O Valor Econômico traz, em sua edição desta segunda-feira (07/12), um suplemento especial com uma série de reportagens sobre o setor de petróleo e gás. Na pauta, estão temas como a venda de refinarias da Petrobras; o foco da estatal no pré-sal; a estratégia de descarbonização que mobiliza empresas do setor em nível global; e o crescimento de negócios baseados em energia limpa, entre outros.
A importância de novas regras para o mercado de gás natural é um dos temas abordados pelo suplemento. A reportagem mostra que as usinas termelétricas têm potencial de viabilizar a expansão do mercado de gás natural produzido no Brasil e, ao mesmo tempo, proporcionar segurança ao sistema elétrico do país. A forma como o gás será integrado ao sistema elétrico, porém, ainda é uma discussão em aberto entre investidores, agentes do mercado e órgãos reguladores.
De acordo com a reportagem, o novo marco legal do gás, em discussão no Senado, não traz respostas. O principal entrave vem do fato que o gás natural proveniente do pré-sal e de outras bacias petrolíferas brasileiras depende de demandas firmes de consumo, para viabilizar o escoamento da produção. Produtores de energia térmica defendem uma política de contratação de energia que privilegie essas características, por meio da realização de leilões específicos na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Mas o sistema elétrico privilegia cada vez mais a oferta flexível, capaz de reagir conforme a demanda e aproveitar oportunidades de um sistema de precificação, denominado preço/horário, redefinido não mais a cada semana, como agora, mas a cada hora, como será em 2021 na comercialização via mercado livre de energia.
Venda de ativos da Petrobras mexe com leilão
Análise publicada hoje (07/12) pelo Valor Econômico, a respeito do leilão da oferta permanente, realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na última sexta-feira (04/12), avalia que o certame confirmou a sua ligação intrínseca com o programa de desinvestimentos da Petrobras.
Ao menos quatro produtores de óleo e gás, dos sete participantes da rodada, aproveitaram a licitação para comprar concessões próximas a ativos adquiridos da estatal nos últimos anos e, assim, reforçaram seus respectivos polos regionais. O grupo é capitaneado pela Eneva, que arrematou três blocos de exploração na Bacia do Amazonas, ao redor de Azulão – campo de gás natural comprado da Petrobras, em 2018.
Protagonista da rodada de sexta-feira, a Eneva se comprometeu a pagar R$ 43,5 milhões (76% da arrecadação do leilão) por sete concessões exploratórias (nas bacias do Amazonas e Paraná), mais o campo de Juruá, na Bacia do Solimões – que guarda sinergia com o Polo de Urucu, também à venda pela estatal brasileira e de interesse da Eneva.
Petrobras levará propostas do polo Urucu ao conselho
A Petrobras vai levar ao conselho de administração as propostas que recebeu da 3R Petroleum e da Eneva pelo polo de gás Urucu, onde serão avaliadas as condições de cada uma delas e será discutida uma eventual relicitação das concessões de gás natural e óleo no Amazonas, caso nenhum lance seja aprovado.
Em nota dirigida ao mercado, na sexta-feira (04/12), a estatal confirmou detalhes da disputa, como a disparidade entre as propostas, condicionantes nesses lances e na composição de garantias. A 3R ofereceu US$ 1 bilhão e a Eneva, cerca de US$ 600 milhões.
Para ir adiante com seu lance, a 3R colocou condicionantes à proposta, como renegociação das tarifas de venda de gás no Amazonas. Suas garantias são compostas principalmente por intenções e compromissos de fundos de investimento ligados à Starboard, gestora de private equity que é a atual acionista da 3R. As informações foram publicadas pelo Valor Econômico.
PANORAMA DA MÍDIA
A alta dos preços de insumos que servem de base para a cadeia produtiva brasileira é o principal destaque da edição de hoje (07/12) da Folha de S. Paulo. De acordo com a reportagem, a pressão desse aumento é tal que está espalhando a inflação, antes concentrada no produtor, por vários setores da economia, chegando ao consumidor de forma cada vez mais intensa.
De acordo com levantamento feito pelo economista André Braz, do Ibre FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), o preço das matérias-primas brutas, como soja, milho, carnes e minério de ferro, acumula alta de 68% nos 12 meses encerrados em outubro, aumento inédito desde o fim do período de hiperinflação.
Entre os motivos dessa alta estão a desvalorização cambial e o aumento do preço desses itens em dólar, no mercado externo. Pesam ainda o desabastecimento de alguns produtos por causa do aumento das exportações e do rápido aquecimento da demanda, após a paralisação de diversas cadeias produtivas por causa da pandemia.
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No jornal O Globo, a inflação também é o destaque da edição desta segunda-feira (07/12). O jornal analisa que a inflação acima da meta no início de 2021 pode frear o consumo e dificultar a retomada econômica do país.
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O Valor Econômico informa que desde o início da pandemia no país, em março, os bancos brasileiros emprestaram R$ 2,9 trilhões. Foi “um grande muro de contenção” para evitar o colapso total da economia durante a crise sanitária, disse ao Valor o presidente da Febraban, Isaac Sidney. Segundo ele, os bancos foram “injustamente” acusados por um suposto represamento de recursos no início da pandemia, quando houve uma corrida ao crédito.
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A ausência de uma solução do governo para o fim do auxílio emergencial concedido à população vulnerável na pandemia, previsto para este mês, fez surgir no Senado um projeto que reformula os programas sociais do país, incluindo o Bolsa Família, informa o jornal O Estado de S. Paulo.
A proposta, chamada de Lei de Responsabilidade Social (LRS), prevê metas para a queda da taxa geral de pobreza nos próximos três anos e verba extra de recursos do Orçamento destinada às ações de transferência de renda aos mais pobres, alívio na flutuação de renda e estímulo à emancipação econômica.