NOTÍCIAS DO SETORO risco do São Francisco O governo federal e a Vale estão com a preocupação de impedir que a lama de rejeitos de minério atinja o Rio São Francisco. O rio está a 30 quilômetros da hidrelétrica de Retiro Baixo, que deve reter a maior parte da pluma (mistura de rejeito e água) vazada da barragem da Vale. Caso Retiro Baixo não dê conta de segurar toda a lama que saiu da barragem em Brumadinho, o material irá para o lago da hidrelétrica de Três Marias, o primeiro do Rio São Francisco, que passa por cinco estados. O diretor-financeiro da Vale, Luciano Siani, anunciou ontem a empresa vai construir uma “cortina” de contenção de rejeitos, uma espécie de dique, no Rio Paraobeba, na altura de Pará de Minas, a cerca de 75 quilômetros de Brumadinho. A reportagem é do jornal O Globo. Usinas do Madeira perdem 50% da geração As hidrelétricas do complexo do rio Madeira (RO), que somam mais de 7 gigawatts (GW) de potência, estão deixando de usar praticamente metade da energia que poderia ser gerada, no período de cheias do rio, devido a problemas distintos nos dois linhões que levam a energia da região ao resto do país. No Polo 1 do primeiro linhão do Madeira uma falha em um transformador conversor de uma subestação de Porto Velho obrigou o desligamento. O fato foi comunicado ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e técnicos e representantes da empresa fornecedora dos equipamentos com problemas, a ABB, foram convocados para avaliar os danos. Depois, no Polo 3, do segundo linhão do Madeira também houve falha. A companhia explicou que durante análises da qualidade do óleo isolante, foi identificada uma alteração em um transformador da estação conversora de Araraquara (SP), que poderia levar a perda do equipamento. A previsão de finalização da substituição desse transformador é no sábado. “De fato, estamos com a produção do madeira limitada a dois polos e às máquinas ligadas diretamente em Rondônia, o que impõe uma restrição de cerca de 3 mil MW do Madeira”, disse, ao Valor Econômico, Luiz Eduardo Barata, diretor-geral do ONS. Com térmicas menos acionadas, consumo de gás natural recua 27% em novembro O volume de consumo de gás natural no Brasil em novembro do ano passado foi 26,5% inferior em relação a igual mês de 2017 e 22,5% menor na comparação com o mês anterior, segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). Segundo a Associação a queda foi motivada pelo menor acionamento de termelétricas em novembro, que atingiu o menor volume desde julho de 2016. No acumulado dos primeiros 11 meses de 2018, o consumo ficou praticamente estável (-0,12%) ante igual período do ano anterior. “Os próximos anos são fundamentais para acelerar o ritmo de recuperação de nossa economia pós-recessão e promover seu fortalecimento. E a indústria do gás natural pode ser um alicerce dessa retomada. De acordo com nossas estimativas, o setor tem potencial de expansão e capacidade para atrair em média US$ 32 bilhões em investimentos”, disse o presidente-executivo da Abegás, Augusto Salomon, em nota. A reportagem é do Valor Econômico. Importação de energia Segundo nota do Valor Econômico, o calor intenso que atingiu o país nas primeiras semanas do ano e os problemas ocorridos em algumas linhas de transmissão levaram o Brasil a importar emergencialmente energia elétrica do Uruguai e da Argentina, para melhorar a reserva interna disponível. O diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, explicou que a importação não foi um problema de falta de energia, mas sim de potência e de reserva de potência. “Nós teríamos condições de atender à demanda sem a necessidade de importar energia dos dois países. Mas, por uma questão de reserva, solicitamos e fomos supridos por pouco mais de duas horas.” Novo fôlego para Angra 3 Em artigo para o jornal Correio Braziliense, o presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Carlos Faria alerta que conclusão de Angra 3 é positiva para o setor e para o país, mas é necessário um alerta em relação à alta no preço da energia da usina. Ele lembra que a tarifa contratada foi revisada em outubro para R$ 480/MWh, praticamente o dobro do valor estabelecido anteriormente: R$ 243/MWh. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aumentou o preço para viabilizar parcerias com empresas privadas, já que a Eletrobras não tem recursos para finalizar a obra. A medida repassa o ônus da má administração aos consumidores, mais uma vez. E conclui que espera-se que o novo ministro estabeleça vias de interlocução com o mercado e escolha um parceiro para a construção da usina de forma competitiva, garantindo a possibilidade de deságio no preço de referência e honrando o critério de modicidade tarifária. PANORAMA DA MÍDIA O jornal Folha de S. Paulo destaca que o presidente interino, Hamilton Mourão, afirmou que o Planalto estuda o afastamento da diretoria da Vale durante as investigações sobre a tragédia em Brumadinho (MG), onde rompimento de barragem deixou ao menos 65 pessoas mortas. O governo crê que, por ter aliados em maioria no conselho de administração, convencerá os demais representantes de acionistas a discutir a destituição da diretoria em assembleia. Banco do Brasil e funcionários da Vale liderariam o movimento. Um dos destaques do jornal O Estado de S. Paulo aponta que o governo determinou que todas as barragens com dano potencial alto associado à vida humana, como a de Brumadinho, sejam vistoriadas. Empresas terão de atualizar os planos de segurança. O Globo e o Correio Braziliense destacam que o governo, justiça e Ministério Público fecham o cerco à Vale. Responsável pela barragem que se rompeu na sexta-feira, a companhia já teve quase R$ 12 bilhões bloqueados pela Justiça para indenizações a prejudicados pelo desastre e as ações tiveram a maior queda de sua história (24,52%) na Bolsa de São Paulo ontem. A Vale perdeu mais de R$ 72 bilhões em valor de mercado. A empresa anunciou que não vai pagar dividendos a seus acionistas e cancelou bônus a seus executivos. O jornal Valor Econômico aponta que os Estados Unidos impuseram bloqueio de US$ 7 bilhões em ativos da petroleira estatal venezuelana PDVSA, aumentando a pressão contra o presidente Nicolás Maduro. A intenção do governo de Donald Trump é beneficiar Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e autodeclarado presidente do país.
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