A implementação da tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre o Brasil, anunciada ontem pela Casa Branca, livrou petróleo e derivados da sobretaxa. A medida do presidente Donald Trump entra em vigor em 6 de agosto e representa um alívio para a indústria petrolífera nacional. Além de os EUA comprarem petróleo e derivados do Brasil, havia o risco de que que uma eventual reciprocidade tarifária, por parte do governo brasileiro, aumentasse custos de importação de equipamentos.
O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) disse em nota que recebeu “positivamente” a notícia da isenção da tarifa. “A decisão de isentar energia e produtos energéticos (petróleo bruto, seus derivados e gás natural liquefeito, entre outros) é um reconhecimento da especificidade do mercado de petróleo e seus derivados e da sua importância estratégica no comércio bilateral”, disse o IBP. (Valor Econômico)
É preciso diminuir o custo global do setor elétrico, afirma ex-presidente da Aneel e da ANA
Em entrevista ao jornal O Globo, o ex-presidente das agências de Energia Elétrica (Aneel) e de Águas (ANA), Jerson Kelman, defende encerrar parte dos subsídios do setor elétrico como forma de reduzir as tarifas cobradas dos consumidores. Ele também alerta sobre o risco de novos investimentos para manter a confiabilidade do sistema impactarem negativamente as contas de luz.
Para que a vantagem comparativa em energias renováveis que o Brasil tem resulte no desenvolvimento do país é preciso que haja demanda por produtos e serviços com baixo conteúdo de carbono. Se houver demanda mundial por hidrogênio verde, data centers movidos por energia renovável, o Brasil estará bem colocado.
Mas não faz sentido colocar a carroça na frente dos bois, ou seja, criar uma série de incentivos ao uso de energias renováveis sem ter um mercado mundial para esses produtos. Não dá para colocar na conta de luz da dona Maria o custo de você produzir alguma coisa com baixo conteúdo de carbono.
Gás pode dar segurança energética para data centers no Brasil, diz Energisa
O futuro dos grandes data centers no Brasil passa pela combinação de fontes renováveis com geração firme — sobretudo gás natural — para garantir segurança energética, aponta estudo inédito do instituto Pensar Energia encomendado pela Energisa, via Norgás.
A pesquisa concluiu que o Nordeste reúne as melhores condições para receber um hub desse tipo e reforça a necessidade de previsibilidade tarifária e estabilidade regulatória.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast (jornal O Estado de S. Paulo), a diretora-presidente da Energisa Distribuição de Gás (EDG), Débora Oliver, e o diretor institucional regulatório da EDG, Paulo Homem, disseram que a empresa quer se posicionar nessa nova onda de demanda por energia.
O objetivo do estudo foi demonstrar como a energia firme se encaixa nessa discussão, muito voltada para a importância da energia renovável nesses empreendimentos. (…) Segundo o estudo, sem essa base energética não há segurança da informação, competitividade, nem soberania digital. O documento mostrou que, em 2024, os data centers consumiram cerca de 415 terawatt-hora (TWh) de energia no mundo – o equivalente a 1,5% do consumo global. Até 2030, esse volume pode mais que dobrar, superando 945 TWh, valor próximo ao consumo anual do Japão.
Moradores relatam falta de luz no Leblon após ressaca; Light diz que caixas de energia foram inundadas pela maré
Moradores do Leblon, na Zona Sul do Rio, relatam falta de luz generalizada no bairro na noite de ontem (30/7). De acordo com a Light, o problema se deve ao acúmulo de água nas caixas subterrâneas de energia em função da ressaca.
A concessionária informa que funcionários atuam no local e que o serviço está sendo restabelecido gradativamente. A empresa diz que, no momento, retira água da última caixa. (O Globo)
Governo quer saber como distribuidora de gás forma preços
O Valor Econômico informa que o governo federal determinou prazo de 48 horas para que 11 distribuidoras de gás natural canalizado e veicular expliquem, de forma “clara, nítida e transparente”, quais são os critérios utilizados para a composição de preços repassados ao consumidor de combustível e gás. A notificação foi enviada ontem (30/7) por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Ontem, a Petrobras anunciou redução de 14% no valor da molécula de gás fornecida às empresas. Mas, segundo o secretário Nacional de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, Wadih Damous, as distribuidoras já disseram que o percentual de 14% não chegará ao consumidor final. A previsão é que a diminuição do preço seja somente de 1,39% a 1,45%, segundo números das próprias distribuidoras, apresentados pelo secretário.
Conta de luz escapa de risco das hidrelétricas
Mesmo com menos chuvas, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu manter os parâmetros de risco para o sistema elétrico em 2026, o que reduz a pressão nas contas de luz.
A decisão tem como base um relatório produzido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e Empresa de Pesquisa Energética. Segundo avaliação do comitê, as condições de risco adotadas em 2025 mostraram-se satisfatórias. (Folha de S. Paulo)
Aérea recebe primeira remessa de combustível de aviação produzido com energia solar
A Synhelion (empresa suíça que desenvolve e produz combustíveis solares) entregou 190 litros de combustível solar sintético ao Aeroporto de Hamburgo e à Swiss Airlines, tornando-se o primeiro uso mundial de um combustível produzido sinteticamente e praticamente neutro em CO2 para operações de voo. De acordo com a empresa, essa entrega é considerada um marco importante.
O petróleo cru foi produzido a partir de dióxido de carbono e hidrogênio em Julich, próximo a Dusseldorf, na Alemanha, utilizando energia solar. Após o processamento em uma refinaria no norte da Alemanha, o combustível foi integrado ao sistema de abastecimento do Aeroporto de Hamburgo. (Folha de S. Paulo)
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: O presidente Donald Trump impôs uma tarifa adicional de 40% sobre produtos importados do Brasil, elevando a taxa para 50%, somando-se aos 10% que já haviam sido anunciados em abril. No entanto, a ordem executiva, assinada ontem, trouxe 694 exceções aos cerca de 4 mil itens exportados para os Estados Unidos, aliviando o impacto sobre importantes setores da economia brasileira.
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Folha de S. Paulo: O mercado financeiro reagiu favoravelmente às exceções, com a Bolsa avançando 0,95%, a 133.989 pontos. O dólar fechou o dia em alta de 0,32%, cotado a R$ 5,588.
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O Globo: Os últimos acontecimentos relacionados à crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, todos concentrados nesta quarta-feira, acabaram melhorando a posição de desvantagem do governo brasileiro em relação à Casa Branca. No entanto, interlocutores envolvidos no assunto, em Brasília, afirmam que não é possível cantar vitória neste momento, devido ao quadro de imprevisibilidade que se tornou marca da gestão do presidente americano Donald Trump.
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O Estado de S. Paulo: Antes de publicar o decreto detalhando o tarifaço e os bens brasileiros que devem se livrar do imposto, a Casa Branca divulgou uma nota de aproximadamente 5 mil caracteres intitulada “Presidente Donald Trump aborda ameaças do governo brasileiro aos Estados Unidos”.