O jornal O Estado de S. Paulo traz hoje (29/07) uma reportagem sobre o plano Novo Mercado de Gás, lançado há um ano pelo governo e que deve ser votado pela Câmara dos Deputados nos próximos dias. A expectativa do governo é que o projeto destrave investimentos da ordem de R$ 43 bilhões.
A reportagem destaca que, apesar do avanço de algumas medidas no âmbito federal, o prometido “choque de energia barata”, do ministro da Economia, Paulo Guedes, ficou longe do objetivo de baixar o preço do gás natural em 40%, pois ainda sofre resistências nos estados e distribuidoras locais.
Hoje, o projeto terá um pedido de urgência avaliado pelos deputados. Se aprovado, os parlamentares passam a tratar com prioridade o tema, que é base do programa lançado pela União ao abrir o mercado para empresas concorrentes. A queda de custo deve atingir principalmente os principais consumidores do gás natural – a indústria e o setor de energia termelétrica. O governo espera, ainda, que essa redução seja repassada ao consumidor final.
A reportagem explica que há praticamente consenso em relação ao teor do texto, já aprovado, em outubro do ano passado, na Comissão de Minas e Energia da Câmara. O relator, deputado Laércio Oliveira (PP-SE), disse que vai manter o texto na íntegra.
Petrobras deve registrar prejuízo no 2º trimestre
A Petrobras deve reportar amanhã (30/07) um novo balanço vermelho, relativo ao segundo trimestre, depois de registrar prejuízo recorde de R$ 48,5 bilhões nos primeiros três meses de 2020.
O Valor Econômico informa que a expectativa é que os resultados reflitam uma combinação de efeitos da deterioração do mercado global de petróleo, que viveu entre abril e maio seu momento mais crítico. A perspectiva entre analistas, contudo, é que o pior já passou. Ainda assim, é improvável que a estatal recupere o prejuízo do primeiro semestre e volte a pagar dividendos referentes a 2020.
Segundo a média de projeções de três bancos de investimentos consultados pela reportagem (Credit Suisse, Itau BBA e UBS), a Petrobras dever registrar no segundo trimestre queda de 32%, para R$ 18,9 bilhões, no Ebitda (sigla para lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), na comparação com igual período do ano passado. O prejuízo estimado varia de R$ 8,5 bilhões (Itau BBA) a R$ 23 bilhões (Credit Suisse), revertendo o lucro de R$ 18,9 bilhões apurado no segundo trimestre de 2019.
Plano de privatização de Guedes não passa ainda nem da fase de estudos
A Folha de S. Paulo informa que apenas 18 das 614 empresas estatais do país estão na lista de desestatização, e nenhuma delas teve sua estruturação definida. O primeiro leilão está previsto para o fim deste ano.
Quando assumiu o cargo, há um ano e meio, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que pretendia privatizar todas as estatais para levantar cerca de R$ 1,2 trilhão, valor suficiente para quitara dívida pública. A reportagem ressalta que, sem os estudos elaborados, nem mesmo o valor das empresas pode ser estimado. De capital fechado, não há referência do potencial de arrecadação, uma vez que não existe negociação em Bolsa.
Levantamento feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a pedido da Folha mostra que metade dos 18 projetos incluídos pela gestão Jair Bolsonaro no Plano Nacional de Desestatização (PND) está em fase de estruturação. A grande maioria dos projetos incluídos pelo governo Bolsonaro no PND em andamento teve seus estudos de viabilidade econômica realizados na gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB). Também boa parte dos projetos leiloados em 2019 foi herança de Temer.
A reportagem ressalta, ainda, que Paulo Guedes anunciou no mês passado sua intenção de realizar ao menos quatro grandes privatizações neste ano: Eletrobras, Correios, porto de Santos e PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.). Nos bastidores, os técnicos envolvidos na estruturação desses projetos afirmam que não há a menor possibilidade de que sejam levados adiante.
PANORAMA DA MÍDIA
O ouro entra no foco de investidores brasileiros. Esse é o tema da principal reportagem da edição de hoje (29/07) do Valor Econômico. Os contratos para compra de ouro mais negociados na B3 custavam ontem R$ 324 por grama, valor que indica uma valorização de quase 60% no ano, enquanto o dólar subiu 28% e o Ibovespa caiu 10%. O jornal destaca que esse movimento está em linha com o rali de preços em Nova York.
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A vacinação em massa contra a covid-19 é o destaque de hoje do jornal O Globo, que aborda os desafios a serem superados nesse processo, sendo a distribuição o principal deles. Governos e empresas pelo mundo começam a pensar em estratégias para evitar um gargalo logístico, enquanto entidades brasileiras já se mobilizam para conseguir levar a vacina a todos os cantos do território nacional. O governo federal, por sua vez, diz acreditar que a discussão ainda é “prematura”.
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Levantamento feito pela Folha de S. Paulo em parceria com o Instituto Talanoa mostra que, entre março e maio de 2020, o Executivo federal publicou 195 atos no Diário Oficial – entre eles, portarias, instruções normativas, decretos e outras normas – relacionados ao tema ambiental. No mesmo período de 2019, foram apenas 16 atos publicados. Ou seja, o número de publicações neste ano é 12 vezes maior do que em 2019.
Os atos do Executivo, de forma geral, servem para direcionar o cumprimento das leis e complementar sua aplicação. No entanto, a análise também aponta que uma parte dessas medidas tentou mudar o entendimento da legislação.
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O jornal O Estado de S. Paulo informa que o Conselho Municipal de Educação de São Paulo prepara uma resolução para deixar claro que os pais podem optar por não mandar os filhos para a escola durante a pandemia, mesmo com o retorno autorizado pelo Estado – debate que tem preocupado famílias de escolas públicas e particulares.
Sem o controle da pandemia no Brasil, alguns pais resistem a aceitar uma retomada do ensino presencial nos próximos meses. Com a medida do Conselho Municipal de Educação, o aluno não receberá falta e deverá continuar com educação remota em casa. A escola terá de acompanhá-lo.