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Medo de apagão provoca corrida por motores e geradores para térmicas – Edição da Manhã

Reportagem publicada na edição deste domingo (04/07) pela Folha de S. Paulo mostra que a crise hídrica faz a comercialização de motores e geradores utilizados nas termelétricas crescer em 2021. Empresas que atuam no setor têm registrado aumento nos pedidos e longas filas de espera: existem dificuldades para atender a demanda atual em meio à pandemia.

“Estamos no limite da produção, trabalhando em três turnos há muito tempo. A briga de foice é se vamos produzir motores para venda ou fazê-los para equipar nossos caminhões”, diz Silvio Munhoz, diretor de vendas de soluções da Scania no Brasil.

Segundo o executivo, houve alta de 20% na fabricação de motores entre janeiro e maio na comparação com igual período de 2020. Das 920 unidades montadas neste ano em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), 720 foram faturadas para empresas do setor de energia elétrica.

A MWM Geradores tem percebido um volume de consultas entre 20% e 30% acima do habitual para esta época do ano, quando a procura já costuma ser maior pelo efeito sazonal da seca no Centro-Oeste do país. Neste primeiro momento, diz o diretor da unidade de motores e geradores da empresa, Cristian Malevic, a maior preocupação da clientela é a possibilidade de falta de energia.

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O mercado de geradores para substituir a rede no horário de ponta tem aumentado também. Nesses horários, em que a demanda por energia é maior, as tarifas são mais caras. Por isso, algumas empresas preferem se desconectar da rede e gerar a própria eletricidade. Para esse mercado, os equipamentos têm maior tecnologia embarcada, para programar o entra e sai da rede. 

Alta na conta de luz leva mais brasileiros a buscar geração própria

A possibilidade de fugir da conta de luz vem gerando uma corrida de consumidores residenciais para o crescente mercado de geração distribuída de energia no país, que hoje já conta até com aplicativo de celular para atrair novos clientes, informa a Folha de S. Paulo.

O movimento, segundo a reportagem, é alvo de protestos de distribuidoras e grandes consumidores, que questionam a legalidade do modelo de cooperativas de geração adotado por startups que atuam nesse segmento.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o número de consumidores residenciais que geram parte da energia consumida quase dobrou em 2020 e segue em crescimento acelerado em 2021. No primeiro semestre, a média mensal de novos clientes desse segmento é 36,4% superior à verificada no ano anterior. A cada mês, 17,6 mil brasileiros decidiram apostar em geração própria neste ano.

De acordo com a reportagem, a maioria ainda prefere a instalação de painel solar no telhado das residências, mas vem crescendo um novo mercado de cooperativa, que compreende a construção de fazendas solares para a entrega da energia a diversos clientes. 

Pesos pesados da Bolsa têm R$ 400 bilhões que podem virar dividendos por causa da reforma do IR

A proposta do governo de tributal em 20% os dividendos que as empresas distribuem a seus acionistas lançou luz sobre um ponto do balanço patrimonial das companhias: as reservas de lucro, um “colchão” que elas formam com os resultados que não distribuem, conforme ressalta reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

As 10 maiores reservas em empresas da Bolsa de Valores cresceram quase 30% no último ano, com a pandemia e o conservadorismo das companhias para aplicar recursos. O volume retido nessa linha dos balanços chegou próximo aos R$ 400 bilhões nesse grupo de pesos pesados.

Levantamento realizado pela consultoria Economatica, a pedido do Estadão, mostra que, somadas, as 10 maiores reservas de lucro de empresas listadas na B3 subiram 27% entre março de 2020, início da pandemia da covid-19 no país, e março deste ano. Puxadas pela Petrobras e bancos privados, as reservas combinadas do grupo bateram em R$ 394,5 bilhões.

Essa reserva cresceu porque, no começo da crise, as empresas cortaram ou suspenderam pagamentos de dividendos para enfrentar o período de incertezas. Para muitas delas, porém, a pandemia teve impacto menor que o esperado. “Muitas empresas represaram dividendos para preservar o caixa por conta da pandemia, então, existe uma gordura”, diz Werner Roger, sócio e presidente da gestora Trígono Capital. “Pode haver no segundo semestre uma grande antecipação de dividendos.”

A aprovação da proposta de reforma do Imposto de Renda que inclui a taxação de dividendos pode levar a distribuições extraordinárias em empresas com altas reservas e baixo endividamento. Quem optar pelos pagamentos extras terá de correr: o projeto que propõe tributar dividendos creditados a partir de 1.º de janeiro de 2022, independentemente do período em que o lucro aconteceu. As empresas teriam até dezembro para evitar a tributação.

PANORAMA DA MÍDIA

O principal destaque da edição deste domingo (04/07) da Folha de S. Paulo são os protestos de rua realizados ontem em diversas cidades do país. A reportagem relata que pela terceira vez desde 29 de maio, manifestantes foram às ruas de todo o país para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Os atos incluíram, na pauta, as suspeitas de corrupção na compra de vacinas por parte do governo federal.

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Reportagem do jornal O Globo informa que há no país quase 15 milhões de desempregados, enquanto empresas reclamam de dificuldades para preencher vagas, inclusive de nível técnico e operacional, num apagão de mão de obra qualificada.

Candidatos para vagas de ensino médio na indústria mas que não conseguem ler um manual ou não têm conhecimentos básicos de matemática, jovens que tentam um posto no setor de serviços mas têm dificuldades para enviar um email ou mandar sua documentação às empresas de maneira digital, além de não saberem se expressar corretamente na comunicação com os clientes, são alguns dos relatos feitos por executivos e recrutadores.

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O jornal O Estado de S. Paulo informa que o secretário de Educação de S. Paulo, Rossieli Soares, quer que em setembro as escolas tenham presença obrigatória dos alunos em sala de aula. “A previsão é em 15 de setembro ter vacinado, com a primeira dose, todas as pessoas acima de 18 anos”, disse o secretário.