
Os leilões de energia elétrica previstos para 2025 devem movimentar entre R$ 47 bilhões e R$ 57 bilhões em investimentos no Brasil, segundo levantamento feito pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), a pedido do Valor Econômico.
O montante inclui aportes de R$ 45 bilhões a R$ 50 bilhões em geração e mais R$ 7,6 bilhões em transmissão de energia. As grandes companhias do setor já se articulam para garantir participação nas disputas. Entre as empresas confirmadas, estão Eneva, Petrobras, Âmbar (do grupo J&F), CPFL, CTG, Spic, Auren, Copel e outras.
A fatura de Alcolumbre para Lula: comando do BB, Correios, agências reguladoras e cargo de Alexandre Silveira
Enquanto a negociação pela anistia dos envolvidos no 8 de janeiro ganha terreno na Câmara dos Deputados, o governo Lula aposta numa promessa feita pelo senador Davi Alcolumbre de barrar o projeto no Senado caso ele seja aprovado na outra Casa. O senador pelo União Brasil do Amapá, no entanto, vem cobrando a fatura, informa o jornal O Estado de S. Paulo.
Alcolumbre não só aumentou a pressão para que Lula substitua o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, como tem tentado emplacar uma nova diretoria no Banco do Brasil. As diretorias de agências reguladoras são outro motivo de divergência entre Alcolumbre e Silveira. O presidente do Senado não abre mão de indicar diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Agência Nacional de Mineração (ANM), mas o ministro vem resistindo à ofensiva, ressalta a reportagem.
A briga se agravou em meados do ano passado porque, para se eleger ao comando do Senado, Alcolumbre prometeu a alguns colegas, como Eduardo Braga (MDB-TO) e Otto Alencar (PSD-BA), indicações em algumas agências. Com isso, os dois desistiram de se candidatar ao cargo, mas agora Silveira se coloca como obstáculo às promessas.
Incêndio atinge plataforma da Petrobras na Bacia de Campos (RJ) e deixa 14 trabalhadores feridos
Uma explosão seguida de incêndio atingiu, na manhã de ontem (21/4), a plataforma Cherne 1 (PCH-1), operada pela Petrobras, na Bacia de Campos (RJ). O acidente deixou 14 funcionários feridos. Um deles precisou ser resgatado após cair da plataforma no mar, no Norte Fluminense.
Segundo a Petrobras, ele sofreu queimaduras e recebeu atendimento médico. Está consciente e em estado estável, de acordo com a empresa. Os outros 13 feridos também estão sendo atendidos em um hospital da região.
O local da plataforma fica a cerca de 130 km da costa de Macaé. O incidente ocorreu por volta das 7h25 e mobilizou equipes de emergência e resgate da região. Em nota, a Petrobras afirmou que o incêndio foi controlado pelas equipes de emergência e que a plataforma não produz petróleo desde 2020. A empresa ainda disse que uma comissão será formada para apurar as causas do incêndio. (O Globo)
Projetos de R$ 128 bilhões em hidrogênio verde e data center esbarram em limites de linhas de transmissão
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo indica que investimentos que somam até R$ 128 bilhões estão com seu futuro incerto por um descasamento de oferta e demanda na rede elétrica brasileira.
São projetos de data center e de usinas de hidrogênio verde no Porto do Pecém, no Ceará, que demandam grandes volumes de energia para funcionar e tiveram o parecer de acesso à rede negado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sob justificativa de estabilidade da rede, de acordo com a reportagem.
Os projetos são desenvolvidos pela empresa brasileira Casa dos Ventos, que promete instalar no local uma usina de hidrogênio verde de US$ 8,4 bilhões (R$ 49 bilhões) e um data center de R$ 50 bilhões, e pela australiana Fortescure, que planeja uma usina de hidrogênio de US$ 5 bilhões (R$ 29 bilhões).
(…) Segundo o gerente da Fortescue no Brasil, Luis Viga, o Ministério de Minas e Energia (MME) vinha indicando que teria entre 1,6 GW e 3 GW disponíveis para a conexão de projetos industriais na região do Pecém. Mas, quando os pareceres de acesso chegaram ao ONS, eles foram negados. Foi indicado, então, que seriam necessárias obras de expansão no sistema.
