O primeiro leilão de transmissão de energia de 2024 previsto para ocorrer amanhã (28/3) na sede da B3, em São Paulo, deve atrair investimentos da ordem de R$ 18,2 bilhões e contratar quase 6.500 quilômetros dos chamados linhões, conforme destaca reportagem do Valor Econômico.
A previsão é que o evento seja marcado por ampla concorrência de grandes grupos e expectativa de deságios. Eletrobras, Alupar e Engie estão na lista de empresas que confirmaram que estarão na disputa. O mercado espera também por CPFL, Neoenergia, Cymi e Energisa, além de gestoras, fundos de infraestrutura e bancos, como a Vinci, XP, Pátria, Perfin, BTG Pactual, entre outras.
A reportagem destaca ainda que o setor de transmissão atrai os investidores por ser regulado e o vencedor ganhar um contrato de 30 anos indexado ao IPCA sem risco de inadimplência. Já algumas companhias tradicionais no segmento de transmissão declararam que não participarão do certame. A Taesa desistiu pelo nível de endividamento. A Copel disse que vai focar em disciplina financeira e descarta participação em leilão. Já a colombiana Isa Cteep tem R$ 15 bilhões a executar nos próximos anos e mais um lote pode deixar a empresa muito alavancada.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a infraestrutura vai atender 14 estados com o objetivo de expansão da rede básica a fim de fazer frente à expectativa de contratação de elevados montantes de energia provenientes de empreendimentos de geração renovável, com destaque para as usinas eólicas e solares, além da ampliação da capacidade de transmissão para atendimento regional.
Aneel deve negar reajuste extra a distribuidoras pela pandemia
O portal Poder 360 informa que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve negar os pedidos de revisão extraordinária de tarifas de energia elétrica solicitados por seis distribuidoras por perdas durante a pandemia de covid.
O processo começou a ser analisado ontem (26/3), mas foi interrompido por um pedido de vista do diretor Hélvio Guerra. O relator do caso, diretor Ricardo Tili, apresentou voto negando os pleitos. O processo analisa as perdas econômicas das concessionárias por causa da proibição de suspensão do fornecimento de energia por inadimplência durante a pandemia para os consumidores de baixa renda.
Apagão no centro de São Paulo exige cobrar mais eficácia da concessionária Enel
Em editorial publicado nesta quinta-feira (27/3), o jornal O Globo defende que os constantes apagões enfrentados por moradores de São Paulo nos últimos dias ultrapassaram o limite do razoável. Assim como as desculpas apresentadas pela concessionária Enel para justificar as interrupções.
Em bairros da região central da cidade, a falta de luz, que começou na manhã da segunda-feira (18/3), se estendeu por mais de uma semana, afetando serviços essenciais como hospitais, escolas e transportes, além de transformar num caos a vida de moradores e comerciantes.
Não se pode menosprezar o sacrifício imposto à população, ressalta o editorial. Prejuízos causados pela perda de alimentos em refrigeradores desligados, ar-condicionado e ventiladores inoperantes diante do calor abrasador ou torneiras secas como efeito colateral da falta de luz sobre as bombas-d’água nem são os problemas mais graves.
Outros beiram a crueldade, caso dos doentes que dependem de equipamentos permanentemente ligados em casa ou dos idosos forçados a subir ou descer inúmeros lances de escada na falta de elevadores. Nem todos os lugares dispõem de gerador, e a concessionária demorou a colocá-los em operação enquanto fazia os reparos necessários a restaurar o fornecimento.
Conheça os principais pontos do decreto das debêntures de infraestrutura
O Valor Econômico teve acesso a uma minuta que, dentro do governo, vem sendo tratada como a versão final do decreto que regulamenta a emissão de debêntures de infraestrutura a ser publicado na edição desta quarta-feira (27/3) do Diário Oficial da União (DOU).
A reportagem destaca que o decreto exclui o setor de petróleo dos investimentos em energia com possibilidade de obter esse tipo de financiamento com benefício fiscal.
