O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, indicou que o Brasil será “extremamente rigoroso” nas negociações em torno da revisão da tarifa da usina de Itaipu, cuja administração é dividida com o Paraguai, informa o jornal O Globo. A tarifa é paga nas contas de luz, e o país vizinho deseja aumentar os valores, enquanto o Brasil fala em, pelo menos, manter o atual patamar para evitar alta para os consumidores.
Nos bastidores, pessoas que participam das conversas afirmam que o Brasil poderá colocar na mesa outros assuntos se o Paraguai insistir nos valores maiores. Nessa discussão, o lado brasileiro pode passar a demandar questões financeiras da usina, como pagamento de royalties e critérios de venda da energia gerada. A energia produzida na usina é dividida meio a meio entre os dois países.
Como o Paraguai não dá conta de consumir tudo a que tem direito vende o excedente para o Brasil, o que é uma parcela importante do Orçamento do país vizinho. Discutir essa questão pode ser mais prejudicial ao Paraguai do que insistir em uma tarifa maior, de acordo com o entendimento de negociadores brasileiros.
Técnicos alertam ministros sobre “falta de transparência” nos investimentos de Itaipu
Técnicos do governo federal voltaram a alertar ministros a respeito da falta de transparência dos investimentos socioambientais realizados pela usina de Itaipu. Esses investimentos têm servido “para ajustar o valor da tarifa”, disse uma fonte ao Valor Econômico na sexta-feira (26/1).
“Quanto maior o investimento socioambiental, maior precisa ser a tarifa”, “Quanto vamos cobrar do consumidor de energia por esses investimentos é um cálculo complicado. Mas um ponto fundamental é trazer mais transparência e melhorar a governança tanto da definição do montante quanto da aplicação desses recursos”. A discussão sobre os impactos dos investimentos na tarifa já existe pelo menos desde o primeiro semestre do ano passado, ressalta a reportagem.
ONS: SIN tem previsão de crescimento da carga de 5,5% em fevereiro
O boletim do Programa Mensal de Operação (PMO), referente à semana operativa entre os dias 27 de janeiro e 02 de fevereiro, prevê que os valores de carga previstos indicam taxas de crescimento para o Sistema Interligado Nacional (SIN) e todos os subsistemas.
Para o SIN, o crescimento deve ser de 5,5% (82.607 MWmed). Nos subsistemas as previsões são: Nordeste, 8,2% (13.587 MWmed), Sudeste/Centro-Oeste, 4,5% (46.871 MWmed), Norte 14,5% (7.635 MWmed) e Sul, 2% (14.514 MWmed). Os números são comparações entre os possíveis resultados de fevereiro de 2024 e o mesmo mês de 2023.
As perspectivas para a Energia Natural Afluente (ENA) demonstram uma elevação, porém ainda abaixo da média do período tipicamente úmido em praticamente todos os subsistemas. O subsistema Norte deve registrar o percentual mais elevado, com 102% da Média de Longo Termo (MLT). Para os demais subsistemas, a ENA ao final de fevereiro deve chegar aos seguintes patamares: Sul, com 77% da MLT, Sudeste/Centro-Oeste, com 71% da MLT, e Nordeste, com 61% da MLT. (Fonte: ONS)
Aneel anuncia bandeira verde para o mês de fevereiro
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na sexta-feira (26/1) que o mês de fevereiro terá bandeira tarifária verde. Significa que as contas de energia elétrica não terão custo adicional. A sinalização verde ocorre desde abril de 2022, porque as condições de geração de energia hidrelétrica em todo o país são favoráveis. São 22 meses seguidos de acionamento de bandeira verde. (Fonte: Aneel)
O salto da energia eólica: setor prevê quase dobrar de tamanho até 2030, com aportes de R$ 175 bilhões
A fonte eólica, ou movida pelos ventos, tem batido recordes sucessivos de instalação e já trouxe mais de R$ 300 bilhões em investimentos para o país. Em 2023, respondeu por quase 50% de toda expansão do setor elétrico – dos 10,3 mil megawatts (MW) adicionados ao sistema elétrico, 4,9 mil MW vieram das usinas eólicas, conforme ressalta reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
A reportagem ressalta, ainda, que a tendência é essa expansão continuar firme nos próximos anos. Até 2030, serão investidos mais R$ 175 bilhões para acrescentar 25 mil MW de potência, levando-se em conta apenas os projetos já contratados em leilões nos últimos anos. Com isso, a geração eólica deve quase dobrar, passando da capacidade atual de cerca de 30 mil MW para 55 mil MW.
