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Megaexpresso 27/01/2019 07:00:00

NOTÍCIAS DO SETORRenegociação de Itaipu pode elevar conta de luz O governo de Jair Bolsonaro (PSL) terá a missão de renegociar o contrato da usina hidrelétrica de Itaipu, responsável por 15% de toda a energia consumida no Brasil. Os diálogos não devem ser simples e o resultado poderá afetar a conta de luz dos brasileiros e, no extremo, a oferta de energia do país. No acordo o Paraguai tem direito a metade da produção da usina. Especialistas ouvidos pela Folha de S. Paulo contam que o governo brasileiro hoje está despreparado para iniciar um diálogo. Já o Paraguai vem se municiando há anos para a negociação. Contratou a consultoria do economista americano Jeffrey Sachs, da Universidade de Columbia, ativista na defesa de países emergentes mais pobres. Sachs, numa palestra no fim de 2018, defendeu que o Paraguai deveria investir em linhas de transmissão para vender a energia de Itaipu e ampliar os lucros com sua riqueza energética. Foco errado no setor elétrico A colunista Míriam Leitão, no O Globo, informou hoje que na cruzada pela finalização da usina nuclear de Angra 3, o Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou nota na última terça-feira para contrariar a lógica: disse que não haverá impacto para o consumidor com o aumento do preço de referência do projeto, que dobrou de R$ 240 para R$ 480 o MWh. Para o MME, o texto desta coluna no domingo passado, sob o título “Segurança nacional”, estava equivocado e fazia uma análise “superficial” do tema pois ignorava a complexidade do sistema elétrico. No setor há quem diga o contrário. Diversas associações já se manifestaram contra a retomada do projeto, com cálculos entre 2% e 3% de aumento na tarifa. O efeito real é incerto, porque a usina precisará de mais R$ 15 bilhões de investimentos e só ficará pronta em 2026, no melhor cenário. Para a colunista a justificativa para conclusão do projeto não parece ser a segurança energética, porque nesse período outras fontes de energia “firme”, como gás natural, poderiam entrar no sistema a custos mais baixos, entre R$ 160 e R$ 220. Privatização na pauta Ainda na coluna de Míriam Leitão – O Globo – foi informado que o presidente da Eletrobras conta que até fevereiro deve ter uma posição final sobre o projeto de aumento de capital da companhia. Wilson Ferreira Júnior tem conversado com o MME. A proposta, que tornará o governo minoritário, é fundamental para que a empresa recupere o fôlego financeiro. Cliente prejudicado por apagão pode pedir ressarcimento O jornal O Globo informa que com as altas temperaturas do verão, o consumo de energia cresce, os valores das contas disparam e as cidades enfrentam apagões. O consumidor pode pedir ressarcimento pelos prejuízos causados pelos apagões. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) impõe limites de duração e frequência para as interrupções. Se desrespeitam as regras, as distribuidoras têm de pagar compensações – descontos automáticos nas contas dos consumidores. Por não cumprir os indicadores, a Light pagou R$ 26,9 milhões aos clientes, em 2017. No ano passado, foram R$ 21,7 milhões, até novembro. Em caso de danos a aparelhos elétricos, segundo a Aneel, o consumidor tem até 90 dias, a contar da data provável de queima do equipamento, para solicitar uma indenização. PANORAMA DA MÍDIA Neste domingo o foco da mídia é ainda o rompimento de barragem de rejeitos da Vale, em Brumadinho – Belo Horizonte. Os jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo e Correio Braziliense trazem números de desaparecidos e mortes. As buscas recomeçaram às 4h deste domingo, com reforços de outros estados e a ajuda de helicópteros. Duas ações na Justiça mineira bloquearam R$ 6 bilhões das contas da empresa Vale para reparação de danos. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, esteve em Brumadinho neste sábado (26) e afirmou que “certamente há um culpado” para o rompimento da barragem operada pela Vale, mas é cedo para identificá-lo. O mar de lama que desceu a Serra dos Dois Irmãos pode ganhar uma proporção ainda maior se os detritos não forem amortecidos na barragem da hidrelétrica de Retiro Baixo, a mais de 200 quilômetros do ponto de rompimento, e alcançarem a Represa de Três Marias, no Rio São Francisco.

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