A estatal petrolífera boliviana YPFB informou à Petrobras e à Ieasa, companhia de integração energética da Argentina, que a crise política no país, que resultou na renúncia de Evo Morales no último domingo (10/11), pode atrapalhar o cumprimento do contrato para fornecimento de gás, com flutuações no volume transportado ou interrupções. Até o momento, o envio do combustível segue normalizado.
Ouvidos pelo jornal O Globo, empresários de setores fortemente dependentes de gás, como cerâmica e vidro, avaliam que, por ora, a situação é de tranquilidade, mas que o episódio reforça a necessidade de discutir um plano de contingência para evitar problemas.
Segundo a reportagem, a Petrobras tem um plano próprio de ação. As principais premissas, segundo fontes, envolvem a redução do consumo próprio de gás natural em suas plataformas, além da importação de Gás Natural Liquefeito (GNL). Os três terminais, situados na Baía de Guanabara, no Rio, na Bahia e no Ceará, têm capacidade total de importação de pelo menos 35 milhões de metros cúbicos de gás natural. A estatal conta com planos de contingência em todas as suas unidades de risco, como plataformas, terminais, dutos e refinarias.
Ao contrário do que prevê o governo, energia vai subir
A jornalista Sônia Racy, do Estado de S. Paulo, publicou, em sua coluna “Direto da Fonte”, comentário feito por Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Ingraestrutura (CBIE), a respeito da intenção do ministro da Economia, Paulo Guedes, expressada ontem (13/11), em seminário em Brasília, de “derrubar o custo da energia no Brasil em 30% ou 40% nos próximos dois anos”.
Para Adriano Pires, a intenção é mais que bem vinda mas considerada irrealista. “A tendência hoje é de esses preços subirem no médio prazo”, afirma. “Em 2020, é provável que o preço caia, mas as projeções tarifárias carregam incertezas, principalmente riscos climáticos e a energia de Itaipu cobrada em dólares.”
Megaleilão marca virada na indústria do petróleo
O jornal Valor Econômico traz uma série de matérias sobre temas debatidos no evento “E agora, Brasil”, promovido pelos jornais O Globo e Valor, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Um desses temas foi o megaleilão de áreas do pré-sal realizado na semana passada.
Para o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, o megaleilão marcou uma virada na indústria de petróleo e gás no Brasil – fecha um ciclo de ofertas de grandes licitações e abre uma nova fase de incremento da produção. Ele destacou que, saem de cena os altos bônus de assinatura, que favorecem as contas públicas, e aumentam os investimentos nas áreas já licitadas no país, que podem alcançar R$ 1,8 trilhão nas próximas três décadas.
Leilões na mudança
Esse é o tema de artigo escrito pelo senador José Serra (PSDB-SP) e publicado hoje (14/11) pelo jornal O Estado de S. Paulo, em que ele analisa e compara os modelos de partilha e concessão, adotados em leilões de petróleo no Brasil.
O calendário de leilões prevê a realização de rodadas de licitações do pré-sal para o biênio 2020-2021. Para José Serra, “são essenciais duas alterações na legislação para que a riqueza do petróleo realmente beneficie as futuras gerações de brasileiros. A primeira é o fim da preferência da Petrobras nos leilões de partilha, o que certamente ampliará sua competitividade nos leilões. A segunda, permitir ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), assessorado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), decidir qual é o melhor regime jurídico de exploração e produção a ser adotado nos leilões do pré-sal”.
Para Serra, “quanto mais cedo esses aperfeiçoamentos forem realizados, mais o país terá a ganhar. Há espaço para alterações na legislação para realizar mudanças e aperfeiçoar o regime de leilões. E a expectativa é que sejam aprovadas no Congresso”.
State Grid espera modelo de venda para definir disputa pela Eletrobras
O Valor Econômico traz hoje (14/11) uma entrevista com Paulo Esmeraldo, vice-presidente da Xingu Rio Transmissora de Energia, empresa do grupo State Grid, em que ele confirma que a estatal chinesa de energia elétrica aguarda definição por parte do governo federal das regras de privatização da Eletrobras para elaborar um possível plano de aquisições.
Enquanto isso, a companhia já definiu que vai participar do leilão de linhas de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), marcado para o dia 19 de dezembro, embora os ativos que estarão à venda não sejam foco seu principal interesse.
PANORAMA DA MÍDIA
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem (13/11), durante reunião da cúpula dos Brics, grupo de países emergentes que conta com Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que o Brasil precisa se ‘integrar às cadeias globais’. O ministro destacou que o Brasil conversa com a China sobre a possibilidade de estabelecer uma área de livre-comércio entre os dois países.
Esse tipo de acordo costuma prever uma fase de transição até o fim de todas as barreiras tarifárias na venda de produtos. Segundo reportagem do Estado de S. Paulo, as negociações estão em estágio inicial e ainda não incluem a ideia de uma área de livre-comércio. Pelas regras do Mercosul, países-membros do bloco não podem firmar individualmente acordos bilaterais que envolvam eliminação de tarifas. Neste sentido, uma eventual negociação teria de acontecer entre a China e o Mercosul. Os jornais O Globo e Correio Braziliense também deram destaque ao encontro dos Brics, que se realiza em Brasília.
O Valor Econômico informa que, em queda ininterrupta desde o fim de 2007, o número de empresas com ações listadas em Bolsa atingiu o menor nível da série histórica da B3, iniciada em 1996. Atualmente, são 328 companhias com ações disponíveis para negociação. No último pico do mercado, no fim de 2007 – ano marcado pela popularização das aberturas de capital –, a Bolsa chegou a ter mais de 400 empresas.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, determinou que o Banco Central (BC) lhe enviasse cópia de todos os relatórios de inteligência financeira (RIFs) produzidos pelo antigo Coaf nos últimos três anos, tendo conseguido acesso a dados sigilosos de cerca de 600 mil pessoas – 412,5 mil físicas e 186,2 mil jurídicas. Este é o principal destaque da edição de hoje (14/11) da Folha de S. Paulo.