Esses números referem-se, por enquanto, apenas a projetos construídos em terra. Quando a tecnologia chegar ao mar, o que deve acontecer na próxima década, a expectativa é triplicar os investimentos. A avaliação no setor é que as eólicas offshore devem dar grande impulso à geração de energia elétrica do país.
“O crescimento da eólica se deve primeiro à sua competitividade, porque ela gera energia mais barata. E, desde 2018, além das contratações em leilões, a eólica também começou a ser contratada no mercado livre, (que) foi um grande impulsionador e continua sendo, e não deixará de ser”, diz a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum.
Petrobras passa a valer R$ 536,1 bi, novo recorde de valor de mercado
Impulsionada por um cenário favorável, a Petrobras alcançou valor de mercado de R$ 527,9 bilhões na quinta-feira (25/1), um recorde na história da petroleira. A marca ainda foi renovada na sexta-feira (26/1), quando a capitalização da petroleira atingiu R$ 536,1 bilhões. Em 12 meses encerrados na sexta, a ação preferencial da Petrobras subiu 95,1%, segundo o Valor Data.
A Petrobras é a companhia com maior valor de mercado do Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira. A segunda colocada é a Vale, com R$ 315,4 bilhões. A ação preferencial da petroleira, que fechou a semana aos R$ 39,96, acumula alta de 7,30% só em janeiro. Há um ano, o papel custava R$ 20,48. (Valor Econômico)
Petrobras encontra petróleo na margem equatorial, mas não sabe se exploração é viável
A Petrobras informou na sexta-feira (26/1) que encontrou indícios de petróleo em poço perfurado na costa do Rio Grande do Norte, na chamada margem equatorial brasileira. A empresa afirma, porém, que ainda não foi possível concluir que a produção é viável.
O poço foi perfurado em um projeto chamado Pitu Oeste, na bacia Potiguar. Foi o primeiro em águas profundas na região após o embate iniciado com a negativa do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) para poço na bacia da Foz do Amazonas. (Folha de S. Paulo)
Funai quer medir impacto para indígenas, de exploração de petróleo no Foz do Amazonas
A Folha de S. Paulo informa que a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) recomenda realização de prévia avaliação ambiental da Bacia da Foz do Amazonas que contemple consulta às comunidades indígenas da região no âmbito do pedido da Petrobras para perfurar e prospectar petróleo na bacia Foz do Amazonas.
Em meados de outubro, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) solicitou manifestação da Funai dentro do processo de licenciamento ambiental da perfuração no bloco da Bacia da Foz do Amazonas, de responsabilidade da Petrobras.
Em ofício de 18 de dezembro, a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Lucia Alberta Andrade de Oliveira, defendeu a realização da avaliação ambiental estratégica da bacia e que as comunidades sejam ouvidas. O documento é dirigido a Claudia Jeanne da Silva Barros, diretora-substituta de licenciamento ambiental do Ibama. O texto lista tópicos para “nortear os estudos complementares necessários à avaliação dos impactos aos povos indígenas das Terras Indígenas Galibi, Jumina e Uaçá”, no município de Oiapoque (AP), nos componentes sociais, culturais e ambientais, decorrentes da interferência da exploração da bacia pela Petrobras.
Lula jamais tratou sobre sucessão na Vale, alirma Alexandre Silveira
O ministro de Minas e Energia (MME) Alexandre Silveira, afirmou que o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva jamais tratou sobre a sucessão da Vale. “Desconheço qualquer movimento para indicar Guido Mantega, nem mesmo ao conselho da Vale”, afirmou Silveira em conversa com jornalistas na saída do ministério.