EUA estabelecem tarifas de até 3.403% sobre células solares importadas do Sudeste Asiático
O Valor Econômico (conteúdo Nikkei Ásia) informa que tarifas de até 3.403,96% serão aplicadas a células e painéis solares importados do Sudeste Asiático, mas predominantemente produzidos em fábricas chinesas, anunciou ontem (21/4) o Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
Os direitos antidumping e compensatórios incidirão sobre células solares, incluindo aquelas em módulos, provenientes do Camboja, Tailândia, Vietnã e Malásia. “Os direitos são impostos a produtos que se beneficiam de preços injustos praticados por empresas estrangeiras e de subsídios injustos concedidos a empresas estrangeiras por seus governos”, segundo definição do Departamento de Comércio americano.
A reportagem explica que as importações de células e painéis solares enfrentarão direitos compensatórios que variam de acordo com o país de origem dos produtos: até 3.403,96% para o Camboja, até 799,55% para a Tailândia, até 542,64% para o Vietnã e até 168,80% para a Malásia.
Trump e mudanças na Europa derrubam entusiasmo com produção de hidrogênio verde no Brasil
Há alguns meses, tanto o governo brasileiro quanto empresários estavam empolgados com a possibilidade de o Brasil ser o vanguardista na produção em escala de hidrogênio verde no mundo. O pioneirismo, apontavam, abriria portas de mercados avançados para a indústria nacional e permitiria o desenvolvimento do Nordeste, região que abriga os principais projetos do combustível no país.
Esse entusiasmo, no entanto, dissipou-se e os brasileiros caíram na real, nas palavras de alguns executivos do setor. A chegada de Donald Trump à presidência dos EUA só aumentou as incertezas preexistentes com o combustível do futuro, e até a Europa – que abrigará a primeira demanda desse mercado – deu alguns passos atrás nas últimas semanas.
O próximo primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, por exemplo, é reticente quanto às metas ambiciosas do atual governo e já questionou a viabilidade de substituir o uso de gás na produção de aço por hidrogênio verde. A narrativa pode ganhar força em caso de um cessar-fogo na guerra na Ucrânia e uma retomada de exportação de gás russo para a Europa. Sem uma meta ambiciosa dos alemães, que lideram a pauta ambiental na Europa, dificilmente o mercado deve caminhar com a velocidade que se esperava. (Reportagem da Folha de S. Paulo)
Mundo intensifica leilões para exploração de petróleo, diz estudo da EPE
A Folha de S. Paulo informa que um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indica que o mundo está intensificando a busca por novas reservas de petróleo, apesar dos alertas em relação aos peso dos combustíveis fósseis sobre as mudanças climáticas.
A estatal de planejamento detectou que 27 países programaram licitações de novas áreas exploratórias este ano. Os investimentos em exploração também se recuperaram da queda na pandemia e atingiram, em 2024, o mesmo nível de 2019.
“Em um cenário geopolítico complexo, a estratégia no mundo tem sido voltar a explorar petróleo”, diz a diretora de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE, Heloísa Borges. “Tem países que haviam deixado de fazer leilões de exploração e voltaram a contratar áreas”.
Cortes de energias renováveis crescem e ampliam crise entre geradoras e governo
Reportagem da Folha de S. Paulo destaca que os cortes involuntários de geração de energias renováveis se intensificaram em 2025, ampliando divergências entre empresas e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e levando o governo a antecipar medidas para minimizar os prejuízos.
Esses cortes acontecem porque hoje, em determinados períodos do dia, a geração de energia no país é superior à demanda e à capacidade das linhas de transmissão do Nordeste de escoar a energia para o Sudeste, onde está a maior demanda. Nesses casos, o ONS opta por cortar a energia de alguns geradores.
Governo e empresas divergem sobre os volumes cortados, mas estudo da consultoria Volt Robotics mostra que, na visão do setor privado, os cortes no primeiro trimestre representaram 16,8% de tudo o que as usinas poderiam gerar no período, alta de 60% em relação a 2024.
