Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo indica que o início da construção do linhão de Tucuruí, anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro, em setembro do ano passado, não saiu do papel. O linhão de Tucuruí é a rede de energia planejada para ligar Boa Vista, capital de Roraima, a Manaus (AM), e, assim, fechar a malha nacional de transmissão elétrica.
A reportagem explica que o linhão está enrolado em questionamentos judiciais, letargia dos órgãos federais e falta de entendimento com o povo indígena que terá suas terras cortadas pelo traçado do projeto. O Estadão apurou que, duas semanas atrás, o impasse para iniciar a obra foi tema de uma reunião com representantes da empresa Transnorte Energia, dona do projeto, com representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
No encontro, a Transnorte, sociedade da companhia privada Alupar e da estatal Eletronorte, detalhou sua preocupação com o atraso e deixou claro que, hoje, o acordo com os indígenas está selado, mas órgãos federais, como o Ministério de Minas e Energia (MME), o Ibama e a Funai, ainda não se posicionaram oficialmente, o que tem impedido o início das obras.
O linhão de Tucuruí foi leiloado em setembro de 2011, mas nunca saiu do papel por causa do impacto que a linha impõe à terra indígena Waimiri Atroari, onde hoje vivem mais de 2.300 indígenas. Dos 720 quilômetros de extensão da rede, 122 têm previsão de passar no meio da terra demarcada. Os indígenas não se posicionavam contra a obra de energia, mas exigiam ser consultados e ter suas condicionantes atendidas pela empresa.
Preço menor da gasolina faz usinas evitarem etanol
A Folha de S. Paulo informa que a decisão do presidente Jair Bolsonaro de cortar os impostos sobre combustíveis, principalmente a gasolina apertou as margens de lucro do etanol e deve levar as usinas a evitar o biocombustível e se concentrar no açúcar.
Especialistas do setor disseram que os lucros com as vendas de etanol de cana caíram tanto em comparação com os do açúcar que as usinas brasileiras, que têm flexibilidade para produzir mais de um ou outro, vão mudar o máximo possível para a produção de açúcar à medida que a safra entrar na segunda etapa. “As usinas já estão tendo prejuízo com a venda de etanol, por que continuariam a produzi-lo?” disse o analista Julio Maria Borges da JOB Economia.
Da cerveja aos tomates, a crise energética na Europa está se espalhando
O jornal O Globo e a agência Bloomberg informam que a cervejaria belga Huyghe,, que fabrica a cerveja Delirium Tremens, está enfrentando um risco real de interromper a produção pela primeira vez em mais de um século, efeito inesperado da crise energética que se alastra pela Europa.
Dos tomates alemães ao pão sueco, o aperto da Rússia no fornecimento de gás está começando a atingir setores muito além de serviços públicos e indústrias de uso intensivo de energia. O transbordamento de alimentos e bebidas provavelmente se intensificará à medida que as temperaturas caírem e as residências precisarem de aquecimento, forçando empresas e consumidores a tomarem decisões difíceis, explica a reportagem.
A cervejaria Huyghe, localizada na vila belga de Melle, considerou fechar a produção por causa de um aumento de 13 vezes no preço do dióxido de carbono líquido, que é usado para fazer cervejas borbulhantes. A esperança da empresa é que a Justiça (a decisão deve sair hoje, 14 de setembro), frustre a expectativa de aumento de seu fornecedor, a Nippon Gases.
PANORAMA DA MÍDIA
Em debate promovido pelos jornais Valor Econômico e O Globo, economistas que assessoram três dos principais candidatos à presidência da República convergem para o diagnóstico de que o Brasil deve perseguir um novo desenho de política social, mas apresentam pontos de vista distintos para a questão fiscal. Apesar do consenso de que o teto de gastos perdeu a credibilidade, as opiniões sobre como chegar a uma nova regra fiscal são diferentes.
Guilherme Mello, representando a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Mauro Benevides Filho, assessor de Ciro Gomes, e Elena Landau, que acompanha a senadora Simone Tebet, defenderam maior progressividade tributária e criticaram as políticas do atual governo. Foram convidados economistas das candidaturas mais bem posicionadas nas pesquisas, mas a campanha de Jair Bolsonaro não indicou representante.
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Reportagem do jornal O Globo destaca que no Brasil, risco de fome atinge 37% dos lares onde vivem crianças menores de 10 anos. Na média dos domicílios no país, esse percentual é de 30,7%. As estatísticas fazem parte de pesquisa da Rede Penssan, que reúne entidades como Ação da Cidadania, Oxfam, Vox Populi e Actionaid, e se dedica ao estudo da fome no país.
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O jornal O Estado de S. Paulo informa que a redução no orçamento do programa Farmácia Popular para 2023, pelo governo federal, vai afetar a distribuição de 13 tipos de remédios usados no tratamento de doenças como diabetes, hipertensão arterial e asma, além de produtos como fraldas geriátricas.
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A Folha de S. Paulo informa que o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), passou a centralizar diretamente com as Forças Armadas, em reuniões fechadas, as discussões sobre mudanças nas regras das eleições. A reportagem ressalta que a postura do ministro diverge da linha adotada por Edson Fachin, ex-presidente da Corte, que havia rejeitado reuniões exclusivas com militares sob argumento de que era preciso tratar todos os fiscais da votação com igualdade. Fachin também afirmava que a discussão sobre as regras das eleições de 2022 cabia a “forças desarmadas” e que esse debate já havia se esgotado.