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Mercado já não crê que governo irá vender Eletrobras – Edição da Manhã

A renúncia de Wilson Ferreira Júnior à presidência da Eletrobras, anunciada domingo (24/01) à noite, é tema de reportagens e análises nos jornais de hoje. No Valor Econômico, é o principal destaque do dia.

Conforme análise do jornal, a renúncia do executivo confirmou as piores expectativas do mercado sobre a viabilidade de privatização da estatal, plano alardeado pela equipe econômica desde o início do governo Jair Bolsonaro.

Em conferência com analistas, realizada ontem à tarde, Ferreira Junior disse que o processo não conseguiria a “tração que deveria ter”, mesmo com o empenho dos ministros Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Paulo Guedes (Economia). Com base nessa visão “muito pessoal”, tomou a decisão de sair.

As atenções do mercado estão voltadas agora ao sucessor de Ferreira Junior. Um nome muito citado é o de Ruy Flaks Schneider, oficial da reserva da Marinha e presidente do conselho de administração da estatal. Ferreira disse não acreditar que seja ele o escolhido. “Seria surpresa”, afirmou, em entrevista, após a conferência. Para ele, o cargo deveria ir para “alguém especializado”.

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Vaga na Eletrobras abre disputa no MME e pode definir futuro da estatal

O jornal O Estado de S. Paulo analisa que a escolha do substituto de Wilson Ferreira Júnior na Eletrobras será definitiva para o futuro do projeto de privatização da companhia.

Enquanto a área econômica do governo quer encontrar um executivo à altura de Ferreira Júnior, que acredite na capitalização da companhia, o mundo político aposta no ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ressalta a reportagem.

De acordo com essa análise, o ministro deixaria a pasta para dar lugar ao senador Eduardo Braga (MDBAM), ex-ministro de Minas e Energia e contrário à venda da estatal. Ferreira Jr., por sua vez, acredita em uma solução interna, que continue o trabalho de redução de custos e de melhoria da gestão que ele iniciou há quase cinco anos.

Ferreira Junior chega com carta branca na BR

Em uma das reportagens sobre o pedido de demissão de Wilson Ferreira Junior, da presidência Eletrobras, o Valor Econômico informa que o executivo chega com carta branca para comandar a BR Distribuidora, maior rede de postos de combustíveis do país.

Ele deve ficar na estatal até o dia 5 de março e aguarda ainda a decisão do Comissão de Ética Pública (CEP), da Presidência da República, para saber se deve cumprir um período de quarentena antes de assumir o novo posto.

Segundo o Valor, o nome de Ferreira Junior reúne pelo menos três atributos que o conselho está buscando para a empresa. “Ele teve sucesso na liderança de grandes grupos e capacidade de realizar a mudança de cultura de uma empresa estatal para uma companhia privada. E terá competência para enxergar na BR um leque mais amplo do que uma distribuidora de combustíveis”, disse uma fonte a par do assunto.

A decisão pelo nome do executivo já tinha sido tomada pelo board da BR Distribuidora em dezembro, depois de quase 30 nomes de executivos analisados desde julho do ano passado. A BR Distribuidora contratou a consultoria Egon Zehnder para assessorá-los no processo.

Saída de presidente da Eletrobras desperta apetite de políticos por cargos na estatal

Reportagem do jornal O Globo mostra que o pedido de demissão do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, despertou o apetite de políticos aliados ao governo, às vésperas das eleições para o comando da Câmara e do Senado.

Ao mesmo tempo, a equipe econômica e o Ministério de Minas e Energia tentam afastar a cobiça dos parlamentares por cargos na estatal para manter um perfil técnico no comando da maior empresa de energia do país.

A saída do executivo deu início a uma mobilização de políticos nos bastidores para a indicação do novo nome. As pressões sobre o governo viriam principalmente do chamado centrão, um grupo de deputados de partidos que passaram a dar sustentação ao governo na Câmara.

Senadores do MDB e do DEM também estão de olho em cargos no setor elétrico, de acordo com fontes que acompanham de perto as negociações.

Com saída de presidente, Eletrobras corre o risco de ficar cada vez menor, dizem analistas

A saída de Wilson Ferreira Junior do comando da Eletrobras é vista como um fator negativo para a empresa, por analistas ouvidos pela reportagem do jornal O Globo. Eles acreditam que sem a injeção de capital privado na companhia, a tendência é que a estatal fique cada vez menor, sem recursos para participar de novos projetos de geração e transmissão de energia no país.

A advogada e economista Elena Landau lembra que a indicação é que, sem Ferreira Junior, a Eletrobras não deve ser privatizada. Com isso, vai perder espaço e importância. A ex-diretora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destaca que essa indefinição coloca a estatal fora da discussão da diversificação da matriz energética.

“O mercado de energia vai crescer e a Eletrobras vai ficar para trás, cada vez menor. Vai perder valor, como já ocorre atualmente. A empresa não tem dinheiro para investir em geração e transmissão. O governo não vai colocar recursos lá. Vamos ver uma Eletrobras minguando cada vez mais”, afirmou.

PANORAMA DA MÍDIA

Apesar das resistências, o Ministério da Economia já discute uma nova rodada do auxílio emergencial, mas com uma condição: a realização de um acordo com o Congresso para aprovação rápida de medidas de corte de gastos.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a decisão só deve ser tomada depois das eleições para o comando da Câmara e do Senado, marcadas para 1.º de fevereiro, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende abrir diálogo para a aprovação das medidas.

A posição dos quatro principais candidatos à presidência de Câmara e do Senado, favoráveis à nova rodada do auxílio em meio ao avanço da covid-19, está forçando o governo a rever os planos, ao mesmo tempo em que cresce a pressão para o governo acelerar as negociações para adquirir vacinas para imunizar a população e destravar a economia.

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Reportagem da Folha de S. Paulo ressalta que, pressionado pelo atraso no início da vacinação no Brasil e pela queda em sua popularidade, o presidente Jair Bolsonaro afagou o governo chinês – frequentemente atacado por uma ala do bolsonarismo – por ter dado sinal verde ao envio de um lote de insumos da Coronavac. O presidente ainda agradeceu a colaboração da China.

Autoridades do país asiático autorizaram a exportação de 5.400 litros de insumos do imunizante da chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Em outra frente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a vacinação em massa no país. Segundo ele, a imunização é fundamental para a retomada da atividade econômica.

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O jornal O Globo também traz informações sobre as vacinas contra a covid-19 como destaque da edição desta terça-feira (26/01). Após dias de agonia com a iminente falta de imunizantes e ingredientes farmacêuticos ativos (IFAs), o governo federal recebeu um aceno de que poderá contar em breve com 10 milhões de doses emergenciais da vacina AstraZeneca/Oxford, além dos produtos necessários à fabricação da CoronaVac no Brasil.

O Instituto Butantan informou que, com os 5,4 mil litros de IFA prometidos pela China, poderá fazer 5 milhões de doses em 20 dias. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse, em uma rede social, que o prazo para chegada do IFA seria “até o final desta semana”.

O Instituto Serum, produtor das vacinas AstraZeneca/ Oxford na índia, revelou à CNN que há negociações em estágio avançado com a Fiocruz para o envio ao Brasil de novos imunizantes. A fundação, que havia comunicado sobre seu interesse em um novo lote há 15 dias, fez um pedido oficial na semana passada e agora mantém contato diário com o departamento de exportação.

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