O sistema elétrico brasileiro pode enfrentar gargalos nos próximos anos, se o crescimento expressivo da geração de fontes renováveis não for acompanhado de novos investimentos em transmissão, alertou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A falta de sincronia na velocidade de expansão do parque gerador em relação ao ritmo mais lento de ampliação da transmissão pode levar a uma sobra de potência de 5,5 gigawatts (GW) no Norte e Nordeste até 2026, segundo o plano da operação elétrica de médio prazo do Sistema Interligado Nacional (SIN), divulgado esta semana. O volume é equivalente a quase 5% da potência outorgada das duas regiões.
Diante desse cenário, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) espera apresentar, até março, um pacote de ativos de transmissão para licitação. Os projetos visam a reforçar o sistema e mitigar os riscos de “sobra” de energia – ou seja, que haja usinas prontas para gerar, sem, contudo, conseguir ofertar toda a carga devido aos gargalos no escoamento. Segundo o ONS, o grande desafio para o aproveitamento pleno do potencial energético do Nordeste está no descasamento entre os prazos de implementação dos projetos de geração e transmissão. As informações foram publicadas na edição de hoje (05/01) do Valor Econômico.
Ney Zanella dos Santos será presidente da ENBPar
O governo concretizou ontem (04/01) a criação da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), que fará a gestão da Eletronuclear e de Itaipu Binacional, que não podem acompanhar a privatização da Eletrobras.
O nome do presidente da companhia também foi definido ontem: Ney Zanella dos Santos. Almirante da Marinha, Santos é presidente do conselho de administração da Nuclep e oficial general da reserva. Ele também é assessor especial de gestão estratégica do Ministério de Minas e Energia.
A Eletronuclear será transferida para a nova estatal porque a União detém o monopólio da geração de energia nuclear. Itaipu Binacional é regida por um tratado internacional firmado pelo Brasil com o Paraguai, o que impede a atuação privada. (Energia Hoje)
Tarifa social de energia deve chegar a 20 milhões de famílias em 2022
Entrou em vigor nesta semana uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que altera as regras para a inclusão de famílias na Tarifa Social de Energia Elétrica, que concede descontos na conta de luz para brasileiros de baixa renda. De acordo com a norma, pessoas inscritas no Cadastro Único para programas sociais do governo federal e no Benefício de Prestação Continuada (BPC) serão cadastradas de forma automática no programa. Com isso, cerca de 20 milhões de famílias devem ser contempladas com o benefício na conta de energia. Atualmente, a tarifa social atende a 12,4 milhões de famílias. (R7)
Vestas chega a 6 GW de pedidos de turbinas eólicas no Brasil
Com a assinatura de um acordo com a 2W Energia para o projeto Kairos de 113 MW, localizado no município de Icapuí, no Ceará, a Vestas ultrapassou a marca de 6 GW de entrada de pedidos no Brasil para aerogeradores V150, com modos de potência de 4,2 MW e 4,5 MW.
O pedido inclui 25 turbinas eólicas V150-4.5 MW, além de um contrato de serviço de 15 anos de Active Output Management 5000 que tem como objetivo otimizar a produção de energia durante a vida útil do projeto. (blog Canal Executivo)
PANORAMA DA MÍDIA
Empresas brasileiras dominaram as operações de fusão e aquisição no ano passado e a tendência é que continuem sendo, em 2022, as líderes das consolidações, segundo bancos de investimento consultados pelo Valor Econômico. Dados da Dealogic mostram que as transações de M&A (na sigla em inglês) totalizaram US$ 90,7 bilhões (cerca de R$ 517 bilhões) em 2021, quase o dobro do volume registrado em 2020. Foram fechados 706 negócios, 26% mais que no ano anterior e recorde dos últimos dez anos.
De acordo com a reportagem, dois fatores têm contribuído para estimular as operações: dificuldades financeiras enfrentadas por muitas empresas desde o início da pandemia, em março de 2020, e a valorização de 39% do dólar em relação ao real, fato que reduz o preço dos ativos para companhias estrangeiras ou brasileiras com receitas no exterior.
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O jornal O Globo informa que o apagão de dados sobre a pandemia de covid-19 agrava o cenário sanitário no país. A reportagem ressalta que, desde que um ataque hacker atingiu os sistemas do Ministério da Saúde, em 10 de dezembro, não há números precisos que atestem o real cenário da pandemia, agora agravado pela alta nos casos da variante Ômicron e sua sobreposição à epidemia de gripe.
Embora seja perceptível o aumento na procura por testes e atendimento de sintomas gripais, a notificação de casos ainda encontra gargalos como a demora nos registros pelas secretarias de saúde e as falha na plataforma e-SUS, ainda afetada pela invasão hacker. O Ministério da Saúde confirmou 170 casos da Ômicron até ontem e investiga outros 518, mas a avaliação de especialistas e gestores é de que o número está longe de refletir a realidade.
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O Ministério da Saúde deve desistir de cobrar prescrição médica para vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 com doses da Pfizer, informa a Folha de S. Paulo. A ideia da pasta era recomendar a imunização desde que mediante a apresentação do pedido de um médico e consentimento dos pais. Porém, o ministério aguardava a consulta e audiência públicas para tomar a decisão. A consulta pública realizada pelo ministério terminou no domingo (02/01) e apontou que a maioria dos ouvidos foi contrária à prescrição médica. Cerca de 100 mil pessoas se manifestaram.
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Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo destaca que o governo de São Paulo quer realizar vacinação contra a covid-19 em escolas públicas, para imunizar crianças de 5 a 11 anos, em parceria com os municípios. A decisão final, porém, cabe às secretarias municipais de saúde.