O jornal O Globo analisou todos os registros de interrupções no fornecimento de energia reportados pela Enel-SP à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2023 e constatou que a concessionária responsável pela distribuição de energia na capital de São Paulo e em mais 23 cidades da Região Metropolitana registrou 339.993 quedas de energia não programadas ao longo do ano passado.
O número supera em 37% a média dos anos anteriores (de 248 mil ocorrências entre 2018 e 2022) e equivale a uma interrupção a cada um minuto e 32 segundos na área de atuação da empresa, que apontou “vento” e “árvore ou vegetação” como os principais causadores das falhas.
De acordo com a análise do Globo, novembro teve o maior número de ocorrências (40.963) e também o maior tempo médio para normalização dos serviços após as quedas: os clientes da distribuidora que enfrentaram problemas naquele mês ficaram, em média, quase 19 horas no escuro.
Após colapso de 2023, Enel destina US$ 3 bilhões para manutenção de rede
Em entrevista ao Valor Econômico, o novo presidente da Enel Brasil, Antônio Scala, quebra o silêncio e fala pela primeira vez sobre os episódios de apagões que afetaram suas distribuidoras, deixando 2,1 milhões de consumidores sem luz por dias em São Paulo após as fortes chuvas de novembro, além de diversas cidades do interior do Rio de Janeiro.
A companhia, que atribui a queda de energia em suas áreas de concessões a eventos climáticos extremos – e não à falta de manutenção da rede –, disse ao Valor que o plano de investimento será de US$ 3,6 bilhões (cerca de R$ 18 bilhões) de 2024 a 2026. Scala contou que 80% desses recursos serão destinados ao aprimoramento da infraestrutura de distribuição de energia nas concessões de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
Segundo o executivo, o aporte já estava previsto antes da crise e tinha como foco dar mais robustez à rede e também ao contexto da renovação das concessões das distribuidoras nos próximos anos. A diferença é que a fatia para manutenção aumentou de 53% para 80%.
ONS estima crescimento na demanda de carga no SIN em todos os subsistemas
O boletim do Programa Mensal de Operação (PMO), referente à semana operativa entre os dias 2 a 8 de março, apresenta a primeira revisão das estimativas para o final do mês. Os resultados apontam para uma aceleração da carga no SIN e em todo o Brasil.
O primeiro registro é de avanço de 4,4% (82.881 MWmed). Entre os submercados, a expansão mais expressiva é esperada para o Norte, 8,0% (7.451 MWmed), seguido pelo Nordeste, 5,8% (13.129 MWmed). O crescimento no Sudeste/Centro-Oeste e no Sul é de 4,5% (47.559 MWmed) e de 1,0% (14.742 MWmed), respectivamente. Os números são comparações entre as perspectivas de março de 2024 e o mesmo período de 2023.
As projeções para Energia Natural Afluente (ENA) seguem inferiores à média histórica para o período tipicamente úmido em curso e registraram um declínio em três subsistemas antes os resultados apurados anteriormente. Para 31 de março, a ENA deve atingir 60% da Média de Longo Termo (MLT) no Sudeste/Centro-Oeste, ante 69% previstos. A possibilidade de redução também é observada no Norte, com ENA indicada em 95% da MLT (110%), e no Nordeste, com 54% da MLT (64%). A exceção é o subsistema Sul, cuja ENA para o final do mês pode ser de 112% da MLT (76%).
Com relação à Energia Armazenada (EAR), as perspectivas indicam a possibilidade de todas as regiões atingirem níveis superiores a 60% ao final de março. O indicador mais elevado deve ser registrado no Norte com 96,3%; seguido pelo Nordeste com 70,8%; o Sudeste/Centro-Oeste com 66,7% e pelo subsistema Sul com 60,7%. O Custo Marginal de Operação (CMO) está em R$ 0,04 e é o mesmo para os quatro subsistemas. (Fonte: ONS)
ONS informa mudança nas regras dos serviços de transmissão da Aneel
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anunciou na sexta-feira (1/3) que começam a valer novas regras de outorga, acesso e contratação para as centrais geradoras de energia. As alterações foram estabelecidas pela resolução normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nº 1.069/2023, que modificou o módulo 5 das regras dos serviços de transmissão da Agência.
