As usinas hidrelétricas vão responder por menos de 50% na geração de energia elétrica do Brasil dentro de dez anos, de acordo com reportagem do jornal O Globo.
Previsão da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aponta que a participação de outras fontes de energia como solar, eólica e termelétrica devem crescer com investimentos no setor até 2034.
Atualmente, as hidrelétricas são a principal fonte de energia no país, respondendo a cerca de 55,8% da energia gerada no Brasil. A previsão é de que essa participação vá diminuir para 46,7% em 2034.
As informações constam no Plano Decenal de Expansão de Energia 2034, produzido pela EPE, que indica as perspectivas da expansão do setor de energia no horizonte de dez anos. Esse plano aponta quais fontes como a eólica passarão de uma participação atual de 15% para 17,2% em 2034. A solar, por exemplo, saltará de 3,4% para 5,8%.
O gás natural deve ser a fonte que mais vai crescer na próxima década, quadruplicando a sua participação na geração de energia no país. No caso das usinas termelétricas não renováveis, a fatia irá de atuais 2,9% para 6,4%. A nuclear passaria de 1,8% de participação para 2,4% de participação em 2034. Esse crescimento se daria exclusivamente pela conclusão das obras da usina nuclear Angra 3 em 2029.
O PDE ainda prevê que a demanda por eletricidade subirá 37% na próxima década. Enquanto isso, também haverá um salto de quase 25% na demanda por energia. Para sustentar esse crescimento da demanda, o estudo estima a injeção de R$ 3,2 trilhões no setor energético nos próximos dez anos. Ler também “Lançamento da consulta pública PDE – 2034”.
Energisa testa novos modelos de tarifas de eletricidade
A Energisa iniciou testes de novos modelos de tarifas de energia para os consumidores conectados em baixa tensão, como os residenciais, para experimentar novas formas de faturamento das contas, informa o Valor Econômico.
A iniciativa, batizada de “Conta Inteligente”, integra o programa de pesquisa e desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que promove projeto de modernização das tarifas aplicadas pelas distribuidoras de energia elétrica. É a primeira empresa a colocar o projeto em prática.
Além da Aneel, integram a condução do projeto a empresa de consultoria i4 Economic Regulation e pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).
A reportagem explica que, atualmente, as tarifas são cobradas pelas distribuidoras num modelo segundo o qual o valor da energia é único, independentemente do horário ou do dia da semana. Os testes visam a avaliar, em um ambiente restrito e controlado, outros formatos de faturamento, que reflitam novos hábitos e que possam melhorar a relação entre consumidor e distribuidora.
Governo diz que Amazonas Energia precisa contratar geração emergencial para sistemas isolados
A Amazonas Energia deverá contratar geração emergencial para suprir os sistemas isolados que atendem quatro municípios no estado: Anamã, Anori, Caapiranga e Codajás. Autorizada pelo governo, a contratação só será possível com o recebimento de repasses da CCC (Conta Consumo de Combustíveis), tendo em vista a precária situação econômico-financeira da empresa, de acordo com informação publicada pela Agência Infra.
Apesar de estar inadimplente, o que impediria o recebimento de recursos federais, a distribuidora ainda recebe os valores da CCC mediante autorização judicial. Do contrário, não haveria condições para sustentar os sistemas isolados e manter o seu caixa.
Contudo, a liminar garante o reembolso, ou seja, a Amazonas Energia deveria pagar pela geração e receber os recursos federais após esse processo. Na avaliação de fontes, seria ideal que houvesse uma antecipação do dinheiro necessário para esse caso.
Copa Energia espera aumento de investimentos com programa do governo e não descarta tomada de dívidas e parcerias
A Copa Energia projeta um aumento significativo de investimentos no setor de GLP (gás liquefeito de petróleo) com o lançamento do programa federal Gás para Todos. A iniciativa pode gerar uma demanda adicional de até 1,5 milhão de toneladas do popular gás de cozinha no país, disse ao Money Times Pedro Turqueto, vice-presidente da companhia.
Em setembro, o governo federal encaminhou ao Congresso o projeto de lei que estabelece o programa Gás para Todos, que visa prover botijões para mais de 20 milhões de famílias beneficiárias do Bolsa Família. O programa deve substituir o atual Auxílio Gás, que atende 5,6 milhões de famílias.
Para o VP da Copa Energia, o projeto, que ainda tramita no Congresso, corrige uma falha do Auxílio Gás, que não obrigava o uso do benefício para a compra de gás de cozinha, e permitia que famílias optassem por cozinhar a lenha e usasse o dinheiro do benefício para outra necessidade.
Fusões e aquisições seguem em alta em 2024
Mantendo o mesmo cenário dos últimos anos, o setor elétrico continua sendo um terreno fértil para negociações de compra e venda de ativos, carteiras de projetos e empresas.