O aumento teve forte impacto da queda de linha de transmissão das hidrelétricas de Belo Monte, no Pará, o que reduziu a capacidade de transferência de energia da região Nordeste para o resto do país, mas também reflete o crescimento da oferta acima da demanda e da capacidade de transmissão. Até fevereiro, por exemplo, os cortes chegaram a representar um quarto do potencial de geração, na visão das empresas.
De acordo com a reportagem, a diferença entre os dados das empresas e do ONS é um dos pontos de conflito no setor e influi diretamente sobre a percepção de prejuízos financeiros dos empreendedores, que buscam na Justiça ressarcimentos pelas perdas com a energia não gerada.
Grupo Equatorial assina financiamento de US$ 100 milhões com IFC
O Grupo Equatorial assinou na quinta-feira (17/4), a primeira fase de um financiamento com a International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial para o setor privado. Trata-se de um empréstimo verde de até US$ 100 milhões para a Equatorial Alagoas Distribuidora de Energia S.A.
Ao todo, o IFC fechou um pacote de financiamentos de até US$ 250 milhões com o Grupo Equatorial, a ser usado por outras concessionárias de distribuição a serem definidas. O objetivo é ampliar o acesso à energia no Brasil e melhorar a confiabilidade do sistema elétrico. (O Estado de S. Paulo)
Governo autoriza data centers e enquadra projetos de geração de energia elétrica em incentivos
A Secretaria de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME) enquadrou 15 projetos de transmissão e três de geração de energia elétrica, num total de 440 MW (megawhat), no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi).
A área ainda reconheceu a alternativa de acesso à rede básica do Sistema Interligado Nacional (SIN) de três projetos de data centers. Foram aceitas as alternativas propostas nos estudos de conexão do Data Center Salto I e II e Data Center Sumaré, localizados, respectivamente, nas cidades de Salto e Sumaré, no interior de São Paulo.
Os projetos aprovados incluem a construção de linhas de transmissão radial em circuito duplo, ligações de subestações existentes com as dos empreendimentos e a implementação de novos pátios de transformação. Os ativos existentes estão sob responsabilidade da ISA Energia. (Folha de S. Paulo – reportagem de Poliana Souto, da MegaWhat)
Setor solar tem alta de 25% em fusões e aquisições no 1º trimestre, com foco em autoprodução
O mercado de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) no setor de energia solar fotovoltaica registrou um avanço de 25% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao período homólogo, com 15 novas transações monitoradas. O destaque ficou para os negócios envolvendo a cadeia de valor solar e usinas de geração centralizada (GC) no modelo de autoprodução por equiparação.
Os dados são do novo Boletim M&A produzido pela consultoria Greener, com base no monitoramento de transações públicas. O levantamento comparou os resultados com o mesmo período de 2024.
“Até o momento, 2024 representa 44% do total de transações realizadas desde o início do nosso monitoramento, em 2022. Porém, 2025 começou com expressiva movimentação, com os players investindo em reestruturação de portfólios e buscando oportunidades estratégicas”, afirmou Nathan da Rosa, consultor de negócios da Greener. (Folha de S. Paulo – reportagem de Poliana Souto, da MegaWhat)
Decreto do MME endurece punição para fraudes na mistura de biodiesel
O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou, na quinta-feira (17/4), o decreto nº 12.437/2025, que fortalece a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). Com as novas regras em vigor, o programa ganha instrumentos mais rígidos de fiscalização para garantir o cumprimento das metas de descarbonização, ampliar a segurança jurídica para o mercado e enfrentar com mais eficiência práticas ilícitas no setor de combustíveis. (Safras & Mercado – Agência CMA / ANP)
Novo tipo de bateria deixa carros elétricos mais baratos e seguros
Um novo tipo de bateria pode tornar os veículos elétricos americanos mais baratos e seguros, dizem especialistas. Mas, primeiro, será necessário superar as barreiras comerciais entre os Estados Unidos e a China.