Essas mudanças tiveram como objetivo atualizar a regulamentação de acesso à transmissão no cenário de expansão de geradores eólicos e fotovoltaicos. Algumas das principais alterações incluem as novas diretrizes relacionadas à inversão de fases para obtenção da outorga, modificações nas regras de início de execução dos Contratos de Uso do Sistema de Transmissão (CUST), reduções dos Montantes de Uso do Sistema de Transmissão (MUST), postergação de MUST, entre outras.
O ONS ressalta a importância dos agentes do setor se manterem atualizados e com os processos internos aderentes às normas em vigor. (Fonte: ONS)
Futuro da marca BR ainda é incerto para a Vibra
O presidente da Vibra (ex-BR Distribuidora), Ernesto Pousada, disse na semana passada que ainda não há certeza se a empresa vai perder o direito de uso da marca BR. Desde que a Petrobras notificou a companhia, no início de janeiro, de que não tem interesse em renovar a licença de uso além do contrato atual, que se encerra em 28 de junho de 2029, há dúvidas no mercado sobre como será o futuro do uso da marca.
“Nós seguimos promovendo a marca da Petrobras, modernizando e isso é feito de anos em anos. Temos de aguardar. Ainda não é certeza se vamos perdê-la”, disse Pousada a jornalistas em convenção de revendedores da Vibra. (Valor Econômico)
Diretor da Petrobras é suspeito de “fabricar” greve para forçar contrato com prejuízo de R$ 500 milhões
Reportagem publicada sábado (2/3) no blog de Malu Gaspar, do jornal O Globo, informa que a sindicância interna da Petrobras sobre um contrato que traria um rombo de R$ 500 milhões à companhia investiga se o diretor responsável pelas negociações, William França, cogitou simular uma greve nas unidades de fertilizantes da Unigel para forçar a assinatura do negócio.
De acordo com fontes da reportagem, o diretor teria escrito em um chat do aplicativo para reuniões virtuais Microsoft Teams que seria preciso “marretar” uma greve para sustentar que era preciso fechar o contrato porque, do contrário, as fábricas seriam fechadas e poderia haver reação sindical e movimento grevista na petroleira. França é diretor-executivo de Processos Industriais. Atualmente, é também presidente do conselho de administração da Transpetro.
Ainda de acordo com a reportagem o canal de compliance da estatal recebeu denúncias de que integrantes da gestão da companhia estariam pressionando os subordinados para fechar o negócio, apesar de a área técnica da empresa ter apontado o risco de prejuízo. O contrato sob suspeita foi fechado em 29 de dezembro de 2023, no momento em que as duas fábricas de fertilizantes da Petrobras arrendadas à Unigel em 2019 estavam paralisadas por dificuldades financeiras.
Petrobras esclarece sobre notícia do jornal O Globo
Em relação à matéria publicada neste sábado (2/3) no blog de Malu Gaspar (O Globo), a Petrobras reitera que a celebração do contrato de serviço de Tolling com a Unigel seguiu o limite de competência previsto nas normas internas vigentes para aprovação dos contratos de serviço. O valor do contrato de serviço citado está dentro do limite de aprovação do responsável pela área e passou por todas as instâncias prévias de anuência e validação. Portanto, o sistema de governança foi integralmente respeitado.
Cabe também esclarecer que o diretor William França nunca foi dirigente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), como equivocadamente afirma a matéria. William é funcionário de carreira da Petrobras há mais de 30 anos, com vasta experiência no segmento de refino, onde ocupou vários cargos de gestão.
Conforme já informado ao mercado, o contrato de serviço com a Unigel tem caráter provisório e visa a permitir a continuidade da operação das plantas localizadas em Sergipe e Bahia, que pertencem à Petrobras, por oito meses, sem prorrogação. O contrato de serviço temporário de Tolling se mostrou a melhor alternativa entre as disponíveis, considerando a situação atual das plantas e os cenários de risco.
