
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo indica que as empresas de energia elétrica realizaram 19 operações de fusões e aquisições no primeiro semestre deste ano, queda de 44% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram fechados 34 negócios. O estudo é feito trimestralmente pela consultoria KPMG com 43 setores da economia.
Com relação ao tipo de transação concretizada, a maioria, ou 11 operações, foram realizadas entre empresas brasileiras. Cinco envolveram empresas estrangeiras adquirindo capital de outra estabelecida no Brasil. Outras três foram feitas por brasileiro adquirindo, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no exterior; brasileiro adquirindo, de estrangeiros, capital de organização estabelecida no País; e estrangeiro adquirindo, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no Brasil.
“Em comparação com o semestre passado, foi constatado que o mercado interno teve uma desaceleração e houve uma queda no número de operações domésticas. Isso impactou o resultado total do semestre, esse movimento foi impactado pelo alto nível das taxas de juros, o que tem impactado no retorno de projetos”, analisa o coordenador da pesquisa e sócio da KPMG, Paulo Guilherme Coimbra.
Eletrobras tem salto de 43% no lucro do 2º trimestre e vai distribuir dividendo bilionário
A Eletrobras, privatizada durante o governo de Jair Bolsonaro, registrou lucro líquido ajustado de R$ 1,469 bilhão no segundo trimestre deste ano, um crescimento de 43% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o ganho foi de R$ 1,025 bilhão.
A companhia, maior empresa de geração e transmissão de energia do Brasil, também informou que vai distribuir R$ 4 bilhões em dividendos. A companhia tem mais de 240 mil acionistas. Segundo a empresa, o valor será pago no dia 28 de agosto. (O Globo)
Eletrobras reverte lucro e tem prejuízo de R$ 1,32 bi no 2º trimestre
A Eletrobras – Centrais Elétricas Brasileiras registrou prejuízo líquido de R$ 1,32 bilhão no segundo trimestre de 2025, revertendo o lucro líquido de R$ 1,74 bilhão anotado no mesmo trimestre de 2024. Quando considerado o lucro líquido ajustado, o resultado do segundo trimestre ficou positivo em R$ 1,46 bilhão. (Valor Econômico)
Belo Monte avalia pagar para resolver impasse com transmissoras
O conselho da Norte Energia, concessionária responsável pela usina de Belo Monte, discute a possibilidade de pagar R$ 300 milhões ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e, assim, encerrar a disputa judicial que envolve ainda a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e 15 transmissoras, de acordo com informação da Folha de S. Paulo.
Esse grupo exige o pagamento de cerca de meio bilhão de reais pelo uso dos fios pela usina, mesmo durante o período em que ela não gerou energia — muitas vezes a pedido do ONS. Sem esse dinheiro, eles afirmam que as contas de luz ficarão mais caras.
Ainda de acordo com a reportagem, a Norte Energia considera ter direito de pagar somente pela energia inserida no sistema, diferentemente das demais usinas, que pagam pela disponibilidade das linhas a qualquer tempo. Essa diferença é que resulta no valor agora cobrado.
Lula deve seguir recomendação de Ministério e vetar parcialmente licenciamento ambiental
O Valor Econômico informa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve seguir a recomendação da área ambiental do governo e vetar, de maneira parcial, a nova lei do licenciamento ambiental. O chefe do Executivo precisa tomar a decisão nesta quinta-feira (7/8) e publicá-la amanhã (8/8) no Diário Oficial da União (DOU), data limite para ser tomada a decisão.
(…) Lula reúne-se hoje com ministros para tratar sobre a lei do licenciamento ambiental. Participam os ministros da Casa Civil, Rui Costa, do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o Advogado-Geral da União, Jorge Messias.
Apelidado de “PL da Devastação” por ambientalistas, o texto foi aprovado pelo Congresso em julho, antes do recesso parlamentar. Na época, após a votação, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que Lula irá vetar o texto e citou que o presidente tem protagonismo no cenário internacional na questão ambiental.
Um dos pontos mais sensíveis do PL, que deve ter indicação de veto, é a criação a nível nacional da Licença por Adesão e Compromisso (LAC), uma licença autodeclaratória. Esse instrumento não depende de análise e aprovação de órgão ambiental para que uma obra ou projeto seja executado.