O ministro afirmou ainda jamais ter conversado sobre o assunto com qualquer conselheiro da mineradora. “Não sei qual a tendência para a sucessão na presidência da Vale”, acrescentou. Segundo Silveira, o governo respeita a governança das empresas e que o presidente Lula foi injustiçado nesse processo. (Valor Econômico)
China instalou mais painéis solares em 2023 do que os EUA em toda a história
Reportagem da Agência Bloomberg, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, indica que a China bateu um novo recorde de instalação de painéis solares em 2023, somando-se a uma enorme capacidade de geração de energia renovável – na qual já lidera no mundo por uma ampla margem. O país adicionou 216,9 gigawatts (GW) de energia solar no ano passado, superando o recorde anterior de 87,4 GW de 2022, informou a Administração Nacional de Energia da China (NEA, na sigla em inglês) em um comunicado.
De acordo com a reportagem, isso é mais do que toda a capacidade atual de 175,2 GW dos Estados Unidos, o segundo maior mercado de energia solar do mundo, segundo estimativas da BloombergNEF. No total, a capacidade de geração solar na China chegou a 609,5 GW.
Só 7% dos projetos de hidrogênio verde anunciados no mundo estarão operando até 2030, diz AIE
Apenas 7% dos projetos de hidrogênio verde anunciados no mundo devem estar em operação até 2030. A capacidade de energia renovável dedicada à produção de combustível à base de hidrogênio deve aumentar em 45 GW entre 2023 e 2028. A baixa performance se explica pela lentidão na decisão dos investidores em concretizar as iniciativas e em custos de produção mais elevados.
Para convencer os investidores, os anúncios de projetos de hidrogênio produzido a partir de energias renováveis devem ser seguidos de políticas e marcos regulatórios consistentes. A previsão é do último relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) sobre energias renováveis.
Lançado há poucos dias, o “Renewables 2030” analisou o progresso dos projetos de hidrogênio anunciados no mundo, à exceção da China. A agência revisou, para baixo, suas projeções iniciais. “É uma tendência que desaponta”, disse Fatih Birol, diretor executivo da AIE, no lançamento do relatório. “Acreditamos que o hidrogênio verde pode ter um papel importante na solução à crise do clima, para garantir segurança energética e também diversificar a matriz”, ressaltou. As informações foram publicadas pelo Valor Econômico.
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: Em 2023, ano que antecedeu as eleições municipais, os investimentos das cidades brasileiras dispararam, com elevação real – descontada a inflação – de 28% no acumulado de janeiro a outubro, em relação aos mesmos dez meses de 2022. Isso ocorreu porque as prefeituras aumentaram a arrecadação própria, embora tenham sofrido com a queda de repasses da União e dos estados. O impacto variou conforme o tamanho das cidades.
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O Estado de S. Paulo: Os bilhões que o governo liberou para pagamento de precatórios no fim de 2023, para encerrar o calote dado pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, devem representar um fôlego adicional à atividade econômica neste ano, fazendo com que o Brasil cresça mais do que o esperado neste ano eleitoral.
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Folha de S. Paulo: O déficit atuarial dos funcionários aposentados do setor público atingiu cerca de R$ 6 trilhões e é considerado hoje um dos principais motivos para a queda da taxa de investimentos no Brasil — cujo aumento seria fundamental para a economia crescer de forma sustentável. Os governos federal, estaduais e municipais têm dispensado valores crescentes de sua receita líquida para pagar servidores aposentados, além daqueles na ativa, sobrando cada vez menos para custear a máquina administrativa e investir.
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O Globo: Em média 4 mil pessoas são internadas por mês no Brasil com quadros de dengue clássica ou hemorrágica em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com dados do Ministério da Saúde consolidados até dezembro de 2023. As internações devido à doença no ano passado causaram um custo de R$ 19,7 milhões ao Poder Público e, junto com o aumento de casos neste início de ano, preocupa a União e os governos estaduais e municipais.