O Valor Econômico informa que, para afastar o risco de calote pela Santo Antônio Energia (Saesa), Furnas terá de assumir sozinha o pagamento de R$ 1,58 bilhão resultante da condenação arbitral pela qual passou a dona da hidrelétrica homônima, localizada no Rio Madeira (RO).
Assim, a subsidiária da Eletrobras passará a deter aproximadamente 70% do controle da usina, caminhando para ser a única dona do empreendimento, segundo apurou o Valor. Em meio a um processo de capitalização da Eletrobras, sua controladora, Furnas precisará aportar recursos para aumentar o capital da Saesa porque era a única saída possível.
Em princípio, a companhia deverá fazer um aporte de aproximadamente R$ 700 milhões, proporcional à participação acionária que tem na usina. No entanto, fontes do próprio governo já dão como certo que Furnas terá de arcar com a conta toda, uma vez que os demais acionistas não têm a intenção de fazê-lo.
Como nasceu o impasse na hidrelétrica do Rio Madeira
Em uma segunda reportagem sobre o tema, o Valor Econômico explica os detalhes do impasse que envolve os cinco acionistas da Santo Antônio Energia (Saesa) e que culminou na iminente assunção da hidrelétrica por Furnas. De acordo com a reportagem, tal situação começou a ganhar corpo a partir de fevereiro, quando a Saesa foi informada da sentença arbitral proferida pela Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional, condenando-a ao pagamento de R$ 1,5 bilhão ao consórcio construtor da usina, o Grupo Industrial Complexo Rio Madeira (Gicom).
O consórcio construtor foi o responsável pela ação arbitral, que tramitou sob sigilo. Fazem parte do Gicom a Alstom (comprada pela GE), Andritz, Areva, Bardella, Siemens e Voith.
“Âncoras” da oferta da Eletrobras assinam cheques a partir de R$ 1.5 bilhão
O jornal O Estado de S. Paulo informa que os investidores institucionais que se preparam para ancorar a oferta de ações da Eletrobras têm reservado cheques a partir de R$ 1,5 bilhão, de acordo com fontes. Um terço da oferta também deve ser subscrito pelos atuais acionistas e por fundos de varejo que darão acesso às ações da elétrica com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), acrescentam as fontes.
A projeção é que a privatização da Eletrobras movimente o equivalente a R$ 30 bilhões. Se a fatia a ser distribuída entre os grandes investidores for de R$ 20 bilhões (ou US$ 4 bilhões), a elétrica não deve ter problemas em encontrar interessados.
Bolsonaro diz que Sachsida tem porteira fechada e que define futuro do PPI
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse ontem (26/05) que entregou o Ministério de Minas e Energia, ao novo titular, Adolfo Sachsida, de “porteira fechada”, e que caberá a ele definir eventuais mudanças na política de preços da Petrobras (PPI, Preço de Paridade de Importação).
“Porteira fechada” é um jargão utilizado em Brasília quando a autoridade tem plena autonomia para definir todos os cargos da pasta ou do órgão. Questionado se haverá mudança no PPI, o presidente disse deixar para Sachsida definir, mas que pediu maiores informações sobre a precificação da Petrobras. “Mandei levantar o que era PPI de verdade. Sou acionista, quem mais tem ações na Petrobras sou eu. Queria saber se as refinarias estavam trabalhando com capacidade máxima e não tinha essa informação”, afirmou. A União é a acionista majoritária da Petrobras. (Folha de S. Paulo)
PANORAMA DA MÍDIA
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 21 pontos percentuais de vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e lidera a disputa presidencial com 48% das intenções de voto no primeiro turno, ante 27% do principal adversário, segundo nova rodada da pesquisa Datafolha. Esse é o principal destaque da edição de hoje (27/05) dos jornais Folha de S. Paulo e O Globo. O terceiro colocado, Ciro Gomes (PDT), aparece bem atrás, com 7%. Outros postulantes atingiram no máximo 2%. Votos brancos ou nulos somam 7%, e 4% dos eleitores responderam não saber em quem votar.
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O jornal O Estado de S. Paulo traz como principal destaque da edição desta sexta-feira (27/05) o assassinato de um homem por policiais rodoviários federais, em Sergipe. Genivaldo de Jesus Santos morreu, quarta-feira (25/05), no porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, asfixiado por gás de artefatos lançados no veículo pelos policiais.
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Mais de dois anos após o início da pandemia, as redes varejistas retomam a abertura de lojas e a compra de terrenos, ao mesmo tempo em que mantêm os gastos com o braço digital. Levantamento feito pelo Valor Econômico mostra que os investimentos de 15 empresas de capital aberto – considerando aquelas com dados disponíveis entre 2019 e 2022 – somaram R$ 1,9 bilhão de janeiro a março. O montante é 35% maior do que o verificado no início de 2019, ano anterior à crise sanitária, quando o valor foi de R$ 1,4 bilhão.