O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou ontem (07/08) que os preços no Brasil continuaram a subir em julho, registrando inflação de 0,36%. O índice é o maior para o sétimo mês do ano desde 2006 e foi influenciado pela alta nos preços da gasolina e da energia elétrica, que tiveram reajuste.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado indicador de inflação oficial do país, fechou julho em alta pelo segundo mês consecutivo, após dois meses de deflação em meio à pandemia de covid-19.
Segundo reportagem publicada neste sábado (08/08) pela Folha de S. Paulo, o resultado ficou quase em linha com as projeções de mercado. Economistas ouvidos pela agência Bloomberg estimavam inflação de 0,35% para o mês. No acumulado do ano, o IPCA é de 0,46%, enquanto nos últimos 12 meses chega a 2,31%. Em julho de 2019, a taxa havia sido de 0,19%.
A Folha destaca que dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, seis subiram em julho. Puxado pela alta de 3,42% na gasolina, o segmento de Transportes registrou inflação de 0,78% e influenciou em 0,15 ponto percentual no índice do mês. Óleo diesel (4,21%), etanol (0,72%) e gás veicular (0,56%) foram outros itens que subiram os preços, levando o segmento dos combustíveis a um resultado de 3,12% em julho.
Já o grupo Habitação subiu 0,80%, influenciando 0,13 ponto percentual na inflação de julho. O item energia elétrica registrou alta de 2,59%, após reajustes tarifários impactarem os preços em 13 das 16 regiões pesquisadas pelo IBGE. Em Fortaleza, por exemplo, a alta chegou a 5,29%. Já em São Paulo, alcançou 4,49%. Porto Alegre subiu 2,37%, assim como Salvador, Belo Horizonte e Recife também registraram aumento nos preços da energia elétrica.
A expectativa dos analistas ouvidos pela reeportagem é que a alta nos preços de energia elétrica não deve permanecer nos próximos meses, já que se tratou de um reajuste previsto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para julho. O jornal O Estado de S. Paulo também publicou matéria a respeito da alta nos preços registrada pelo IPCA.
Marco legal do gás está na fase final de aprovação, diz secretário
O marco legal do gás está em fase final de aprovação e, implementado, resultará na abertura de milhões de postos de trabalho no Brasil, de acordo com o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), Carlos Alexandre da Costa, que participou ontem (07/08) de videoconferência promovida pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
O secretário ressaltou que a abertura do mercado de gás natural será um dos pilares da reindustrialização do país e a regulamentação está “muito bem encaminhada”. Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência do projeto de lei 6407/13 e a recomendação do relator foi de aprovação das regras. “Já fizemos o Termo de Compromisso de Cessação com a Petrobras e vem muito mais por aí”, disse Costa, acrescentando que a parceria com o Legislativo em torno desse tema é positiva. As informações foram publicadas pelo site do Valor Econômico, que não circula em versão impressa em fins de semana.
Produção do pré-sal caiu menos que o esperado na pandemia, diz diretor da Shell
O diretor de produção em ativos do pré-sal da Shell, Cristiano Pinto, disse ontem (07/08), em videoconferência promovida pelo Banco Safra, que a produção de petróleo do pré-sal caiu durante a pandemia, mas bem menos do que se poderia esperar. “Isso prova resiliência do pré-sal brasileiro às variações do preço do petróleo.”
Pinto afirmou que a Shell reduziu o contingente de trabalhadores off-shore em função da crise sanitária e, também, que a petroleira chegou a postergar, por um período, a conexão de um poço de petróleo no começo da pandemia. Entretanto, lembrou, outras frentes de produção avançaram ainda durante a crise. Como exemplo, ele citou a entrada em operação de uma plataforma nova, a P-70, no Campo de Iara, no pré-sal da Bacia de Santos.
O executivo disse ainda que a pandemia não afetou o coronograma da termelétrica que a companhia constrói em Macaé (RJ), no norte fluminense, em parceria com o Pátria Investimentos e Mitsubishi. A usina vai utilizar, de forma inédita, gás vindo do pré-sal e conta com financiamento de R$ 2 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Cristiano Pinto disse também acreditar que os efeitos da pandemia no setor de óleo e gás — combinação do choque de demanda com queda nos preço do petróleo — vão acelerar a transição energética de petroleiras ao redor do mundo. O executivo afirmou que a Shell está em linha com essa aceleração da transição energética no momento, mas que ainda é cedo para mensurar os impactos da crise no ritmo da demanda de consumidores por novas fontes.