Prefeitura de SP vai à Justiça contra renovação da concessão da Enel
A Folha de S. Paulo informa que a gestão Ricardo Nunes (MDB) ingressou ontem (6/8) com uma ação civil pública na Justiça Federal, com o desejo de impedir a renovação da concessão do serviço de energia elétrica à Enel.
O atual acordo se encerra em 2028, e a concessionária já trabalha para conseguir renová-lo. Na ação, a prefeitura lista históricos de falhas no fornecimento de energia, com apagões sobretudo durante os períodos de chuvas e vendavais.
A gestão também diz que a situação torna-se ainda mais crítica em São Paulo, que reúne mais de 650 mil árvores. Mais de 1/3 dessas árvores encontram-se na chamada “zona controlada” da rede elétrica, área cuja manutenção é de responsabilidade da concessionária. Segundo a gestão Nunes, a regulação federal do setor, sob responsabilidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), não tem considerado as peculiaridades ambientais da capital paulista e, ainda, ignorado os efeitos das mudanças climáticas.
À reportagem, a Enel diz que reitera seu compromisso com os 8 milhões clientes da área de concessão, que inclui a capital e 23 municípios. Também afirma que, além de cumprir os indicadores previstos no contrato, tem realizado melhorias com a contratação de 1.200 eletricistas.
Risco de retaliação dos EUA a países que compram diesel e fertilizantes da Rússia preocupa governo brasileiro
Às voltas com uma crise sem precedentes na história das relações com os Estados Unidos, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vê com preocupação a possibilidade de o Brasil vir a ser impedido de comprar produtos da Rússia. Um dos motivos é que há risco de elevação dos custos do agronegócio brasileiro, no caso dos fertilizantes.
Ontem (6/8), o presidente Donald Trump anunciou uma taxa extra de 25% sobre produtos importados da Índia. Trump disse que a medida é uma resposta às compras de petróleo da Rússia pelos indianos. O Brasil, que também importa óleo diesel da Rússia, poderia ser alvo de retaliação diante dessa lógica.
No mês passado, Trump declarou que vai aplicar tarifas secundárias de países que continuarem comprando dos russos, caso a guerra com a Ucrânia não termine. (O Globo)
Governo Trump deve acabar com programa de US$ 7 bi em subsídio de energia solar para pobres
O governo Donald Trump está se preparando para acabar com US$ 7 bilhões (R$ 38,51 bilhões) em subsídio federais destinados a ajudar famílias de baixa e média renda a instalar painéis solares em suas casas, segundo fontes informadas sobre o assunto.
A Agência de Proteção Ambiental está redigindo cartas de rescisão para as 60 agências estaduais, grupos sem fins lucrativos e tribos indígenas que receberam os subsídios através do programa “Solar para Todos”, com o objetivo de enviar as correspondências até o final desta semana, de acordo com as fontes ouvidas pela reportagem. (Folha de S. Paulo – com informações do jornal The New York Times)
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: O governo brasileiro recorreu ontem à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a tarifa de 50% imposta pelos EUA aos produtos brasileiros, ao mesmo tempo em que finaliza os detalhes do pacote de ajuda às empresas atingidas pelas medidas adotadas pelo presidente Donald Trump. Cerca de 45% das exportações do Brasil ao mercado americano foram isentas da alíquota adicional, mas setores como café, carnes e têxteis serão penalizados pelo tarifaço, que entrou em vigor ontem.
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Folha de S. Paulo: O governo Lula (PT) acionou os Estados Unidos na OMC (Organização Mundial do Comércio), em reação às tarifas estabelecidas por Donald Trump. O chamado pedido de consulta foi entregue nesta quarta-feira (6) à missão dos EUA na organização. Apesar da alta probabilidade de não ter efeito prático, já que a consulta precisa ser aceita pelos americanos e a última instância da OMC está paralisada, o movimento é visto no Palácio do Planalto como um gesto simbólico importante para marcar posição do Brasil em defesa do sistema multilateral de solução de disputas comerciais.
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O Estado de S. Paulo: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira, 6, em entrevista à Reuters, que planeja ligar para os líderes do Brics para debater a possibilidade de uma resposta conjunta do grupo ao tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
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O Globo: Após o fim da obstrução da Câmara, nesta terça-feira, o presidente da Casa, Hugo Motta, deve debater em nova reunião com os líderes na semana que vem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dá fim ao foro privilegiado, uma demanda da lista de prioridades dos bolsonaristas.