui essa significativa variação negativa de valores, principalmente, a uma substancial queda de preços verificada no mercado global. A Abinee estima que, de 2023 até o momento, os preços dos módulos fotovoltaicos caíram em torno de 60%. (Canal Solar)
Calor recorde provoca risco de blecautes e alertas à saúde na China
O governo da China alertou ontem (23/7) sobre a possibilidade de um blecaute no país por conta da sobrecarga do sistema de energia elétrica causada pelas altas temperaturas. A demanda de energia ultrapassou 1,5 bilhão de quilowatts pela primeira vez na semana passada, segundo as autoridades de energia, o que representa o terceiro recorde sucessivo para a China neste mês, quando também foi emitido o primeiro alerta nacional sobre os riscos à saúde relacionados ao calor.
“O clima de alta temperatura terá um impacto sobre a geração e o fornecimento de energia”, disse Chen Hui, autoridade da área de meteorologia, em uma coletiva de imprensa realizada ontem. Ele acrescentou que isso afetaria a produção de energia hidrelétrica e reduziria a eficiência da geração fotovoltaica. (Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
Folha de S. Paulo: A nove dias do final do prazo para o governo dos Estados Unidos aplicar sobretaxas de 50% sobre produtos importados do Brasil anunciada por Donald Trump, os canais de negociação formais entre o governo brasileiro e o americano seguem fechados.
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O Estado de S. Paulo: Agro calcula perda de US$ 5,8 bi em vendas aos EUA com tarifaço.
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O Globo: A perspectiva de um acordo entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE) e o entendimento selado na véspera pelo governo de Donald Trump com o Japão levaram a um dia de valorização nas Bolsas globais. No Brasil, o Ibovespa, índice de referência dos investidores, subiu 0,99%, a 135.368 pontos, o maior avanço desde o início do mês. No mercado de câmbio, o dólar recuou 0,8%, a R$ 5,52.
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Valor Econômico: Um dia após anunciar acordo com o Japão, os Estados Unidos se encaminham para fechar pacto comercial com a União Europeia (UE) – para o qual a alíquota de 15% já teria sido acertada -, em novo impulso às negociações tarifárias da Casa Branca às vésperas do fim do prazo de 1º de agosto fixado pelo presidente Donald Trump.