O texto divide em 15 áreas os projetos que poderão se enquadrar como usuários das debêntures de infraestrutura: logística e transporte; mobilidade urbana; energia; telecomunicações e radiofusão; saneamento básico; irrigação; educação pública gratuita; segurança pública e sistema prisional; parques urbanos públicos e unidades de conservação; equipamentos públicos culturais e esportivos; habitação social; requalificação urbana; transformação de minerais estratégicos para a transformação energética; e iluminação.
MME organiza plantão para prevenir riscos ao abastecimento
A Secretaria Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, ligada ao Ministério de Minas e Energia (MME), informou à Agência Nacional do Petróleo (ANP), por ofício, no último sábado (23), a organização de um plantão permanente para prevenir e adotar eventuais medidas de urgência, caso tenha problemas de abastecimento envolvendo o setor de petróleo e seus derivados, gás natural e biocombustíveis nos próximos dias.
O portal Brasil Energia explica que essa atividade é devido aos alertas de tempo severo emitidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). No documento, o secretário destaca os casos em que seja necessária uma articulação interinstitucional com órgãos e entidades dos setores público e privado, principalmente para os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, parte de Minas Gerais e do Espírito Santo.
Weg vai paralisar produção de turbinas eólicas em Santa Catarina, no 2º semestre
O Valor Econômico informa que a fabricante de equipamentos catarinense WEG vai paralisar temporariamente a linha de produção de turbinas eólicas em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, a partir do segundo semestre de 2024. O motivo, de acordo com a reportagem, é a baixa demanda por equipamentos no Brasil associada à sobre-oferta no mercado de energia.
A empresa está finalizando a entrega de 72 aerogeradores para o parque eólico de Coxilha Negra, da Eletrobras, em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, e não tem mais pedidos na carteira. Ao Valor, o diretor superintendente da WEG Energia, João Paulo Gualberto da Silva, explica que o setor passa por dificuldades e há mais de um ano nenhuma fabricante fecha contrato no Brasil.
Petrobras pretende instalar dois projetos-piloto de eólicas offshore, no Rio e RN
O diretor de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, disse ontem (26/3) que a companhia pretende instalar dois projetos-piloto de eólicas offshore, para realizar estudos da fonte, um no Rio Grande do Norte e outro no Rio de Janeiro, próximo ao Porto do Açu, que fica no norte do estado.
Segundo ele, que participa do Brazil Offshore Wind Summit, os projetos serão instalados até 2029. Tolmasquim contou, ainda, que, seguindo os trâmites impostos pela governança da companhia, a Petrobras está estudando, para fins de leilões futuros, a viabilidade de quatro áreas marinhas para projetos de eólicas offshore. (Valor Econômico)
MME quer adiantar debates sobre critérios de escolha e disputa de áreas para eólicas offshore
O ministério de Minas e Energia (MME) vai começar a avaliar a regulamentação dos parâmetros para a seleção de áreas destinadas a projetos de geração eólica offshore, segundo o secretário de Transição Energética e Planejamento do ministério, Thiago Barral.
O executivo também disse que o ministério vai debater critérios para que a competição pelas áreas considere parâmetros além das propostas financeiras. O marco legal das eólicas offshore (PL 576/2021) foi aprovado na Câmara dos Deputados em dezembro, com o acréscimo de emendas referentes a outros assuntos, como contratações de hidrelétricas e extensão de contratos de termelétricas. O texto agora vai ser analisado pelo Senado.
Segundo Barral, o fato de o marco legal do setor ainda estar em discussão no Congresso não impede o andamento de discussões em relação a critérios para seleção de áreas e aspectos de planejamento, como transmissão e infraestrutura portuária. Para ele, é possível desde já adiantar discussões para “queimar etapas” da regulamentação do segmento. (Agência EPBR)
Eólicas esperam lei para investir em projetos offshore
Reportagem do Valor Econômico indica que a ausência da definição do marco regulatório para as eólicas marinhas (offshore) precisaria avançar rapidamente para que esse novo mercado possa deslanchar no país, avaliam especialistas do segmento. Em paralelo, empresas esperam apenas a aprovação do PL para aportar os primeiros investimentos, cuja maturação demanda entre sete e dez anos.