Se em 2023, o tom era dado pela transição energética, descarbonização e abertura de mercado, este ano a dança manteve o mesmo ritmo. O M&A (do inglês Mergers and Acquisitions) de eólicas e solares têm puxado as negociações.
Levantamento da consultoria KPMG mostra que até setembro foram 51 operações de fusões e aquisições no setor. O número é 45% acima do que foi registrado no mesmo período do ano passado, de 35 operações. Do total, 37 foram fechadas entre empresas brasileiras. Os compradores estrangeiros se envolveram em 14 transações, sendo nove feitas por organizações de fora adquirindo capital de outra estabelecida no Brasil; quatro por empresa brasileira adquirindo, de estrangeiros, estabelecida no Brasil; e uma foi de estrangeira comprando, de estrangeiros, empresa estabelecida no Brasil. As informações foram publicadas pelo Canal Energia.
Brasil anuncia nova meta climática com corte de emissões de CO2 entre 59% e 67% até 2035
O Valor Econômico informa que o Brasil se compromete em reduzir suas emissões líquidas de gases-estufa entre 59% a 67% em 2035, em comparação aos níveis de 2025. Isso equivale a uma redução de emissões entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO2 equivalente a ser alcançada nos próximos 11 anos.
Trata-se do segundo compromisso climático feito pelo Brasil, a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que todos os países signatários do Acordo de Paris devem submeter à Convenção do Clima das Nações Unidas até 10 de fevereiro.
A NDC foi divulgada na sexta-feira (8/11) a noite, em Brasília. O anúncio era esperado antes da Conferência do Clima, a COP 29, que começa hoje (11/11) em Baku, a capital do Azerbaijão, e segue até 22 de novembro.
Meta climática do Brasil reflete impasses e gera crises
Em uma segunda reportagem a respeito de metas de emissões líquidas de CO2, o Valor Econômico indica que o anúncio da nova meta de corte de emissões de gases-estufa do Brasil causou surpresas e críticas. Na sexta à noite (8/11), o governo soltou uma nota onde informa que o Brasil se compromete em reduzir suas emissões líquidas de gases-estufa entre 59% a 67% em 2035, em comparação aos níveis de 2025.
A primeira surpresa foi a forma com que a NDC foi anunciada e o momento – sexta-feira à noite, véspera do início da Conferência do Clima das Nações Unidas em Baku, a COP 29,. “Tanto trabalho para anunciar deste jeito?”, comentava uma ambientalista desapontada com a falta de publicidade dada ao lançamento.
(…) Alguns impasses internos ao governo efetivamente vazaram. Representantes da indústria e do agronegócio queriam que metas setoriais fossem decididas antes do objetivo nacional, jogando o peso do esforço uns contra os outros.
O governo federal não caiu na armadilha e entendeu que, para se ter um objetivo nacional ambicioso, era preciso fechar a meta do país – os planos setoriais farão parte do Plano Clima, que vem sendo amplamente debatido com a sociedade e devem ser entregues até julho.
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: Criadas para bancar grandes projetos de infraestrutura e investimentos de peso nos Estados, as emendas das bancadas estaduais ao Orçamento foram desvirtuadas, tornando-se mais uma forma de deputados e senadores ampliarem a destinação de verbas para aliados, especialmente após o pagamento ter virado obrigatório, em 2019.
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O Globo: A poucos dias da cúpula de líderes do G20, que reúne as 19 maiores economias do mundo mais União Europeia e União Africana, marcada para 18 e 19 de novembro no Rio, o Brasil já contabiliza alguns ganhos importantes, mas teme mudanças drásticas na posição dos Estados Unidos com a vitória de Donald Trump — que sempre foi avesso ao cumprimento de normas e compromissos internacionais.
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Folha de S. Paulo: As decisões do ministro Dias Toffoli que anularam no STF (Supremo Tribunal Federal) atos judiciais ou arquivaram ações sobre alvos da Operação Lava Jato tratam de processos cujos pedidos iniciais de ressarcimento e danos ultrapassam R$ 17 bilhões.
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O Estado de S. Paulo: O poder do Congresso Nacional brasileiro sobre as emndas parlamentares é muito superior ao que acontece na maior parte dos países desenvolvidos. A conclusão é de um estudo elaborado pelo pesquisador do Insper Marcos Mendes e pelo e ex-secretário do Orçamento Federal Hélio Tollini. Os autores compararam a prática brasileira com a de 11 países da OCDE. O percentual dedicado às emendas no Brasil é mais que o dobro do segundo colocado, a Alemanha, e o Congresso hoje dispõe de poderes que não existem em nenhum outro lugar, diz o levantamento.