Os índices de inadimplência nos pagamentos das contas de luz subiram no último quadrimestre de 2021, período em que as tarifas passaram a contar com a cobrança da “bandeira de escassez hídrica”, um adicional de R$ 14,20 a cada 100 quilowatts- hora (kWh) consumidos.
O valor foi instituído para ajudar a compensar os maiores custos de geração de energia elétrica com a estiagem que afetou as hidrelétricas. Mas a cobrança, além de piorar os indicadores de pessoas em atraso com as contas, não é suficiente para compensar os custos extras com energia, dizem as distribuidoras.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), a média de contas não pagas entre setembro e dezembro de 2021 foi de 5,89%, acima do percentual médio registrado antes e durante a pandemia. A expectativa, de acordo com o presidente da Abradee, Marcos Madureira, é que os índices voltem a cair neste ano. A cobrança extra nas contas de luz está prevista para durar até abril dependendo das condições hidrológicas. Segundo a Abradee, o maior aumento na insolvência ocorreu principalmente no segmento residencial. (Valor Econômico)
BP vai estrear em geração solar no Brasil em 2023
O Valor Econômico informa que a BP, uma das maiores petroleiras globais, assinou um memorando de entendimento com o governo do Ceará, com o objetivo de explorar oportunidades em torno de uma potencial implantação de um polo de gás no Porto do Pecém.
A ideia é construir um terminal de importação de gás natural liquefeito (GNL), associado a um projeto termelétrico de 2,2 gigawatts (GW). Sócia da GNA (Gás Natural Açu), responsável pelo parque termelétrico do Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), a BP quer replicar o modelo e criar um polo de gás, associado à geração de energia, também no Ceará.
O presidente da BP no Brasil, Mario Lindenhayn, disse que o projeto termelétrico no Ceará já está “todo desenhado”. “Temos leilões (de energia nova) previstos para este ano e estaremos atentos a eles para encontrar oportunidades de participar (com a termelétrica em Pecém)”, afirmou o executivo.
A multinacional espera acelerar o crescimento no mercado brasileiro nos próximos anos e se prepara para estrear na geração solar, em 2023.
Vestas com mar à vista
A revista Isto É Dinheiro traz uma reportagem em que destaca as oportunidades abertas à produtora de turbinas eólicas dinamarquesa Vestas, a partir da edição d o decreto federal 10.946, que possibilita a instalação de parques eólicos em alto-mar.
A reportagem ressalta que o decreto fornece arcabouço legal para as offshores e destrava o potencial do Brasil na obtenção do hidrogênio verde. Pela posição geográfica e qualidade dos ventos, o Nordeste do Brasil será ainda mais estratégico para esse mercado, afirmou Eduardo Ricotta, presidente da Vestas na América Latina.
O executivo explica que, além da proximidade da Europa e da costa leste norte-americana, a região oferece condições favoráveis para a operação de parques eólicos em alto mar, o que barateia a obtenção de um hidrogênio verde e limpo, cujo custo está 70% associado à fonte de geração. As vantagens produtivas devem beneficiar as exportações, que podem representar 30% do mercado quando maduro.
Governo descarta fundo para baixar preços de combustíveis e Guedes quer desonerar só diesel
O governo federal decidiu descartar a proposta de criação de um fundo de estabilização para interferir diretamente no preço de combustíveis, e o ministro Paulo Guedes (Economia) quer agora tentar limitar o corte de tributos e desonerar apenas o diesel.
A criação do fundo já vinha sendo alvo de divergências entre duas alas do governo. A Casa Civil, de onde partiu a ideia de redução dos tributos federais sobre os combustíveis, se alinhou à posição de Guedes em ser contra a iniciativa. Já no caso da desoneração ampla de tributos sobre os combustíveis e energia Elétrica, o ministro da Economia recuou de seu apoio inicial à medida, que poderia custar cerca de R$ 70 bilhões aos cofres da União, e defendeu algo localizado. Uma nova reunião entre técnicos deve ser realizada nesta sexta-feira (28/01) para analisar os números e avançar nas discussões. (Folha de S. Paulo)
ANP decide ir ao STF contra decreto de São Paulo que favorece grupo Cosan
A Folha de S. Paulo informa que a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) decidiu ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) tentar derrubar decreto do governo de São Paulo que favorece a Compass, empresa de gás natural do grupo Cosan, alegando que os termos ferem a lei do gás aprovada pelo Congresso em março.
O decreto 65.819/2021 dá à Comgás o direito de construir um gasoduto ligando um terminal de importação de gás no litoral à região metropolitana de São Paulo. A distribuidora é controlada pela Compass, que também seria a dona do terminal de importação. Para a ANP, a permissão configuraria verticalização das atividades proibida pela lei.
PANORAMA DA MÍDIA
A escalada da cotação do petróleo no mercado internacional deve pressionar a Petrobras a efetuar novos reajustes nos preços de combustíveis. Com o barril do Brent cotado acima de US$ 88, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) avalia que a Petrobras já tem defasagem de 9% na gasolina em relação ao mercado internacional, o que significaria a necessidade de um reajuste de R$ 0,29, em média, por litro na refinaria.
Para os especialistas, nem mesmo a iniciativa dos governadores, que decidiram congelar por mais dois meses o valor de referência do ICMS, será capaz de impedir novo aumento do valor cobrado nas bombas. (O Globo)
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O Valor Econômico informa que o Brasil perdeu o posto histórico de maior exportador à Argentina no ano passado. A China ultrapassou em mais de US$ 1 bilhão as vendas brasileiras para os argentinos em 2021, após “empate técnico” em 2020. Segundo série de dados desde 2002 de Buenos Aires, trata-se de um fato inédito para os chineses.
A China já havia ficado à frente do Brasil em alguns meses nos últimos dois anos. Em 2020 até “venceu” por uma diferença inferior a US$ 10 milhões, o que deixou o país asiático e o Brasil com igual fatia de 20,4% no total de US$ 42,4 bilhões importados pelos argentinos. Foi em 2021, porém, que a vantagem chinesa ficou clara. Com total de US$ 13,5 bilhões embarcados para a Argentina no ano passado, os chineses apertaram o ritmo das exportações e ficaram com pouco mais de um quinto – 21,4% – das compras externas do país, um avanço significativo em relação aos 14,3% que detinha em 2011.
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O presidente Jair Bolsonaro aprovou reajuste de 33,24% no piso para professores de educação básica. A maior parte do custo da medida ficará com as administrações municipais. (O Estado de S. Paulo)
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O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos produziu uma nota técnica em que se opõe ao passaporte vacinal e à obrigatoriedade de vacina de crianças contra a covid-19. No documento, a pasta coloca o Disque 100, o principal canal do governo para denúncias de violações dos direitos humanos, à disposição de pessoas antivacinas que passem por “discriminação”. (Folha de S. Paulo)