A operação de tolling (serviço de processamento de gás com vista à produção de ureia e amônia) ainda será ativada, não tendo havido até o momento nenhum desembolso por parte da Petrobras. A intenção das partes signatárias é, durante a vigência desse contrato, trabalhar conjuntamente na discussão e execução de um modelo de negócios sustentável para essas duas plantas no longo prazo. (Agência Petrobras)
Petrobras nega afastamento de diretores sobre caso Unigel e mantém calendário de balanço
A Petrobras negou, no fim da tarde desta sexta-feira (1), que a auditoria KPMG tenha pedido o afastamento de diretores para realizar apurações sobre o contrato com a Unigel. Segundo a companhia, o contrato de “tolling” com a Unigel respeitou o sistema de governança da estatal. O calendário de balanço da companhia, com divulgação prevista para 7 de março, está mantido, diz a Petrobras no comunicado. (Valor Econômico)
Esclarecimento sobre contrato com a Unigel
Em comunicado publicado na sexta-feira (1/3) pela Agência Petrobras, a estatal afirma que a celebração do contrato de Tolling com a Unigel respeitou o sistema de governança da empresa e todos os trâmites e procedimentos pertinentes, inclusive quanto ao limite de competência previsto nas normas internas vigentes para aprovação dos contratos de serviço.
De acordo com o comunicado, o valor do contrato citado está dentro do limite de aprovação do responsável pela área e passou por todas as instâncias prévias de anuência e validação. Portanto, o sistema de governança foi integralmente respeitado.
A KPMG é a empresa de auditoria independente da Petrobras desde 2017 e contratada pela companhia para auditar as demonstrações financeiras. Não é verdade que a KPMG foi contratada pelo Comitê de Auditoria Estatutário ou por qualquer de seus membros para realizar apuração sobre o contrato da Unigel.
Também não procede a informação de que a KPMG teria recomendado que os diretores sejam afastados do processo de certificação das demonstrações financeiras. O calendário de divulgação das demonstrações financeiras da Petrobras está mantido.
Conforme já informado ao mercado, esse contrato tem caráter provisório e visa a permitir a continuidade da operação das plantas localizadas em Sergipe e Bahia, que pertencem à Petrobras, por oito meses, sem prorrogação. A operação de tolling (serviço de processamento de gás com vista à produção de ureia e amônia) ainda será ativada, não tendo havido até o momento nenhum desembolso por parte da Petrobras.
A intenção das partes signatárias é, durante a vigência desse contrato, trabalhar conjuntamente na discussão e execução de um modelo de negócios sustentável para essas duas plantas no longo prazo. A Petrobras esclarece ainda que o contrato com a Unigel foi assinado no dia 29 de dezembro de 2023 em continuidade aos entendimentos iniciados em 06/06/2023 (non-disclosure agreement), consistindo em medida alinhada com o Plano Estratégico 2024-2028 da companhia quanto ao retorno à produção e comercialização de fertilizantes. Por fim, a companhia informa que vem prestando todos os esclarecimentos solicitados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Petrobras retarda pagamentos de quase R$ 1 bilhão em compensações ambientais por exploração de petróleo
Reportagem da Folha de S. Paulo indica que a Petrobras retarda o pagamento de compensações ambientais — previstas em lei, em razão das atividades de exploração de petróleo com grande impacto— no valor de R$ 980 milhões. O dinheiro deveria estar em uso por unidades de conservação em diversas regiões do Brasil.
A Folha obteve a relação de todas as compensações que a estatal tem a obrigação de fazer, com o detalhamento de quais projetos estão pendentes de execução. Os dados foram fornecidos pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), via Lei de Acesso à Informação. O órgão federal é o responsável pela gestão das unidades de conservação.
Ao todo, 45 empreendimentos da Petrobras estão com as compensações ambientais pendentes, segundo as tabelas fornecidas pelo órgão federal. À reportagem, a estatal diz que cumpre a legislação e suas obrigações. “A verificação da conformidade legal de seus empreendimentos é sistematicamente monitorada pelos órgãos reguladores”, afirma, em nota.
Cheias no Acre: 19 dos 22 municípios estão em estado de emergência, com desalojados e mortes
O número de municípios do Acre em estado de emergência em saúde pública pelas cheias históricas subiu para 19 no sábado (2/3), de acordo com o governo do estado. As inundações de rios e igarapés afetam praticamente todas as cidades do estado desde 21 de fevereiro, com milhares de moradores atingidos, inclusive da capital Rio Branco e de povoados indígenas. Ao todo, ao menos 24 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas. (O Estado de S. Paulo)
Eletronuclear espera ainda neste semestre a aprovação de estudo do BNDES que possibilitará a conclusão de Angra 3
O portal Petronotícias traz, hoje (4/3), uma entrevista com o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo. Há pouco mais de dois meses à frente da companhia, o executivo tem em mãos o desafio de fazer o projeto da usina nuclear de Angra 3 andar novamente.