New Fortress estima demanda superior a 8 GW em leilão de reserva de capacidade
A New Fortress Energy (NFE) estima que o leilão de reserva de capacidade, em consulta pública e previsto para 30 de agosto, terá uma demanda de mais de 8 GW de potência termelétrica e espera assegurar o fornecimento de gás natural para 3,2 GW, informa a Agência EPBR.
A NFE vê oportunidade em projetos próprios e de terceiros, em térmicas novas e existentes que poderão ser atendidas com gás natural liquefeito (GNL). O otimismo passa pelo cenário de declínio da produção na Bolívia.
Para isso, conta com a conexão do Terminal Gás Sul (TGS) ao gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). A planta, inaugurada este mês em Santa Catarina, foi construída sob risco, sem um grande contrato âncora, destaca a reportagem.
Lula e Macron anunciam plano de R$ 5 bilhões para economia sustentável na Amazônia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente francês Emmanuel Macron lançaram, ontem (26/3), um plano de arrecadação de mais de R$ 5 bilhões (€ 1 bilhão) em investimentos públicos e privados em projetos de economia sustentável na Amazônia brasileira e na Guiana Francesa.
O plano de ação foi divulgado durante a visita de Macron ao Brasil. O presidente francês encontrou-se com Lula em Belém (PA) e fica no país até amanhã (28/3). Na cidade que sediará a COP30, em novembro do próximo ano, Macron e Lula visitaram as comunidades ribeirinhas da Ilha do Combú e participaram de uma cerimônia com lideranças indígenas em homenagem ao Cacique Raoni. (O Globo)
Duelo entre híbridos e elétricos invade Planalto em lançamento de regras para o setor automotivo
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo destaca que a organização da mesa de convidados para a apresentação das primeiras regras de adesão das empresas ao Mover, o novo programa do governo de estímulo ao setor automotivo, já era um sinal da divisão que existe hoje na indústria.
De um lado da mesa, montada em um dos salões do Palácio do Planalto, estava a Associação Nacional das Fabricantes de Veículos (Anfavea), que reúne as maiores montadoras de carros a combustão do país. Do lado oposto, a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
De acordo com a reportagem, os discursos que se seguiram, de representantes da indústria e do governo, refletiram o racha, que mobiliza os representantes de fabricantes das duas tecnologias que disputam a atenção e os incentivos tributários oferecidos pelo governo.
Tributos e participações governamentais pagos pela Petrobras em 2023 somaram mais de R$ 240 bilhões
A Petrobras recolheu, em 2023, o total de R$ 240,2 bilhões em tributos próprios, retidos e participações governamentais no Brasil. Esses recursos são fundamentais para financiar políticas públicas, impactando positivamente a sociedade como um todo.
Do total pago pela Petrobras aos cofres públicos em 2023, R$ 61,4 bilhões correspondem a participações governamentais (majoritariamente, royalties e participação especial); R$ 87,4 bilhões, a recolhimentos federais; R$ 90,2 bilhões, estaduais; e R$ 1,2 bilhão, municipais. Os valores dos recolhimentos de royalties e participação especial estão diretamente relacionados aos preços do petróleo e gás natural no mercado internacional, cotados em dólar. (Agência Petrobras)
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: Os investimentos de 23 capitais no ano passado alcançaram R$ 31,2 bilhões, 45,1% mais que os R$ 21,5 bilhões de 2022 e 120,2% acima dos R$ 14,17 bilhões de 2019, ano que antecedeu a eleição municipal passada, em valores atualizados pela inflação. Caixa cheio e operações de crédito ajudaram essas cidades a se transformar em canteiros de obras, com os prefeitos atentos ao pleito deste ano.
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O Ministério das Relações Exteriores do Brasil criticou ontem (26/3), o regime de Nicolas Maduto, da Venezuela, por impedir a inscrição da candidata da oposição, Corina Yoris nas eleições previstas para 28 de julho. Esse é o principal destaque da edição de hoje (27/3) dos jornais O Globo, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo.
Em nota, o governo brasileiro afirma acompanhar com “expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral”.É a primeira vez que o país se posiciona de forma crítica sobre o processo eleitoral venezuelano.