Metade das 90 empresas que compõem o Ibovespa possuem metas para redução de emissões de carbono, mas atrasos no cumprimento dos termos e falta de transparência nas divulgações permanecem como desafios para investidores que querem informações ESG (sigla em inglês para praticas ambientais, sociais e de governança) de maior qualidade, diz a XP, usando dados da MSCI, em relatório antecipado ao Valor Econômico.
O levantamento mostra que, até 2020, 45 das 90 empresas que atualmente compõem o principal índice acionário da bolsa possuem pelo menos uma meta de redução de emissões, seja ela voltada para o curto (entre 2022 e 2025), médio (2030 a 2035) ou longo (2040 a 2050) prazo.
Os dados de 2021 ainda não foram totalmente divulgados pelas empresas. No entanto, o relatório aponta que a maioria dessas empresas não faz parte dos setores mais poluentes, como mineração e petróleo, que representam 88,6% do total de emissões do Ibovespa, e que a maior parte das companhias está aquém em mais de uma meta, mostrando a necessidade de se aumentar o ritmo na redução de emissões.
Tarifa de gás não é revista há cinco anos no Rio, impedindo redução de até 20% nas contas
Reportagem do jornal O Globo revela que o preço do gás canalizado no Rio de Janeiro acumula alta de 32,8% nos últimos 12 meses, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INGE) até julho — mais que o triplo da inflação do mesmo período. E uma decisão que poderia ajudar a atenuar essa disparada nas tarifas está atrasada há cinco anos na Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Rio de Janeiro (Agenersa), responsável pela revisão das tarifas desses serviços no estado.
Dados preliminares calculados pela Associação de Grandes Consumidores de Energia (Abrace) mostram que, se o dinheiro cobrado a mais for pago dentro de um ano, haveria uma redução de 8% nas tarifas médias que chegam aos consumidores da distribuidora CEG. Para o interior, haveria uma queda ainda maior, de 20%, para os clientes da CEG Rio.
Alemanha inaugura 1ª frota de trens movidos a hidrogênio do mundo
A Folha de S. Paulo informa que a Alemanha inaugurou ontem (24/08) uma linha ferroviária que funcionará inteiramente com hidrogênio, uma novidade mundial e um avanço para descarbonizar o transporte ferroviário, apesar da dificuldade de acesso a essa nova tecnologia.
Uma frota de 14 trens, vendida pelo grupo francês Alstom para a região da Baixa Saxônia (norte do país), substituirá as atuais locomotivas a diesel para cobrir os 100 km da linha que liga as cidades de Cuxhaven, Bremerhaven, Bremervörde e Buxtehud. “Estamos muito orgulhosos de poder explorar comercialmente essa tecnologia, isso é algo inédito no mundo”, declarou nesta quarta-feira o presidente da Alstom, Henri Poupart-Lafarge.
PANORAMA DA MÍDIA
Governos estaduais e federal, na reta final de suas gestões, tentam tirar do papel projetos de infraestrutura, apesar das dificuldades para atrair investidores, informa o Valor Econômico. Até o momento, há cinco leilões marcados ainda para este ano, que poderão somar R$ 22 bilhões em obras. A principal licitação, prevista para setembro, é a do lote de rodovias Noroeste Paulista, do governo de São Paulo, com investimentos estimados em R$ 10 bilhões. O Bloco 2 de rodovias do Rio Grande do Sul e um lote no Mato Grosso do Sul também estão agendados. Há, também, duas Parcerias Público-Privadas de saneamento no Ceará.
*****
O principal destaque da edição desta quinta-feira (25/08) da Folha de S. Paulo é sobre mensagens falsas e corrida eleitoral. De acordo com a reportagem, uma mensagem que cita um trio de pessoas em Brasília que deseja impugnar a chapa de Jair Bolsonaro (PL) e uma pesquisa “interna não falsa” dizendo que o ex-presidente Lula (PT) tem só 17% dos votos foi enviada mais de 92 mil vezes a grupos de WhatsApp em um período de 20 dias. Ela inclui ainda a convocação para atos no 7 de Setembro, data usada por Bolsonaro e apoiadores no ano passado para atacar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e ir às ruas pedir o que chamam de “voto auditável”, iniciativa que deve se repetir neste ano pelo presidente e por seus aliados.
*****
Reportagem do jornal O Globo destaca a disputa de candidatos à Presidência da República pelo voto da classe média urbana.
*****
O dinheiro destinado a ações e serviços públicos de saúde no projeto de Orçamento de 2023 pode ser ainda menor com a captura de recurso por emendas parlamentares de relator. Chamadas de RP-9, essas emendas não respeitam critérios de divisão e transparência e sustentam o chamado orçamento secreto, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo. O projeto de Orçamento deve prever cerca de R$ 10 bilhões de emendas de relator para compor o piso de saúde, o mínimo que o governo tem, por obrigação constitucional, que destinar à área no Orçamento. É o que os técnicos de Orçamento chamam de solução “por dentro” do piso de saúde.