A Itália aprovou nesta sexta-feira (16/09) um pacote de ajuda financeira para as famílias do país, com o objetivo de mitigar os efeitos da alta dos custos de energia na Europa causados pela guerra na Ucrânia e a interrupção do fluxo de fornecimento de gás da Rússia para o continente.
O pacote de 14 bilhões de euros chega para complementar outros auxílios que, juntos, somam 52 bilhões de euros e também são voltados a ajudar a lidar com o aumento do custo de vida na Europa. O governo da Itália vai financiar o novo pacote através da cobrança de impostos sobre lucros extraordinários de empresas de energia, que estão tendo arrecadações recordes com a alta do preço da eletricidade na Europa, sem nenhum novo imposto sobre a população italiana. As informações foram publicadas nesta tarde pelo Valor Econômico.
Europa já se prepara para blecautes devido à falta de gás no inverno
A operadora francesa de eletricidade, a exemplo de outras operadoras europeias, está ficando sem opções para manter luzes acesas. A empresa de energia elétrica emitiu um alerta vermelho, o que significa que o abastecimento está no limite. Já deixou sem fornecimento alguns grandes usuários industriais e reduziu a voltagem, e até fez um pedido para as famílias reduzirem o consumo de energia. Muitas atendem ao pedido, mas este é um momento decisivo. A operadora tem de adotar a medida drástica de cortar o fornecimento para alguns lugares para evitar o colapso total do sistema.
Trata-se de um cenário dramático para o qual governos de toda a Europa se preparam, num momento em que a escassez de energia se agrava a cada semana que passa. Na quarta-feira (14/09), a francesa Réseau de Transport d’Éléctricité disse que provavelmente terá de pedir ao país que corte o consumo no inverno para evitar apagões.
“A realidade é que não há gás suficiente na Europa”, disse Ed Birkett, diretor de energia e clima do instituto de análise e pesquisa Onward, de Londres. “Se a demanda não for reduzida, as empresas serão alijadas da rede, e, num cenário extremo, as famílias poderão ser obrigadas a sair da rede.” Muita coisa vai depender do clima nos próximos meses. (Valor Econômico – com informações da agência Bloomberg)
Alemanha assume controle de refinarias de petróleo da Rosneft
O governo da Alemanha vai tomar o controle das operações da Rosneft no país, o que incluem três refinarias da companhia russa, para tentar mitigar a crise energética que afeta o país, conforme anúncio feito hoje (16/09) pelo Ministério da Economia local.
O governo colocou as subsidiárias da Rosneft, Rosneft Deutschland GmbH e RN Refining & Marketing GmbH, sob comando da agência reguladora Bundesnetzagentur, que cuida dos setores de energia, telecomunicações e ferrovias. A decisão dá o controle das refinarias PCK Schwedt e MiRo, perto da cidade de Karslruhe, no sudoeste da Alemanha, e da Bayernoil, no estado da Bavaria, ao sudeste do país. “A tomada de controle mitiga a ameaça à oferta de energia e cria uma fundação importante para a preservação do futuro da refinaria de Schwedt”, diz o governo, adicionando que vai apresentar pacote emergencial para refinarias do país. (Valor Econômico – com agência Dow Jones)
Comerc assume a Soma
O Valor Econômico informa que a Comerc Energia fechou operação de compra de ações representativas de 70% do capital da Soma Consultoria em Gestão Energética, sua subsidiária integral. Com isso, a Comerc passa a deter o controle da companhia. O valor da operação não foi divulgado.
“A aquisição está alinhada à estratégia da Comerc Energia de longo prazo e representa uma oportunidade de crescer inorganicamente através de uma empresa como a Soma que, além de apresentar complementaridade de negócios e geografias, também amplia a capilaridade da Comerc Energia”, diz a companhia em comunicado.
