
O jornal O Estado de S. Paulo informa que o leilão bilionário de linhas de transmissão previsto para outubro não contará com a participação de dois nomes frequentes da disputa nesse mercado. A Neoenergia e a Energisa já indicaram como remota a possibilidade de disputarem o certame, que prevê investimentos de R$ 7 bilhões.
Entre as razões apontadas, está a elevada taxa de juros e a baixa perspectiva de retorno. Serão leiloados 11 lotes para construção e manutenção de 1.178 quilômetros de linhas, além de 4.400 megawatts (MW) em capacidade de transformação, em 13 estados.
De acordo com a reportagem, o nome mais provável na lista de candidatos é o da CPFL. “Acho que há algumas linhas que se encaixam na estratégia da CPFL, então estamos estudando, ainda em processo de aprovação, mas diria que há boa perspectiva de participarmos”, disse o presidente da companhia, Gustavo Estrella. A empresa, hoje nas mãos dos chineses da State Grid, já tem mais de 10 contratos de concessão.
Contas de luz podem cair até 16% com abertura do mercado de eletricidade
Consumidores conectados em redes de baixa tensão podem economizar em média 16% nas contas de luz caso decidam migrar para o mercado livre a partir de 2026, conforme ressalta reportagem do Valor Econômico.
Ao mesmo tempo, clientes que decidam manter-se como estão, com a energia elétrica gerenciada pelas distribuidoras, também podem ser beneficiados, com uma redução média de 5% nas tarifas de energia, com a abertura do mercado. Os números são parte de um estudo realizado pela Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel), dos efeitos da medida sobre este perfil de consumo, especialmente as residências.
A reportagem explica que desde 2024, todos os consumidores conectados em alta tensão, redes acima de 2,3 quilovolts (kV), podem migrar para o mercado livre, no qual os consumidores podem escolher quem será a geradora da eletricidade e as condições de suprimento.
Para a baixa tensão, a abertura pode ocorrer a partir do ano que vem, conforme estabelecido pela Medida Provisória 1.300/2025, que aperfeiçoa o marco legal do setor elétrico. Cerca de 90 milhões de unidades consumidoras são atendidas em baixa tensão.
A economia só vai se concretizar caso a MP 1.300 tenha o projeto de lei de conversão votado no Congresso Nacional antes do dia 17 de setembro. Nesta data, a MP perde a validade. A comissão mista para analisar e votar a MP ainda não foi instalada.
Ibama e Petrobras iniciam teste na Margem Equatorial nesta semana
O jornal O Globo informa que poderá começar a qualquer momento o teste do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Petrobras, que vai simular um vazamento de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, no litoral do Amapá, dentro da Margem Equatorial, a região da costa que vai até o Rio Grande do Norte.
O teste, chamado de Avaliação Pré-Operacional (APO), é a última etapa antes de o órgão decidir se vai ou não liberar a licença para a perfuração exploratória de um poço na região.
Tempo sem luz na cidade de SP triplica desde 2021
Reportagem da Folha de S. Paulo destaca que os últimos dez anos foram marcados por uma reviravolta na qualidade do fornecimento de energia elétrica na área de concessão da Enel SP na região metropolitana de São Paulo.
Depois de seis anos com o consumidor sentindo melhoras contínuas, com redução no número de apagões e também do período sem energia, a percepção em relação à qualidade do serviço piorou rapidamente. O tempo médio que o cidadão paulistano fica no escuro triplicou, passando de cerca de 7 horas sem luz por ano, em 2021, para quase 22 horas, no ano passado.
A evolução da oferta de energia elétrica foi mapeada a pedido da Folha pela empresa Daimon, especializada em serviços no setor. Foram compilados dois indicadores oficiais divulgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Na lista dos 15 locais onde o serviço mais piorou, de 2020 a 2024, nove estão na zona sul da capital. A região junto ao bairro Jardim São Luís foi a mais afetada. O tempo médio sem luz, que era de pouco mais de 7 horas por ano, subiu para 51 horas, ou seja, mais de dois dias. Em áreas de Campo Belo, Campo Grande, Cidade Ademar, Jabaquara e Santo Amaro, o tempo sem luz passou de 7 horas para 42 horas.
Leilão garante R$ 5,5 bilhões ao Brasil em aportes a hidrelétricas
Leilão realizado na sexta-feira (22/8) garantiu a contratação de pelo menos R$ 5,5 bilhões em investimentos em pequenas e médias usinas hidrelétricas no Brasil, em iniciativa que foi classificada pelo governo como a “retomada” do crescimento da fonte energética, enquanto o país avalia a possibilidade de construção de novos grandes empreendimentos.
O primeiro certame exclusivo para contratação de energia de pequenas e médias hidrelétricas negociou 815 megawatts (MW) de potência em 65 usinas de até 50 MW de capacidade instalada, localizadas nos submercados Sul, Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste.
Os novos projetos e ampliações de usinas existentes devem exigir cerca de R$ 5,5 bilhões em investimentos, segundo dados divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que consideram os valores de aportes estimados pelos próprios empreendedores no cadastramento dos projetos.
