O acordo fechado ontem (13/11) à noite, na Conferência da ONU sobre o Clima (COP26), em Glasgow, na Escócia, é tema de reportagens e análises na mídia neste domingo.
O jornal O Globo informa que O Pacto Climático de Glasgow, assinado ontem (13/11) por 196 países no encerramento da COP26, avança em medidas que podem ajudar o planeta a ampliar as promessas de cortes de emissão dos gases de efeito estufa. No entanto, ele empurra para a frente a decisão sobre como essa transformação da economia vai ser financiada nos países mais pobres e vulneráveis.
Pela primeira vez, uma declaração no contexto da Convenção do Clima da ONU menciona “combustíveis fósseis” como um problema a ser combatido e prevê a redução gradual do uso dessa forma de energia. O texto também prevê um comprometimento maior com um limite de aumento de 1,5°C na temperatura global, em relação aos níveis pré-Revolução Industrial — considerado o máximo para que se evite uma catástrofe ambiental.
A reportagem da Folha de S. Paulo ressalta que o texto final do encontro optou por apenas reduzir em vez de eliminar o consumo de carvão, um dos principais emissores de gases-estufa, uma briga vencida pela China e pela Índia neste sábado. Devido a impasses como esse, o presidente da COP26, Alok Sharma, definiu o acordo como “uma vitória frágil” e afirmou que “o trabalho duro comeca agora”. Observadores também expressaram esse desconforto com o acordo, que acabou descrito por muitos como “imperfeito”.
O jornal O Estado de S. Paulo analisa que o acordo é pouco ambicioso diante da urgência de conter o aquecimento global e adia, mais uma vez, a solução para a catástrofe ambiental que se desenha para as próximas décadas. Essa é a avaliação de especialistas e organizações da sociedade civil sobre o resultado da negociação, que reuniu 196 países. Eventos extremos – como inundações, secas e incêndios – serão cada vez mais comuns, alertam cientistas. O encerramento da COP26 e os resultados alcançados são o principal destaque da edição deste domingo (14/11) do jornal O Estado e S. Paulo.
Regulamentação do mercado global de carbono é uma das principais conquistas da COP26
O jornal O Globo informa que delegados de países participantes da COP26, na Escócia, celebraram a conclusão do Artigo 6, o mais famoso item do chamado Livro de Regras do Acordo de Paris. Trata-se do mais complexo item da implementação do Acordo de Paris, assinado em 2015. O artigo, criado pelo Brasil e pela União Europeia nos últimos minutos da COP21, a de Paris, levou seis anos para amadurecer. Por isso a sensação de êxito em Glasgow, ao menos neste ponto.
Foram fechadas as formas de funcionamento do parágrafo 2 do artigo, que trata do comércio de créditos de carbono entre países. Vale a regra dos ajustes correspondentes nos compromissos climáticos de compradores e vendedores, isto é, os países terão que descontar o crédito vendido quando prestarem contas de sua meta de redução de emissões.
A reportagem explica que a derrota, nesse tópico, ficou por conta do financiamento. Havia pressão dos países mais vulneráveis para que um percentual das transações de crédito de carbono entre países financiasse a adaptação deles impactos da mudança do clima. Os Estados Unidos se opuseram a uma taxa internacional sobre negociações bilaterais. A União Europeia também não aceitou a ideia.
Os países mais vulneráveis, que não se beneficiam dos mecanismos de mercado, tiveram que se conformar com a existência da taxa no parágrafo 4 do Artigo 6, que trata das negociações entre empresas. O percentual destinado ao Fundo de Adaptação às mudanças climáticas será de 5% sobre estas operações.
Em Dubai, Guedes diz que busca “petrodólares” para investimentos no Brasil
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou neste domingo (14/11) que o Brasil busca “petrodólares” para serem investidos no país. Guedes acompanha o presidente Jair Bolsonaro em viagem aos Emirados Árabes Unidos, país com uma das maiores reservas de petróleo do mundo.
“Aqui estão os petrodólares. Nós fizemos um grande movimento no final da década de 80, depois do choque do petróleo, para pegar essa reciclagem de recursos. Só que, naquela época, foi com endividamento. Nós fizemos uma expansão da infraestrutura com base em dívida. Agora nós vamos fazer com participação nos programas de investimento nossos, nas nossas parcerias de investimentos.” (O Globo)
Procura por energia solar cresce no Brasil
Reportagem do portal de notícias G1 mostra que, com os aumentos constantes na conta de luz, a procura por energia solar, limpa e mais barata, vem se espalhando de forma mais democrática pelo Brasil. De tecnologia para poucos, no passado, as placas chegaram aos telhados das periferias. São 12 em uma casa da Zona Sul de São Paulo.
De placa em placa, o número de sistemas que geram energia solar no Brasil dobrou em um ano: passou de 400 mil para 800 mil em operação; 76% estão instalados nas casas, principalmente no Sudeste e no Sul do país. Vale ressaltar, também, as usinas de geração, a maioria no Nordeste. A associação que representa o setor pensa grande.
“A solar ainda é uma parte pequena da matriz elétrica brasileira, ela representa mais ou menos 2% nas usinas de grande porte e, nos telhados, se a gente soma isso, os telhados, ela passa a ser a 5ª maior fonte do Brasil com mais ou menos 6% de participação, mas ela tem potencial para nos próximos anos crescer para se tornar a fonte número um do Brasil”, afirma Rodrigo Sauaia, presidente-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Energia furtada no país equivale ao consumo anual do Paraná
A quantidade de energia elétrica furtada no Brasil em 2020 por meio de ligações clandestinas seria suficiente para abastecer por um ano o estado do Paraná, o quinto mais populoso do país, com 11,5 milhões de habitantes. As distribuidoras estimam uma perda de receita de R$ 3,3 bilhões anuais com esse tipo de fraude, de acordo com dados da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). A reportagem é do portal de notícias R7.
PANORAMA DA MÍDIA
Reportagem do jornal O Globo mostra que um ano depois do lançamento do Pix pelo Banco Central (BC), em novembro do ano passado, verifica-se que o alcance do meio de pagamento foi bem maior que o esperado. Segundo dados do BC, 45,6 milhões de pessoas que não realizavam transações bancárias eletrônicas como TED ou DOC há um ano agora “fazem um Pix” com frequência, sendo que 34 milhões usam apenas essa ferramenta.
*****
O principal destaque da edição de hoje (14/11) da Folha de S. Paulo são as negociações de bastidores que levam à liberação das chamadas ‘emendas do relator’. De acordo com a reportagem, a distribuição dessas verbas teve picos durante negociações estratégicas para o governo do presidente Jair Bolsonaro e para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Ainda de acordo com a Folha, cerca de metade dos R$ 19 bilhões reservados para essas emendas em 2020 foi empenhado no último mês daquele ano, quando avançou a articulação em torno da eleição de Lira para presidente da Câmara, apoiado por Bolsonaro. Em 2021, o governo já empenhou —reservou a verba para o gasto, no jargão orçamentário— mais de R$ 9 bilhões dos R$ 16,8 bilhões desse tipo de emenda. A autorização das despesas se concentrou no fim de junho e durante o mês de julho, e também de meados de outubro até a primeira semana de novembro.