Se você comprou um carro elétrico com uma bateria de fosfato de ferro e lítio (LFP), pode esperar parcelas mais baixas, menor risco de incêndio e mais anos de uso do seu carro —mas você não conseguiria ir tão longe com uma única carga quanto poderia com as baterias de níquel manganês cobalto (NMC) comumente encontradas em carros elétricos americanos e europeus. (Folha de S. Paulo – conteúdo The Washington Post)
Ministro negocia com chineses expansão de investimentos na cadeia do lítio e baterias da BYD no Brasil
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reuniu no domingo (20/4) com o vice-presidente da BYD na América Latina, Oscar Su, para tratar sobre investimentos da empresa chinesa na produção de baterias e na cadeia do lítio no Brasil. O encontro ocorre em meio à guerra comercial e tarifária entre os Estados Unidos de Donald Trump e a China de Xi Jinping.
Silveira está em Shenzhen para tratar de aportes no setor elétrico brasileiro. Após se reunir com a BYD, gigante produtora de carros elétricos, o ministro afirmou ao jornal O Globo que os representantes chineses manifestaram a intenção de ampliar sua atuação no Brasil, inclusive participação na exploração de minerais estratégicos e desenvolvendo a cadeia para a produção de baterias no país.
Outono deve ter menos chuvas e temperaturas acima da média no país
Os meses de outono de 2025 deverão ser marcados por temperaturas acima da média histórica em todo o país e chuvas abaixo da média na maior parte do território nacional. A previsão é Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em novo boletim trimestral sobre o prognóstico da estação. (Globo Rural)
Direita europeia quer fim de meta para abolir motores a combustão até 2035
A UE deveria cancelar sua meta de proibição total da venda de novos carros com motores de combustão após 2035 para ajudar a preservar sua indústria automobilística, disse o líder do maior partido político no Parlamento Europeu.
Manfred Weber, que lidera o Partido Popular Europeu (PPE) da presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, disse ao jornal Financial Times que as pessoas deveriam poder comprar carros a gasolina e diesel, desde que o carbono emitido seja compensado. Outras opções poderiam incluir híbridos e extensores de autonomia, acrescentou. (Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
Com reportagens, análises, artigos e editoriais, a morte do papa Francisco é o principal destaque da mídia, nesta terça-feira (22/4). O papa Francisco morreu por AVC e insuficiência cardíaca, aos 88 anos, conforme anunciou o Vaticano na tarde de ontem.
Ele morreu na residência Santa Marta, onde morava, às 7h35 (horário local), 2h35 (horário de Brasília). Em seu testamento, Francisco pediu para ser enterrado na Basílica Santa Maria Maggiore, em Roma. Pediu uma lápide simples, sem decoração especial, com uma única palavra: Franciscus.
O funeral do papa Francisco acontecerá sábado (26/4), às 5h, pelo horário de Brasília, na Praça de São Pedro, antes do sepultamento no mesmo dia na Basílica Santa Maria Maggiore de Roma, anunciou a Santa Sé nesta terça-feira. (O Estado de S. Paulo)
A morte de Francisco, escolhido papa em 2013, encerra uma era e abre um período de incerteza – a dúvida é se a agenda reformista, marcada por diversos avanços e alguns recuos estratégicos, terá continuidade. O papa combateu tabus na Igreja Católica, como os escândalos envolvendo abusos de menores por religiosos. Tudo vai depender do próximo conclave que será convocado após o funeral. Grande parte dos que participarão da escolha foi indicada por ele, mas a fase final de seu pontificado evidenciou as resistências e o quão era difícil promover reformas. (Valor Econômico)
O conclave é o processo de escolha de um pontífice, que começa oficialmente depois que o líder da Igreja Católica morre ou renuncia ao cargo. Nesses casos, os cardeais espalhados pelo globo são convocados para a reunião na Capela Sistina, dentro do Vaticano. Só podem votar aqueles que têm menos de 80 anos. (Folha de S. Paulo)
A sensatez, a tolerância e o ímpeto reformador demonstrados ao longo dos 12 anos de papado do argentino Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, farão falta à Igreja e ao mundo. Francisco, papa improvável vindo “do fim do mundo”, como ele próprio dizia, deixa um legado de transformação, inclusão e descentralização que desafiará seu sucessor. (O Globo – editorial)