Reportagem do portal EPBR indica que os primeiros encontros bilaterais entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes políticos de países vizinhos alimentam a expectativa de um retorno do Brasil à pauta da integração energética da América Latina.
Do lado argentino, a expectativa é o financiamento, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do segundo trecho do gasoduto Néstor Kirchner, que vai ampliar o escoamento das reservas não-convencionais de Vaca Muerta, em Neuquén. E pode aumentar a exportação de gás para o Sul do Brasil.
O embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, afirmou, ontem (03/01), que tratou do assunto diretamente com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. De acordo com a reportagem, a expectativa do país vizinho é que o financiamento, de US$ 689 milhões, seja sacramentado na visita que Lula pretende fazer à Argentina, para a reunião da Comunidade de Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac), entre 23 e 24 de janeiro.
Na Bolívia, a expectativa do presidente Luis Arce é exportar energia elétrica para o Brasil. Arce espera que a posse de Lula ajude a explicar como se deu a negociação do oitavo aditivo ao contrato de gás entre Brasil e Bolívia, informa a agência de notícias Reuters. O acordo foi negociado entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e Jeanine Añez, que acabou presa. O atual governo boliviano afirma que o acordo trouxe perdas econômicas.
Relatório final da transição ao MME aponta revisão do plano estratégico da Petrobras como prioridade
O Valor Econômico informa que a revisão do plano estratégico da Petrobras foi apontada, em versão detalhada do relatório final da equipe de transição de governo, como a primeira das “medidas emergenciais e prioritárias que são fundamentais para que seja possível a revisão dessas políticas do setor de petróleo, gás e biocombustíveis”.
O documento, uma versão ampliada do relatório final do grupo técnico (GT) da área de mineração e energia, já foi apresentado ao novo ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira. As sugestões contidas no relatório são propostas que vêm sendo defendidas pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN), escolhido para comandar a Petrobras como novo presidente.
A revisão do plano servirá para dar suporte à “criação de uma política pública de expansão do refino nacional”. Isso, destaca o documento, passaria pela estratégica de “articular investimentos públicos e privados, para aumentar nossa produção de derivados e reduzir a dependência de importações e dos preços externos”. O fundo de estabilização de preço dos combustíveis, discutido no início da guerra entre Rússia e Ucrânia como solução para conter as oscilações de preços internacionais, também é tratado no relatório.
Ações da Petrobras e Ibovespa aceleram alta após Prates descartar intervenção
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, e as ações da Petrobras ganharam fôlego após o futuro presidente da Petrobras, senador Jean Paul Prates afirmar, segundo a agência de notícias Bloomberg, que não haverá intervenção direta nos preços de combustíveis da estatal e nem desvinculação dos preços internacionais.
Com isso, o Ibovespa alcançou as máximas do dia, tocando os 105.627 pontos, após manhã de perdas e ganhos. Por volta das 14h05, avançava 1,21%, aos 105.426 em pontos. As ações PN da Petrobras avançavam 4,03% e as ON subiam 2,79%. Já o dólar comercial tem exibido forte volatilidade na sessão, registrando queda de 0,19%, a R$ 5,4418. O contrato futuro para fevereiro da moeda americana recuava 0,58%, cotado a R$ 5,4725. (Valor Econômico)
Gesel aplaude Secretaria da Transição Energética e espera revisão do plano de hidrogênio
O coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nivalde de Castro, disse ao portal Energia Hoje que considera a decisão do novo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de criar uma Secretaria Nacional da Transição Energética “muito importante e até emblemática”.
Para ele, a primeira tarefa do órgão poderia ser rever o Plano Nacional de Hidrogênio, lançado pelo antigo governo no dia 14 de dezembro e que está em processo de consulta pública. Para Castro, a decisão de criar a secretaria, anunciada pelo ministro no seu discurso de posse, tende a fortalecer a posição brasileira nos fóruns internacionais que tratam do tema. O professor da UFRJ entende que outro papel importante da futura secretaria será promover uma política mais articulada entre o setor elétrico e o de óleo e gás.
Em relação ao Plano Nacional de Hidrogênio, Castro disse que certamente ele será revisto pelo novo governo, especialmente no que se refere a suas metas, mas não entrou em detalhes do que é mais prioritário de ser revisto.
Dommo Energia: executivo da Prio assume presidência; conselho renuncia
Roberto Bernardes Monteiro, atual diretor-presidente e de relações com investidores da Prio, foi eleito diretor-presidente e diretor de relações com investidores da Dommo Energia, depois de renúncia de Paulo Souza Queiroz Figueiredo. Também renunciaram Marko Jovovic, diretor administrativo e de relações com investidores, e Luciano Janoni, diretor financeiro. Emiliano Fernandes Lourenço Gomes foi eleito pelo conselho para o cargo de diretor jurídico. Ele é o atual diretor jurídico, regulatório e de gestão e vice-presidente do conselho de administração da Prio.
Os membros do conselho da Dommo aprovaram ainda dissolução do comitê de remuneração da companhia e, tendo tomado as deliberações, apresentaram sua renúncia aos seus respectivos cargos, com efeito a partir do dia 4 de janeiro de 2023, de acordo com o comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os membros do conselho fiscal da Dommo também apresentaram sua renúncia aos seus respectivos cargos, com efeito imediato, segundo o comunicado. (Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marcou a primeira reunião ministerial para a manhã da próxima sexta-feira (06/01). O convite foi enviado para os 37 titulares das pastas por Oswaldo Malatesta, chefe de gabinete adjunto da agenda de Lula. O encontro ocorrerá às 9h30, no Palácio do Planalto. O encontro ocorre após a posse da maioria dos titulares dos ministérios e em meio a um diferente entendimento no seu primeiro escalão a respeito de reformas. De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a reunião tratará sobre o tema. (UOL)