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Mercado solar desacelera, mas cresce no semestre – Edição da Manhã

O mercado de geração de energia solar fotovoltaica manteve a tendência de crescimento no primeiro semestre deste ano, mas sofreu com a pandemia e a pressão de custos por causa da disparada do dólar – mais de 90% dos equipamentos para geração solar vêm de fora do país.

É o que mostra um estudo da consultoria Greener, divulgado hoje (30/07) pelo Valor Econômico. Segundo a pesquisa, o volume de importação de módulos fotovoltaicos – termômetro da demanda do mercado – atingiu 2,49 gigawatts (GW) entre janeiro e junho, o que representa aumento de 93% frente à primeira metade de 2019. Mas, na comparação trimestral, houve recuo de 40% entre o primeiro e o segundo trimestre.

“O setor começou o ano muito acelerado, mas no segundo trimestre vimos uma redução importante do volume de importações. Os números seriam certamente muito maiores sem a pandemia”, afirma Marcio Takata, diretor da Greener. Os dados se referem a compras direcionadas tanto a usinas de grande porte (geração centralizada), quanto às de geração distribuída, construídas junto ou próximos ao centro de carga. Entre os dois segmentos, a geração distribuída foi o que sentiu maior impacto da crise, indica o estudo.

AES Corp planeja acelerar crescimento no Brasil

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Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente da unidade de negócios da AES para a América do Sul, Julian Nebreda, disse que a decisão de aumentar a participação na AES Tietê demonstra a confiança da AES Corporation no Brasil, um mercado que ainda é pouco representativo nos números do grupo americano, mas que tem grande potencial de crescimento nos próximos anos, segundo o executivo.

“Somos um investidor global, temos oportunidade de colocar dinheiro em qualquer mercado dependendo da necessidade. Para nós, o Brasil é muito importante”, destacou Nebreda, que também é presidente do conselho de administração da Tietê e já esteve à frente da companhia, tendo deixado o cargo em 2018.

A AES assinou ontem (29/07) o contrato de aquisição de uma fatia do BNDESPar na Tietê. Com a transação, a americana passa a deter, por meio de suas controladas, 42,9% do capital social da geradora de energia renovável, enquanto o banco ficou com cerca de 9% da companhia em mãos. A oferta dos controladores da Tietê ao BNDES envolveu um desembolso de R$ 1,27 bilhão.

De acordo com Nebreda, agora a AES pretende acelerar a expansão da Tietê. “Nos últimos três anos, crescemos 1 gigawatt (GW), queremos que (o ritmo) seja maior que isso”, afirmou. A geradora tem hoje um parque operacional de 3,4 GW, distribuído em ativos hídricos, eólicos e solares. A principal aposta para o futuro está nos projetos eólicos – um deles, o Complexo Tucano, na Bahia, já está em fase de desenvolvimento e tem contratos de fornecimento assinados com grandes consumidores, como Anglo American e Unipar Carbocloro.

A companhia também já tem engatilhado um acordo de compra de um parque eólico “greenfield” no Rio Grande do Norte, que adicionou mais 1,1 GW de capacidade instalada à sua carteira de projetos. O executivo da AES Corp afirma que o Brasil responde por cerca de 3% do grupo AES, que atua em mais de dez países.

Macaé e região poderão criar parque produtivo sólido com a aprovação da nova lei do gás

O portal Petronotícias traz hoje (30/07) uma entrevista com o deputado federal Christino Áureo (PP-RJ), presidente da Frente Parlamentar para o Desenvolvimento Sustentável do Petróleo e Energias Renováveis, sobre o novo marco do gás, que está em tramitação sob regime de urgência na Câmara.

Para o parlamentar, a aprovação da nova lei do gás representa uma oportunidade para Macaé e outros municípios da região norte do Rio de Janeiro se tornarem grandes produtores de matérias-primas, como as usadas na produção de fertilizantes, por exemplo.

Christino Áureo avalia que o projeto de lei vai abrir novas oportunidades para a utilização do gás no país. E para o norte fluminense, ele acredita que o insumo será a grande última chance para permitir que o desenvolvimento crie raízes na área. “Com a oferta dessas matérias-primas (produzidas a partir do gás), é possível desenvolver um parque produtivo, e não somente uma estrutura logística”, afirmou. O parlamentar acredita que o projeto do gás será aprovado na Câmara ainda em agosto, para depois ser enviado para análise do Senado Federal.

PANORAMA DA MÍDIA

O jornal O Globo informa que a Câmara dos Deputados aprovou ontem (29/07) um reforço de R$ 12 bilhões ao Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). A linha de crédito, que tinha orçamento original de quase R$ 16 bilhões, havia se esgotado em menos de um mês e dependia do aval do Congresso para obter mais recursos. O dinheiro foi remanejado a partir da medida provisória (MP) 944, que tratava de uma linha de crédito para custear salários de pequenas e médias empresas.

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O Ministério da Economia estuda propor uma desoneração de até 25% da folha de pagamento das empresas para todas as faixas salariais, informa a Folha de S. Paulo. A proposta amplia a ideia mencionada anteriormente, que previa corte de impostos apenas para rendimentos equivalentes a até um salário mínimo. O assessor especial do Ministério da Economia, Guilherme Afif Domingos, afirma que os técnicos avaliam os impactos da medida.

O corte de impostos pagos pelas empresas à União sobre os salários é um objetivo antigo do ministro Paulo Guedes (Economia), que vê na tributação sobre a folha uma arma de destruição de empregos. Com isso, o ministro espera conter o desemprego ao reduzir o custo de uma contratação.

Para abrir mão dessa receita, no entanto, a equipe econômica considera que será necessária a criação cie um novo imposto, a ser aplicado sobre pagamentos. “Tudo custa dinheiro”, disse Afif.

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A principal reportagem da edição de hoje (30/07) do jornal O Estado de S. Paulo mostra que quase seis meses após decretar o estado emergência pela covid-19 no país, o Ministério da Saúde ainda guarda em seus estoques 9,85 milhões de testes, segundo documentos internos da pasta aos quais o jornal teve acesso.

O número é quase o dobro dos cerca de 5 milhões de unidades entregues até agora pelo governo federal aos estados e municípios. O exame encalhado é do tipo PT-PCR, considerado “padrão-ouro” para diagnóstico da doença. Segundo a reportagem, o principal motivo para os testes ficarem parados nas prateleiras do ministério é a falta de insumos usados em laboratório para processar amostras de pacientes.

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A temporada de balanços do segundo trimestre, que já começou, será desastrosa para as empresas, com prejuízos recordes em vários setores, destaca o Valor Econômico. A XP Investimentos calcula que o Ebitda (sugla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das companhias do Ibovespa deva baixar 73% em relação ao mesmo trimestre 2020.

Vários indicadores de atividade do segundo trimestre apresentaram resultados levemente menos negativos que o esperado, sinalizando que o fundo do poço pode ter sido menos ruim que o previsto. Apesar disso, a XP manteve estimativa de queda de 6% do PIB em 2020 e de alta de apenas 2,5% em 2021.

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