Uma das frentes de atuação nesse sentido se dá na esfera municipal. Há um embargo imposto às obras pela prefeitura de Angra dos Reis (RJ), que reivindica o pagamento de uma série de compensações financeiras, que ultrapassam os R$ 200 milhões. Lycurgo explicou que a Eletronuclear está buscando diálogo com o município a esse respeito.
Já na esfera federal, o próximo passo depende de fatores externos. Isso porque a Eletronuclear aguarda até junho a conclusão de um estudo sobre Angra 3 realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Temos informações de que até o final do primeiro semestre esse estudo será concluído e analisado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)”, afirmou.
Lycurgo ainda informou que a empresa está trabalhando para a extensão da vida útil de Angra 1, bem como na transferência de combustível usado para a chamada Unidade de Armazenamento a Seco (UAS).
Vale do Jequitinhonha ferve com onda de calor
Reportagem do jornal O Globo destaca que a região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, concentra 18 das 20 cidades do país que mais aqueceram no ano passado, de acordo com levantamento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
A mineira Turmalina foi o município com a maior elevação de temperatura, até 5,52 graus Celsius acima da média das máximas diárias. A reportagem explica que três ou mais dias com 5°C acima da média da máxima é o critério que se costuma usar para caracterizar uma onda de calor. Cinco graus de elevação são o que climatologistas classificam como extremo.
Rússia cortará a produção de petróleo em 471 mil barris por dia no segundo trimestre
A Rússia anunciou ontem (3/3), que cortará a produção de petróleo em 471 mil barris por dia no segundo trimestre, uma decisão tomada “em coordenação” com os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para aumentar os preços da commodity.
A Rússia implementará um corte de produção voluntário “adicional” de 350 mil barris por dia em abril, 400 mil em maio e 471 mil em junho, disse o vice-primeiro-ministro russo para Energia, Alexander Novak, em um comunicado. O petróleo já havia fechado a última semana em alta. As preocupações pela oferta subiram a cotação do óleo, conforme as tensões geopolíticas provocam discordâncias entre países e um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas parece cada vez mais incerto. (O Estado de S. Paulo)
Opep+ estende corte de produção de petróleo para segurar preço
Países liderados pela Arábia Saudita e pela Rússia decidiram estender o corte na produção de petróleo vigente desde novembro até o fim de junho, buscando segurar o preço do barril no mercado internacional.
Os sauditas, líderes históricos da Opep, o grupo original de detentores de grandes reservas de óleo, anunciaram que irão continuar cortando 1 milhão de barris por dia, mantendo seu fluxo em 9 milhões de barris. (Folha de S. Paulo)
PANORAMA DA MÍDIA
Folha de S. Paulo: A análise de 99 indicadores do país na economia, saúde, educação e outras áreas mostra que em 2023, primeiro ano do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a maioria deles evoluiu positivamente em relação a 2022 ou outro período de comparação mais adequada para o dado. No total, 66 melhoraram, 20 pioraram e 13 ficaram estáveis.
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Valor Econômico: As receitas correntes no agregado dos 26 Estados e Distrito Federal caíram 1,8% em termos reais em 2023 contra o ano anterior, a despeito da compensação de perdas de ICMS pela União e do aumento da alíquota do imposto em algumas unidades da federação. A queda foi influenciada pelo recuo real de 3,2% na arrecadação de ICMS e de 1,4% nos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Em sentido contrário, as despesas correntes cresceram 3,3%, puxadas por gastos com pessoal, que avançaram 5,1%.
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O Estado de S. Paulo: O Exército emitiu licenças de Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) para condenados por crimes como tráfico de drogas e homicídio, pessoas com mandados de prisão em aberto e para cidadãos que podem ter sido usados como “laranjas” do crime organizado. O cenário está descrito em um relatório sigiloso do Tribunal de Contas da União (TCU), obtido pela reportagem, sobre o controle de armas por parte dos militares entre 2019 e 2022.
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O Globo: No momento em que o país atinge a marca de um milhão de casos de dengue apenas nos dois primeiros meses do ano, estados relatam baixa procura pela vacina contra a doença e decidiram ampliar o público alvo que já pode ser imunizado. A recomendação do Ministério da Saúde tem sido a de restringir as doses disponíveis apenas a crianças entre 10 a 11 anos, mas Acre, Mato Grosso do Sul e Goiás já elevaram para até 14 anos a lista dos que podem receber a proteção, enquanto o Distrito Federal avalia incluir as de 12.