“Estamos investindo bastante na area de ‘gas to power’, solar e ‘wind’ [eólica] e também tem uma frente nova, em que plantamos árvores para sequestrar carbono em função da pressão de investidores europeus para cumprimento dos termos do acordo de Paris”, explicou. As informações foram publicadas ontem à tarde, no site do Valor Econômico.
Petrobras aprova hibernação da plataforma de Merluza, na Bacia de Santos
A Petrobras aprovou a hibernação da plataforma de Merluza (PMLZ-1), localizada em águas rasas na Bacia de Santos. A plataforma já estava com sua produção interrompida desde março de 2020, quando houve redução abrupta na demanda por gás natural, e a hibernação permitirá a redução de gastos operacionais e a transferência de profissionais para outras unidades da Petrobras.
Segundo a estatal, a hibernação não impactará o processo de desinvestimento do Polo Merluza e o suprimento de gás natural ao mercado da Baixada Santista (SP). O Polo Merluza é composto pelas concessões de Merluza e Lagosta, em que a Petrobras possui 100% de participação. Com início de operação em 1993, sua produção média em 2019 foi de 3,6 mil barris de óleo equivalente por dia de gás natural e condensado.
Atualmente, os campos de Merluza e Lagosta estão em fase vinculante para desinvestimento, conforme divulgado no dia 31 de março de 2020. (Agência Petrobras)
PANORAMA DA MÍDIA
A primeira página da edição de hoje (08/08) do jornal O Estado de S. Paulo é ocupada, quase que na íntegra, por um espaço em branco, com o destaque: “100 mil mortes por covid no Brasil; como evitar uma tragédia ainda maior?”
O jornal informa que, após menos de seis meses de pandemia, o Brasil atingirá hoje a marca de 100 mil mortos por coronavírus. Se o país fizesse 1 minuto de silêncio em homenagem a cada vítima, teria de passar 70 dias calado. Com novos casos se alastrando pelo interior, duas a cada três cidades brasileiras já perderam alguém para a covid-19.
Para conter o avanço da doença, é preciso que as ações tenham como base um tripé, segundo os especialistas, já conhecido: identificação e monitoramento precoce dos casos; etiqueta respiratória e cuidados pessoais; isolamento social, ou até lockdown (fechamento total), principalmente nos locais com alta transmissão. Os cientistas alertam que, enquanto não houver vacina ou remédio com eficácia comprovada, a única saída é tentar reduzir a propagação do vírus.
*****
A marca dos 100 mil óbitos por covid-19 é, também, o tema do editorial da edição deste sábado do jornal O Estado de S. Paulo. “A construção de uma tragédia” é o título do editorial, que responsabiliza a falta de uma coordenação efetiva da crise sanitária por parte presidência da República, além da reabertura antecipada do comércio e espaços públicos por governadores e prefeitos e a falta do espírito de coletividade por muitos cidadãos.
“Construiu-se essa tragédia porque o governo não soube aproveitar a janela de cerca de um mês para aprender com a experiência de outros países que já enfrentavam a covid-19 e, assim, preparar o Brasil para o que estava por vir. O Brasil é referência em planejamento e ação diante de emergências epidemiológicas, como H1N1, dengue e zica vírus, mas não se coordenou de pronto todo esse cabedal de conhecimento para preparar o SUS para lidar com a nova emergência.”
*****
A principal reportagem de hoje dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo é a revelação de que extratos bancários do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz e sua mulher, Márcia Aguiar, comprovam o repasse de R$ 89 mil por meio de cheques, entre 2011 e 2016, para a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Foram 27 depósitos ao todo, com valores que giravam em torno de R$ 3 mil.
Queiroz atuou no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro – hoje senador –, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e foi exonerado em meio ao segundo turno da campanha de 2018, em que o presidente Jair Bolsonaro foi eleito. A demissão se deu logo após as primeiras revelações de que Queiroz comandava esquema de ‘rachadinha’ no gabinete de Flávio Bolsonaro. O presidente não se manifestou a respeito das revelações feitas ontem.