Reportagem publicada hoje (26/01) pelo Valor Econômico mostra que grandes geradoras de energia hidrelétrica estão investindo bilhões de reais na troca de turbinas para enfrentar uma tendência de redução na oferta de água, causada por questões ambientais ou pela disputa pelo uso do bem natural com outros segmentos da economia, como irrigação e indústria. O objetivo é tentar manter a mesma geração de energia com uso de menos água.
Pesquisa feita pelo Grupo de Estudos Energéticos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) comprovou que, entre 2010 e 2020, o volume de água que chegou aos reservatórios das principais Usinas Hidrelétricas (UHEs) do Brasil caiu 10,3% em comparação com a média completa de 1931 a 2020.
O coordenador do estudo, Daniel Detzel, diz que o motivo das mudanças nas vazões das grandes hidrelétricas se deve a uma interação entre mudanças climáticas, variabilidade natural e ação do homem. Os equipamentos instalados, por funcionarem há 45 anos ou mais, já não operam com 100% de carga.
Os dados são da série histórica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e o recorte histórico da última década evidencia redução no volume de água que chega em boa parte dos 161 reservatórios das hidrelétricas do Brasil com mais de 30 megawatts (MW) de capacidade instalada. Como algumas dessas usinas datam da década de 1950, ainda enfrentam o processo de assoreamento dos reservatórios que reduz a capacidade de acumulação de água.
Perfin vê energia como “porto seguro” em 2022
O Valor Econômico informa que a gestora Perfin vai apostar no negócio de energia como um “porto seguro” para investimentos em 2022 em um cenário de incertezas no mercado financeiro com as eleições e o aumento da inflação. “Estamos em um ano eleitoral, no qual vão ser vencedoras as empresas resilientes e com alta geração de caixa, que estiverem protegidas do cenário de inflação. Temos a perspectiva de altos pagamentos de dividendos este ano no setor elétrico”, diz o sócio e analista da gestora, Marcelo Sandri.
Segundo a diretora de operações da Perfin, Carolina Rocha, a gestora tem R$ 800 milhões ainda não usado, proveniente de fundo que foi captado em 2020 e que deve ser aplicado em novas oportunidades no setor de infraestrutura, com destaque para energia elétrica. Rocha ressalta que o valor pode ser usado também no setor de saneamento, área na qual a gestora ainda não tem ativos. “Gostamos de todo o setor de infraestrutura, dependendo da oportunidade, da estrutura e do retorno”, afirma.
OCDE impõe redução no desmate como condição em convite ao Brasil
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) incluiu nos documentos que formalizam o início das negociações para o ingresso do Brasil na entidade obrigações de redução de desmatamento e medidas de mitigação de mudanças climáticas previstas no acordo de Paris.
Ontem (25/01), os membros do conselho da entidade aprovaram que o Brasil inicie formalmente as negociações para ingresso, solicitado formalmente pelo país em 2017. Na carta-convite aos países e no comunicado, obtidos pela reportagem da Folha de S. Paulo, os membros do conselho da OCDE enfatizam que deve ser considerado o comprometimento dos países com metas de redução de desmatamento e perda de biodiversidade na avaliação para autorizar a entrada na entidade.
Ministério Público vai fazer varredura em barragens de Minas Gerais
Promotor de Justiça e coordenador do Centro de Apoio às Promotorias de Justiça do Meio Ambiente, Carlos Eduardo Ferreira Pinto disse ontem (25/01), em entrevista coletiva, que o Ministério Público vai analisar caso a caso o cumprimento do prazo determinado pela legislação de Minas Gerais de se fazer a descaracterização das barragens a montante até 25 de fevereiro.
A preocupação com a segurança das barragens aumentou em Minas Gerais em função das chuvas recordes que atingiram o Estado na primeira quinzena do mês. De acordo com o promotor, depois das tragédias de Mariana e Brumadinho, os órgãos públicos reforçaram corpos técnicos e passaram a atuar de maneira conjunta para oferecer respostas rápidas à sociedade nos casos relacionados às barragens. Neste mês, o Ministério Público e o governo do Estado avaliaram 31 barragens em situação de emergência em Minas e determinaram que medidas sejam adotadas em 18 delas para reforçar a segurança. Todas as 18 estruturas são da Vale. (Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
O convite formalizado ontem (25/01) pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) ao Brasil, para “abertura das discussões de adesão” à entidade, é o principal destaque da edição desta quarta-feira dos jornais Valor Econômico e O Globo. Os dois jornais ressaltam que a OCDE, no entanto, colocou a proteção efetiva ao meio ambiente e o compromisso com a questão climática – por meio do combate ao desmatamento -, além da luta contra a corrupção, como condições para a adesão brasileira e de outros países.
O Valor Econômico informa que o convite ao Brasil e outros cinco países – Argentina, Peru, Romênia, Bulgária e Croácia – foi aprovado por consenso pelos 38 membros da OCDE. É uma vitória da diplomacia brasileira, já que a expectativa na Europa era de que isso dificilmente ocorreria antes da eleição presidencial deste ano, por causa de “grandes reticências” de alguns países em relação ao presidente Jair Bolsonaro.
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As remunerações do setor público possuem grande disparidade, mesmo entre pessoas com mesmo nível de escolaridade. Se for considerada apenas a renda do trabalho no mercado formal, a desigualdade na esfera pública tem aumentado e supera a verificada no setor privado. A desigualdade no setor público só perde para o privado quando se coloca na conta a informalidade e outros tipos de renda. (Folha de S. Paulo)
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O avanço da variante ômicron já causa uma explosão de casos e internações no Brasil. Números do Observatório Covid Fiocruz atestam que em sete unidades da Federação a ocupação dos leitos de UTI covid-19 ultrapassa 80%; o Distrito Federal chegou ontem (25/01) à ocupação máxima. Além disso, o país registrou ontem o maior número de mortes desde novembro e a maior taxa de transmissão do vírus desde julho de 2020. Para especialistas, o momento é de preocupação e de reavaliar as medidas de prevenção e de restrição de aglomeração. (O Estado de S. Paulo)