O Valor Econômico traz, hoje (10/11), informações a respeito do potencial de crescimento do mercado livre de energia elétrica, com base em um estudo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). De acordo com o estudo, existem 70 mil unidades consumidoras que já poderiam migrar para o ambiente de contratação livre (ACL), antes mesmo de uma decisão do Congresso a respeito da abertura do setor.
São empresas de diferentes portes – principalmente pequenas indústrias e shopping centers –, que, sozinhas ou em comunhão, alcançam carga acima de 0,5 megawatt (MW), o mínimo pra poder ingressar no ACL. Juntas, essas unidades consomem 5.000 MW médios. Se migrassem, elevariam a participação do mercado livre no Sistema Interligado Nacional (SIN) dos atuais 32% para 40,2%.
Para a vice-presidente do conselho de administração da CCEE, Talita Porto, o que falta para que essas empresas tomem a iniciativa de aderir ao mercado livre é uma maior oferta de produtos específicos para consumidores de pequeno porte. “São consumidores que não têm equipe especializada em fazer gestão de energia, então precisam de uma figura que faça isso por eles”.
A reportagem explica que o mercado para atender pequenos consumidores de energia, chamado varejista, vem crescendo aos poucos, mas ainda não deslanchou. O número de elétricas interessadas em operar nesse nicho vem aumentando: hoje, 36 de um total de 433 comercializadoras estão habilitadas pela CCEE a atuar como varejista. A conselheira da CCEE defende aprimoramentos regulatórios para os agentes varejistas, de forma a estimular a ampliação do mercado. Segundo ela, uma das dificuldades enfrentadas é o maior risco atrelado a essas operações, o que encarece o produto.
Perfin e Servtec criam companhia para investir em energia solar
A gestora brasileira de recursos Perfin anunciou uma nova empresa com foco em investimentos no setor fotovoltaico no Brasil. A Mercury Renew é fruto de uma parceria com a geradora Servtec e estima investir R$ 5,5 bilhões até 2025. A empresa nasce com o objetivo de construir projetos solares, especialmente, na região Sudeste, com foco na venda de energia para grandes clientes indústrias e comerciais no mercado livre. “Resolvemos apostar exatamente nessa frente e desenvolver projetos solares na região”, disse o presidente da Mercury Renew, Pedro Fiuza.
Empreendimentos em outras regiões também estão nos planos. O primeiro projeto da empresa será em Pernambuco, no Nordeste. As próximas quatro usinas serão em Minas Gerais. Todos os projetos têm previsão de operação entre 2022 e 2024. Os recursos para os projetos virão de captações do fundo da Perfin associado à Mercury, enquanto a empresa também pretende negociar empréstimos junto a bancos de fomento e avaliar emissões de debêntures, por exemplo.
A Mercury Renew tem participação em ativos de transmissão, geração solar distribuída e eficiência energética, além de fatia de 20% na comercializadora Comerc Energia. As informações são do portal InfoSolar.
Senado instala comissão para averiguar crise hidroenergética no país
O Senado instalou no dia 28 de outubro a comissão temporária externa para averiguar as causas e efeitos da crise hidroenergética que atinge o país. O grupo elegeu, por aclamação, os senadores Jean Paul Prates (PT-RN) para a presidência e o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) como vice-presidente. Já a relatoria será exercida pelo senador José Aníbal (PSDB-SP). (Senado Notícias)
Perplexidade no setor elétrico
O jornal O Estado de S. Paulo critica, em seu editorial da edição desta quarta-feira (10/11), a suspensão, pelo governo federal, do programa de economia de energia da indústria. “Foram apenas três meses de duração e uma economia suficiente para abastecer milhões de residências. Por meio da Resposta Voluntária da Demanda (RVD), empresas que se dispunham a diminuir o consumo ou deslocar a produção para horários menos concorridos recebiam compensação financeira, já que a medida diminuía a necessidade de acionamento de termoelétricas mais caras e poluentes”, explica o editorial.
Segue o editorial: “Quem lê a nota do operador pensa que o Brasil passou por um verdadeiro dilúvio nas últimas semanas. Mas é o mesmo ONS quem informa que os reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, que concentram 70% da geração hídrica nacional, registravam nível de armazenamento de apenas 18,57% no dia 8 de novembro – apenas dois pontos acima dos 16,47% de 6 de outubro, o pior deste ano.” O programa RVD foi suspenso nesta semana.
Blue Sol projeta concluir o ano com crescimento de 120% e planeja próximos passos de olho em expansão
O portal Petronotícias entrevistou o sócio-fundador da Blue Sol, Nelson Colaferro. Ele falou sobre o desempenho da empresa em 2021. “A partir de maio, os volumes começaram a crescer fortemente. Devemos fechar o ano com aproximadamente 120% de crescimento em relação a 2020”, projetou o executivo.
Colaferro atribui o resultado a alguns fatores externos, como a crise hídrica e o aumento no valor da conta de energia no mercado cativo, o que acabou incentivando alguns consumidores a migrarem para o ambiente de geração distribuída. “A sociedade está convencida de que a energia solar é uma das soluções possíveis [do ponto de vista ambiental], além de ser muito interessante do ponto de vista financeiro”, acrescentou.
A Blue Sol adota, desde 2017, um modelo de franquias e a ideia é continuar expandindo essa rede ao longo do próximo ano. “Vamos continuar com a nossa estratégia de forte crescimento na nossa rede de franqueados. Então, pretendemos fechar esse ano com cerca de 250 franquias operativas. Para o próximo ano, a meta é alcançar em torno de 500 unidades”, detalhou.
União Europeia pode dar novo impulso à energia nuclear, classificando-a como “verde”
O Valor Econômico informa que a União Europeia (UE) prepara-se para decidir, até o fim deste ano, se a energia nuclear é uma energia “verde”. A reportagem ressalta que a questão ganha mais importância com a urgência climática reiterada na Conferência do Clima (COP26).
A Comissão Europeia, braço executivo da UE, deve decidir sobre o destino a ser dado à energia nuclear e ao gás na taxonomia, ou seja, na classificação das atividades econômicas em função de suas emissões de CO2 e de suas consequências para o meio ambiente. Trata-se de definir um limite de emissões de gases de efeito estufa abaixo do qual uma atividade seria considerada “verde”.
A reportagem ressalta, ainda, que está em jogo com essa decisão o acesso ao financiamento verde, um pacote de € 250 bilhões (R$ 1,6 trilhão) da UE até o fim de 2026, em investimentos públicos e privados para apoiar a descarbonização da economia.
PANORAMA DA MÍDIA
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para barrar repasses de verbas por meio do orçamento secreto – mecanismo criado no Palácio do Planalto para repasse de verbas a parlamentares aliados por meio de acordos sigilosos em troca de apoio político no Congresso. Esse é o principal destaque da edição de hoje (10/11) dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo.
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A manchete da Folha de S. Paulo e do Valor Econômico é a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da proposta de emenda à Constituição (PEC) conhecida como PEC dos Precatórios, proposta que autoriza o governo a não pagar parte de suas dívidas judiciais – os precatórios. A medida é prioridade do Executivo para garantir o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400 de dezembro até o final de 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro deve disputar a reeleição. O texto-base foi aprovado em segundo turno por 323 votos a 172, 15 a mais do que o mínimo necessário para mudanças na Constituição, 308.