A Soma é uma gestora e consultora de soluções em energia com foco de atuação na região Nordeste. Com cerca de 300 unidades consumidoras, a companhia é especializada na prestação dos serviços de gestão e representação para consumidores no mercado livre de energia elétrica.
Mercado de biogás cresce no Brasil, mas distribuição ainda é entrave para escala
O Brasil apresenta cada vez mais oportunidades para negócios de biogás e biometano, mas dificuldades, principalmente, na distribuição do combustível pelo país ainda são um entrave para deslanchar investimentos, avaliaram executivos do setor energético em evento realizado ontem (15/09) pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen).
O portal Nova Cana, que traz informações a respeito, informa que a indústria sucroenergética enxerga na produção do biometano uma alternativa atrativa para aproveitar os resíduos de sua atividade, sendo até mais rentável do que a opção mais comum, de destinar biomassa para cogeração de energia elétrica, apontou o presidente da Raízen, Ricardo Mussa.
O problema, segundo ele, é a dificuldade de conexão com a rede de gasodutos, o que acaba impedindo o transporte do combustível renovável para mais mercados pelo Brasil.
Bancada do agronegócio quer aprovar pacote de flexibilizações ambientais após eleição
O jornal O Estado de S. Paulo informa que a bancada de parlamentares ligados ao agronegócio se articula para aprovar, logo após as eleições, uma série de projetos de lei que flexibilizam as regras ambientais em todo o país. O objetivo é que, encerrado o primeiro turno, os temas sejam levados a plenário no Congresso, para serem sancionados ainda neste ano pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com a reportagem, a pressa está diretamente atrelada à possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que hoje lidera as pesquisas de intenção de voto, vir a ser eleito – além da troca de cadeiras que ocorrerá no Congresso Nacional. Lula já deixou clara a sua posição contrária a propostas prioritárias para a bancada do agro, como a liberação de mais agrotóxicos. Por isso, parlamentares que atuam na defesa do setor se articulam para aprovar, no atacado, o pacote de medidas que flexibilizam as regras ambientais.
“Estamos indo para o precipício”, diz Armínio Fraga, para a falta de prioridade para proteger meio ambiente
Na avaliação do ex-presidente do Banco Central (BC), Armínio Frago, já não se pode dizer que há surpresas relacionadas à questão climática e que o país caminha para um “precipício” caso medidas não sejam tomadas para lidar com a degadração do meio ambiente.
Fraga ressalta que o gasto público vem aumentando desde o período da redemocratização e de que ainda falta prioridade no melhor uso dos recursos. “É difícil argumentar que houve ao longo desse período austeridade. Acho que o que faltou foi prioridade. E a prioridade verde, é sem dúvida das mais importantes.”
As afirmações foram feitas hoje (16/09) durante o lançamento de uma carta a presidenciáveis pelo movimento Convergência pelo Brasil. Além de Fraga, participaram do evento os ex-ministros da Fazenda Maílson da Nóbrega, Rubens Ricúpero e Paulo Haddad. Também assinam o documento Affonso Celso Pastore, Gustavo Krause, Gustavo Loyola, Henrique Meirelles, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Marcílio Marques Moreira, Pedro Malan, Pérsio Arida e Zélia Cardoso de Mello.
O documento, obtido pelo jornal O Globo, condensa em quatro propostas os caminhos que o país tem de seguir para se tornar uma economia de carbono zero na energia, mobilidade, indústria e agricultura.
PANORAMA DA MÍDIA
Sete entre cada dez eleitores brasileiros não definiram ainda em quem irão votar para deputado federal e estadual no pleito que ocorre daqui a pouco mais de duas semanas, em 2 de outubro.
Segundo pesquisa do Datafolha, 69% não escolheram o nome para a Câmara dos Deputados. Neste ano, segundo os dados mais recentes e que pode não incluir eventuais desistências ou impugnações, há 10.603 candidatos e candidatas em todo país às 513 vagas da Casa. (portal de notícias UOL)