A combinação entre a Auren e a AES Brasil teve em vista temas “sensíveis”, como comercialização e novos negócios, enquanto as operações foram alinhadas. A informação é do presidente da Auren, Fábio Zanfelice.
“Foi um trabalho a quatro mãos. Há espaço para melhorar. Temos ativos economicamente viáveis e que estão sendo endereçados ao nosso plano de 100 dias”, afirmou.
O executivo disse, ainda, que o plano de curto prazo prevê a integração dos sistemas de operação e comercialização de energias da AES Brasil com a Auren. O plano de médio prazo depende de aprovação societária. (Valor Econômico)
Cosan avalia vender fatia minoritária da Compass, mas não quer abrir mão do controle
A Cosan avalia vender uma fatia minoritária da Compass, divisão de gás natural do grupo. Ao Valor Econômico, o empresário Rubens Ometto, fundador e presidente do conselho de administração do conglomerado, disse que há investidores interessados na compra de uma participação do negócio, mas “a Cosan manterá o controle da empresa”.
Ainda de acordo com o Valor, os planos da Cosan para a companhia eram fazer uma oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês), mas as condições de mercado não se mostram favoráveis para o curto e médio prazos.
“A empresa tem atraído investidores. Há conversas, mas nada para ser fechado”, disse Ometto. A Cosan tem 88% da Compass — o restante está nas mãos de gestoras e do Bradesco Vida e Previdência.
A empresa de gás desistiu de fazer IPO em 2020 e desde então recebeu aportes privados. Em 2021, levantou R$ 810 milhões no mercado com investimentos de fundo liderados pela Atmos. Depois, em setembro do mesmo ano, recebeu nova injeção de capital, de R$ 1,44 bilhão, liderada pelo Bradesco. Com as duas operações, a empresa teve um aumento de capital de R$ 2,25 bilhões — a Cosan ficou com 88% do negócio.
Climatologista diz que pessoas não ligam para alertas; mortes chegam a 158 após enchentes na Espanha
Regiões de Valência amanheceram ontem (31/10) sob alerta vermelho emitido pelo serviço meteorológico espanhol. Outras cinco comunidades estão sob aviso de fortes tempestades.
A chuva promete ser ainda mais intensa em Castellón, onde podem cair em poucas horas 180 litros/m2 de água.
No dia seguinte à pior tempestade do século, a Espanha já registra 158 mortos na tragédia e repetia um roteiro cada vez mais comum da crise climática: celulares apitando, mais atenção aos alertas meteorológicos, discussão sobre por que eles não foram levados a sério.
“Veja, não é só no Brasil. Foi na Espanha agora, com uma condição socioeconômica diferente. As pessoas ainda não acreditam nos alertas, não reagem a eles, não se preparam. São alertas de eventos que podem matar pessoas”, diz José Marengo, coordenador de pesquisas do brasileiro Cemaden, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais. (Folha de S. Paulo)
Energia terá escalada incontrolável de custo sem meta ambiental ambiciosa, diz frente de consumidores
Em meio à discussão no governo Lula (PT) sobre as metas ambientais a serem apresentadas pelo Brasil no mês que vem à comunidade internacional, a Frente Nacional dos Consumidores de Energia enviou uma carta a sete ministros pedindo que os objetivos sejam significativamente mais ambiciosos do que os atuais, sob pena de uma escalada incontrolável de custos e insegurança no setor.
As metas para o cumprimento do Acordo de Paris, chamadas de NDCs (Contribuições Determinadas Nacionalmente, na sigla em inglês), devem passar por uma nova rodada de atualizações até 2025. Mas, no caso brasileiro, a intenção é que os novos objetivos sejam anunciados em novembro, durante a 29ª Cúpula das Nações Unidas sobre o Clima (COP 29) em Baku (Azerbaijão).
O presidente da frente dos consumidores, Luiz Eduardo Barata, diz que o sistema energético do país ficará em risco nos próximos dez anos se as emissões de gás carbônico não diminuírem significativamente. Para ele, o Brasil precisa dar o exemplo e se comprometer com alvos altos de redução.
(…)De acordo com o texto entregue ao governo, uma das causas da preocupação é o comprometimento da geração hidrelétrica em meio a períodos mais prolongados de estiagem devido ao aumento da temperatura. (Folha de S. Paulo)
ANP aprova relatório de indicadores da política de conteúdo local
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou ontem (31/10), o relatório do grupo de trabalho sobre conteúdo local, com os indicadores que devem servir de parâmetro para a análise da política. A ANP também efetuou os cálculos dos indicadores com as informações disponíveis na base de dados da agência até 2023.
O relatório contém dados anteriores à aprovação da resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que alterou os percentuais mínimos de 18% para 30%, na fase de exploração, e de 25% para 30%, na etapa de desenvolvimento da produção. (Agência Eixos)
Light lança programa de combate a perdas de energia e inadimplência
A Light lançou um programa de recuperação de perdas e inadimplência que visa envolver entes públicos e privados no debate de um problema que, na visão da empresa, não se restringe ao setor elétrico ou à concessionária. A ideia é envolver ministérios, parlamentares, reguladores e judiciário, além das empresas e especialistas do setor, na solução de um problema que é tratado pela companhia como multidisciplinar e que requer “visão holística”.
O chamado ProRio pretende solucionar o furto de energia e a inadimplência recorrente por meio de ações partindo do princípio de que tais problemas possuem múltiplas causas.
Segundo o presidente da Light, Alexandre Nogueira, um dos problemas da companhia para combater o furto de energia está na impossibilidade de acesso a determinadas áreas, muitas dominadas pelo crime organizado. (Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: Os preços da alimentação no domicílio ganham fôlego neste trimestre, devendo subir em torno de 1% ao mês no período. Neste ano, a inflação dos alimentos, que pesa mais no bolso dos mais pobres, voltou a avançar com força. No IPCA, as cotações do grupo devem aumentar de 6,5% a 7% em 2024, com influência significativa da alta das carnes, após o recuo de 0,5% em 2023.
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Caso Marielle
Folha de S. Paulo: Após mais de seis anos de investigações, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram condenados ontem (31/10) pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018, no Rio de Janeiro. Lessa foi condenado a 78 anos e 9 meses de prisão, além de 30 dias-multa. Élcio foi sentenciado em 59 anos e 8 meses, além de 10 dias-multa. Como ambos fizeram delação, eles não devem cumprir toda a sentença.
O Estado de S. Paulo: “Saem os dois condenados a pagar até os 24 anos do filho de Anderson Gomes, Arthur, uma pensão. Ficam os dois condenados a pagar, juntos, R$ 706 mil de indenização por dano moral para cada uma das vítimas: Arthur, Ágatha, Luyara, Mônica e Marinete. Condeno os acusados a pagarem as custas do processo e mantenho a prisão preventiva deles, negando o direito de recorrer em liberdade”, leu a sentença a juíza Lúcia Glioche.
O Globo: A condenação de Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes, além de abrir caminho para a punição dos mandantes e a elucidação completa do crime — o de maior repercussão da história recente do país —, também tem uma importância simbólica. Até o caso Marielle, o ex-PM, apontado pela Polícia Federal e pelo MPRJ como um dos mais temidos matadores de aluguel do Rio, responsável por dezenas de assassinatos nas duas últimas décadas e ligado a chefes do jogo do bicho, milicianos e políticos, jamais havia sido condenado por um homicídio sequer.