Mas o Ministério de Minas e Energia estimou que os investimentos poderão ser ainda maiores, chegando à casa dos R$ 8 bilhões. (Folha de S. Paulo – com informações da agência Reuters)
COP30: 88% dos países ainda não têm hospedagem, sob queixa generalizada de preços
O Valor Econômico informa que quase 90% das delegações dos países ainda não conseguiram marcar acomodações em Belém, para a COP30, em novembro. Os preços das acomodações, e não a falta de alojamento, são a grande reclamação dos que não conseguiram instalação na cidade e a maior dificuldade encontrada pelos que conseguiram.
Esse diagnóstico consta de uma pesquisa feita pelo secretariado da Convenção sobre Mudança Climática da ONU, a UNFCCC. Os resultados foram divulgados na reunião do Bureau da UNFCCC na manhã de sexta-feira (22/8). Dos 195 países consultados, 147 responderam, segundo a pesquisa obtida pelo Valor – além de 40 representantes da sociedade civil.
Do grupo de nações, 44 são de países da Ásia e do Pacífico; 40 são de são de países africanos; 27 de países da América Latina e Caribe; 20 de países da Europa Ocidental além da Austrália e Nova Zelândia; e 16 de países do Leste Europeu. A consulta segue a divisão dos cinco grupos regionais da ONU.
Cenário no mundo fragmentado sob Trump atrasa transição energética, diz CEO da Shell
O tradicional estudo anual dos cenários que a Shell elabora desde a década de 1970 para embasar suas decisões estratégicas vai ser divulgado nesta segunda-feira (25) com novas perspectivas sobre o futuro da energia no mundo. Segundo Cristiano Pinto da Costa, CEO da Shell Brasil, foi introduzido um outro cenário, contemplando os efeitos da inteligência artificial, que elevará a demanda energética.
Em entrevista ao Valor Econômico, o executivo disse que, enquanto o presidente americano Donald Trump avança com sua política tarifária, o cenário que se destaca é aquele que a empresa chama de Arquipélagos e retrata um mundo nacionalista, com pouca cooperação global.
“No cenário Arquipélagos, em que o mundo fica um pouco mais fragmentado, confrontacional e não colaborativo em relação a políticas de transição energética, cada país passa a olhar para o seu interesse próprio versus o interesse coletivo da humanidade em migrar para uma economia de baixo carbono. Esses elementos estão exatamente acontecendo agora e se materializando no que estamos vendo na política tarifária do governo americano”, diz.
Baterias na transmissão não precisam de regulamentação como na geração, diz Sandoval
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, reiterou na sexta-feira (22/8), que não é necessária regulamentação específica para o uso de baterias em sistemas de transmissão e que a inclusão da tecnologia em projetos para os próximos leilões serão “positivados” em edital.
Segundo Feitosa, porém, isso é diferente do uso de baterias como negócio independente, ou seja, de um agente que ofereça esse serviço para a rede, o que deve ganhar uma “primeira camada de regulamentação” nos próximos dias.
“A bateria pode ser utilizada como uma fonte de geração independente ou como um ativo de transmissão. Como ativo de transmissão, ele é licitado como uma linha de transmissão, como um transformador, como uma remuneração fixa a ser repassada”, disse Feitosa em evento do grupo empresarial Lide, realizado no Rio de Janeiro.
De toda forma, disse ele, o processo relativo ao uso como fonte independente, que teve pedido de vistas do diretor Fernando Mosna, vai para a pauta da reunião da agência marcada para a próxima terça-feira (26/8), levando a uma “primeira camada” de regulamentação para baterias. (Agência Infra)
PANORAMA DA MÍDIA
Folha de S. Paulo: Barro Alto (GO) e suas montanhas do minério (jazidas de níquel) expõem, com fatos, os movimentos geopolíticos que têm mexido com o destino de nações como os Estados Unidos, a China, países da Europa e o Brasil. A Anglo American, multinacional de origem sul-africana e britânica que opera na cidade desde 2004, decidiu vender no início deste ano sua planta de níquel para a MMG, um braço da estatal chinesa China Minmetals Corporation. Além da unidade de Barro Alto, entraram na negociação outra planta em Niquelândia (GO) e dois projetos novos de exploração, no Pará e em Mato Grosso.
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Valor Econômico: A temporada de balanços do 2º trimestre surpreendeu, com o desempenho aquecido da economia impulsionando os resultados das companhias do setor doméstico e a recuperação pontual das exportadoras de commodities. No entanto, sinais de desaceleração e a expectativa de que essa tendência possa se intensificar no 2º semestre preocupam investidores e analistas.
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O Estado de S. Paulo: O número de ações na Justiça do Trabalho vem registrando um crescimento contínuo e deve bater este ano um novo recorde desde a aprovação da reforma trabalhista, em 2017. Esse movimento vem sendo puxado principalmente pelo setor de serviços. No ano passado, esse setor respondeu por 26,6% dos processos protocolados e atingiu um recorde histórico, com 556.143 casos novos. Até 2021, era sempre a indústria que liderava esse movimento nos tribunais trabalhistas.
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O Globo: Relator da reforma administrativa na Câmara, o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) vai incorporar ao texto uma proposta que proíbe a aposentadoria compulsória como forma de punição a juízes e promotores. Ao mesmo tempo, irá abrir a possibilidade de demissão desses profissionais por meio de processo administrativo disciplinar.