A dinamarquesa European Energy, de energia eólica e solar, se prepara para entrar no mercado privado de energia renovável do Brasil, informa o Valor Econômico. Thiago Arruda, diretor de desenvolvimento de negócios para América Latina, disse que a empresa está com negociações avançadas para firmar dois contratos com clientes em Pernambuco e na Bahia. Em paralelo, a companhia quer ampliar sua presença no mercado regulado, participando dos próximos leilões.
Para Arruda, o mercado livre de energia passa por um amadurecimento no país. “Com as empresas buscando matriz de energia limpa, há disposição para contratos mais longos, o que facilita a busca de financiamento para atuação no mercado livre”, afirmou.
A European Energy entrou no mercado regulado no Brasil em 2017, quando venceu dois leilões. Com capacidade de ofertar 90 megawatts (MW), já construiu o primeiro parque solar – Coremas, na Paraíba –, com investimento de R$ 480 milhões, sendo R$ 287 milhões financiados pelo Banco do Nordeste. Houve ainda aporte de capital minoritário do fundo do governo da Dinamarca.
Em fevereiro, a empresa começará a implementação do primeiro empreendimento em geração eólica, o parque Ouro Branco Quatro Ventos, em Macaparana e Poção, no interior de Pernambuco, com investimento de R$ 510 milhões.
Nova regra sobre CBios ficará para 2021
O Valor Econômico informa que as mudanças nas regras de contabilização das metas de descarbonização do RenovaBio, sugeridas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), vão ficar para 2021.
A agência propôs flexibilizar as metas das distribuidoras após pressão do segmento diante da volatilidade dos preços dos Créditos de Descarbonização (CBios) na B3 este ano. Cada CBio – que é usado para estabelecer as metas – equivale a uma tonelada de carbono não emitido com a substituição de combustível fóssil por biocombustível. Neste ano, o comércio de CBios movimentou mais de R$ 1 bilhão.
A ANP divulgou ontem (29/12) os alvos preliminares que cada distribuidora terá que cumprir em 2021, com base na participação nas vendas de combustíveis de janeiro a outubro deste ano e na meta geral para 2021, de 24,86 milhões de CBios. Porém, a agência ainda não definiu como será a flexibilização diante dos CBios adquiridos por partes não-obrigadas.
Especial Grandes Grupos
O Valor Econômico traz encartada nesta quarta-feira (30/12), a 19ª edição da revista Grandes Grupos, exclusiva para assinantes. A revista apresenta os organogramas dos 200 maiores conglomerados que atuam no Brasil, classificados em um ranking por ordem de receita bruta, com base nos balanços de 2019.
Pelo período analisado, os números ainda não refletem os efeitos da paralisação da economia, provocada pela pandemia de covid-19, mas já é possível antever as dificuldades que se materializaram em 2020. A revista traz, ainda, uma série de análises setoriais.
Geração fotovoltaica dobra no RS em 2020
Reportagem publicada hoje (30/12) pelo Jornal do Comércio, do Rio Grande do Sul, mostra que nem mesmo a pandemia de covid-19 impediu que a geração de energia solar no estado fechasse o ano de 2020 com um crescimento expressivo.
A diretora da Solled Energia e coordenadora estadual da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), Mara Schwengber, informa que a capacidade instalada de sistemas fotovoltaicos gaúchos em janeiro de 2020 era de 266 MW e a potência da geração distribuída no estado (produção de energia pelo próprio consumidor, modelo que é 97% sustentado pela fonte solar) na última semana de dezembro chegou à casa de 546 MW, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
De acordo com a reportagem, o Rio Grande do Sul finaliza o ano superado apenas por Minas Gerais, com 858 MW, e São Paulo, com 551 MW. “Para 2021, e para os próximos anos, esperamos um crescimento exponencial, se tivermos uma segurança regulatória e não houver mudanças que prejudiquem o setor”, afirma a diretora da Absolar.
Ela ressalta que a tendência é que cada vez mais o uso da energia solar seja pulverizado no estado. Atualmente, as cidades gaúchas que mais se aproveitam desse recurso são Caxias do Sul (com 19,2 MW de capacidade instalada), Santa Cruz do Sul (16,1 MW) e Porto Alegre (14,4 W).
Concorrentes da Petrobras dobram produção até 2025
Enquanto a Petrobras prevê manter estável a curva de produção de petróleo da empresa a partir de 2022, o volume produzido pelas demais petroleiras, no Brasil, deve mais que dobrar nos próximos anos, informa o Valor Econômico.
O programa de venda de ativos da estatal e os novos projetos do pré-sal têm capacidade para incorporar, até 2025, pelo menos mais de 900 mil barris diários ao portfólio de um grupo bastante heterogêneo que inclui desde pequenos produtores nacionais às grandes multinacionais e que produz, hoje, cerca de 780 mil barris/dia.
Equinor, ExxonMobil, Petrogal, Shell, Total, além das chinesas CNOOC e CNPC, são algumas das companhias que devem fortalecer presenças no Brasil, nos próximos cinco anos. Atualmente, a estatal representa 74% de todo o volume de petróleo produzido no país, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Como a petroleira brasileira pretende manter a produção estável, a tendência é que a companhia perca participação de mercado.
PANORAMA DA MÍDIA
Os jornais O Globo e Folha de S. Paulo destacam que o mercado de trabalho reagiu em outubro, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), divulgada ontem (29/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de desemprego recuou de 14,6% para 14,3% no trimestre encerrado em outubro, na primeira queda no ano. Foram abertas 2,3 milhões de vagas nesse período. O Globo mostra que o número, porém, é insuficiente para compensar a perda de 7,3 milhões de postos de trabalho entre fevereiro e outubro, pelos cálculos da LCA Consultores.
A reportagem da Folha explica que a piora do desemprego reflete o aumento do número de brasileiros que decidiram ir às ruas em busca de uma vaga após o relaxamento das medidas de distanciamento social adotadas no período mais duro da pandemia. A estatística do IBGE considera desempregada a pessoa que procurou trabalho na semana da pesquisa.
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O principal destaque da edição de hoje (30/12) do jornal O Estado de S. Paulo é a disputa na Justiça por causa das festas privadas de réveillon em momento de alta do número de infecções pelo novo coronavírus.
Enquanto as infecções pela covid-19 aumentam, especialistas reforçam recomendações de distanciamento social. Na contramão, cidades turísticas pelo país recebem festas, muitas delas clandestinas, com centenas e até milhares de frequentadores no feriado do réveillon.
A realização de eventos do tipo tem se tornado uma guerra na Justiça, com disputas entre organizadores de festas, promotores do Ministério Público e governos. Na maior parte dos casos, atrações públicas de ano-novo foram canceladas.
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O Valor Econômico informa que, com a pandemia e uma inflação inesperadamente alta, só as apostas de alto risco foram vitoriosas em 2020. Os ativos de proteção como ouro, euro e dólar – indicados para investidores profissionais – foram de longe os que tiveram maiores rendimentos no ano.
A virada mais importante, esperada por um número recorde de investidores atraídos para as ações, foi a da Bolsa de Valores. O Ibovespa começou o ano no pico, foi para o fundo do poço já em março, com a irrupção da covid-19, mas reagiu com força em novembro e dezembro (valorização de 27%) até voltar ao azul, com alta de 3,25% até ontem, penúltimo pregão do ano.