A Folha de S. Paulo informa que associações ligadas à indústria e a investidores do setor elétrico iniciaram uma mobilização para tentar reverter no Senado a inclusão de ‘jabutis’ na medida provisória (MP) que abre caminho para a privatização da Eletrobras, aprovada na Câmara na última quinta-feira (20/05). No jargão parlamentar, jabutis são inserções de tópicos alheios ao tema principal de um projeto de lei ou medida provisória, como é o caso da MP da Eletrobras.
Os críticos ao texto aprovado defendem que as mudanças feitas no texto resultarão em maior pressão sobre a conta de luz e prejudicam grandes consumidores, com impacto também no custo dos bens industriais. As alterações feitas pelo relator da matéria, o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), pegaram o setor de surpresa.
Ainda conforme argumento dos críticos citados pela reportagem, o relatório de Nascimento cria reserva de mercado para térmicas e pequenas centrais hidrelétricas que podem custar mais caro ao consumidor, ao reduzir a competição em leilões para a contratação de energia. Na semana passada, 40 associações ligadas à indústria divulgaram um manifesto em que classificam as mudanças como “danosas à sociedade”. Em outra frente, o Fórum de Associações do Setor Elétrico, que compreende 26 entidades, disse que o projeto é “desequilibrado”.
Celesc vai lançar comercializadora e área de GD para ir ao mercado livre
A Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) vai lançar uma comercializadora para entrar no mercado livre de energia elétrica, além de estruturar uma subsidiária no segmento de geração distribuída (GD), segundo reportagem do Valor Econômico. O grupo, conhecido por sua atuação no mercado cativo de energia catarinense, quer se posicionar agora nas modalidades nas quais os consumidores podem escolher os seus fornecedores.
A meta da Celesc é ter, nos próximos cinco anos, uma receita de R$ 2 bilhões com a comercializadora. De acordo com o presidente da empresa, Cleicio Martins, a tendência de migração para o mercado livre faz com que as indústrias representem somente 10% do faturamento do grupo, apesar de receberem cerca de 45% da energia consumida no estado. Ele ressalta que outras distribuidoras já começaram a atuar no mercado livre de Santa Catarina, como a Copel e a Cemig. “Alguns importantes clientes do estado bateram à nossa porta. A meta é ainda este ano tirar a comercializadora do papel”, explica Martins.
Exploração de óleo e gás ganha ‘senso de urgência’
A interrupção imediata da perfuração de novos poços de petróleo, sugerida pela Agência Internacional de Energia (AIE) como forma de assegurar os cortes de emissões previstos no Acordo de Paris, reforça o senso de urgência na indústria de óleo e gás sobre a necessidade de busca de novas descobertas, antes que a demanda comece a recuar.
Reportagem do Valor Econômico ressalta que embora a moratória tenha sido recebida mais como um gesto simbólico de pressão sobre governos e petroleiras e menos como um risco real ao setor, a percepção no mercado é de que a transição energética se tornou um caminho sem volta e que a janela de oportunidade para exploração se fechará em algum momento.
A expectativa, no entanto, é que as atividades no Brasil ganhem impulso nos próximos anos, diante da recuperação gradual dos preços do barril. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) projeta investimentos de R$ 6,5 bilhões em exploração de óleo e gás no Brasil em 2021. São estimados 19 poços offshore (em mar) para este ano, número ainda baixo, mas quase quatro vezes superior às cinco perfurações de 2020, quando as campanhas foram prejudicadas pelo choque de preços da commodity e pelas restrições nas atividades a bordo ante a pandemia de covid-19. Entre as operadoras com projetos previstos para este ano estão Petrobras, Shell e ExxonMobil.
O pesquisador do Instituto de Energia da PUC-Rio, Edmar Almeida, afirma que o pré-sal brasileiro é menos intenso em carbono e que, por isso, pode ser atraente para as grandes petroleiras na transição. “Por ter uma produtividade muito alta, os campos do pré-sal gastam menos energia para produzir um barril e têm um indicador de emissões baixo. Acredito que a questão das emissões vai ser considerada de forma importante na hora da decisão de investimentos para reposição de reservas.”
Na opinião do pesquisador, a transição energética muda as estratégias das empresas e isso pode gerar uma mudança no perfil das companhias que vão se engajar mais na exploração daqui para frente. “A tendência é que o papel das empresas independentes ganhe relevância maior”, afirmou.
PANORAMA DA MÍDIA
Com o prolongamento da pandemia de covid-19, 33,8% das empresas já preveem voltar ao trabalho presencial nos escritórios apenas em 2022, enquanto 66,2% já voltaram ou esperam que isso ocorra ao longo deste ano, conforme pesquisa da consultoria KPMG. Ainda assim, o trabalho remoto veio para ficar, já que, mesmo com o avanço da vacinação, 87,3% dos entrevistados disseram que suas empresas manterão um sistema híbrido com trabalho presencial e remoto, conforme mostra o levantamento, obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo. A pesquisa realizada pela KPMG é referente a março passado, e foram ouvidos 361 executivos de empresas localizadas em todo o país.
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Lauro Jardim (O Globo): Coordenador de Economia Verde do Ministério da Economia, Gustavo Fontenele foi exonerado. Caiu por pressão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que pediu sua demissão a Carlos da Costa, secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia. Salles era contra uma proposta que Fontenele estava finalizando a respeito do mercado de carbono regulado, que levaria a um comércio de emissões. A ideia seria estabelecer um teto de emissões para empresas. Se determinada empresa emitisse menos CO2 do que o limite permitido, ela poderia negociar essa diferença com as companhias que eventualmente excederam o limite acordado.
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A ex-presidente Dilma Rousseff foi internada hoje (25//05) pela manhã no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Ela passa por exames médicos após um mal-estar na noite de ontem, de acordo com sua assessoria de imprensa. (O Globo)