O jornal O Estado de S. Paulo informa que o governo deve publicar na próxima semana uma Medida Provisória (MP) com as regras para o novo programa de socorro financeiro às distribuidoras de energia elétrica. O valor do empréstimo com bancos privados será de, aproximadamente, R$ 15 bilhões.
Segundo fontes da reportagem, o prazo de pagamento ainda não está fechado, embora as negociações caminhem para que ele seja de cinco anos, como forma de mitigar a alta nas tarifas de energia para os consumidores. O financiamento será nos moldes da Conta Covid, criada em 2020 para amenizar os efeitos econômicos que a pandemia do coronavírus trouxe para as concessionárias de distribuição de energia, como aumento da inadimplência irrecuperável e sobrecontratação, além do descasamento no caixa das empresas.
Desta vez, o socorro vem para mitigar os efeitos do acionamento de termelétricas para atender à demanda do Sistema Interligado Nacional (SIN) durante a fase mais aguda da crise hídrica.
Fenômeno La Niña provoca mais chuvas e dias frios até o fim de novembro no Brasil
O excesso de chuva e as temperaturas mais baixas devem se estender até o fim do mês, com possibilidade de geada no Sul, informa o jornal O Estado de S. Paulo. A primavera tão chuvosa e até mesmo fria em algumas regiões tem explicação: o Brasil está sob a influência de La Niña desde outubro. O fenômeno moderado este ano terá impacto no clima do país pelo menos até o fim do verão, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, mas há 50% de chance de que se estenda até o outono.
Enquanto o El Niño é caracterizado pela elevação das temperaturas da superfície das águas do Oceano Pacífico nas zonas equatoriais, o La Niña é o oposto. Trata-se de um resfriamento das águas em pelo menos 0,5ºC. Em geral, o fenômeno provoca o aumento das chuvas no Norte e no Nordeste e secas na Região Sul, com comportamento imprevisível para o Sudeste.
A reportagem ouviu especialistas a respeito do impacto das chuvas desta primavera no nível dos reservatórios de hidrelétricas. Segundo eles, as chuvas não são suficientes para reverter o déficit nos principais reservatórios de água do país. Serão necessários vários verões chuvosos para resolver o problema, que já consideraria o impacto das mudanças climáticas.
Clima terá impacto direto na produção de hidrelétricas
Reportagem do jornal O Globo traz informações sobre um estudo publicado pela revista científica Global Environmental Change e liderado pelo pesquisador brasileiro Rafael Almeida, da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, que mostra o impacto das mudanças climáticas na Amazônia.
Uma das conclusões é que as mudanças climáticas ameaçam reduzir a capacidade e elevar os custos de projetos de hidroeletricidade na região. De acordo com a análise das 351 hidrelétricas planejadas para a Amazônia, 60% delas no Brasil, a crise climática afetará em cheio a viabilidade econômica da geração de energia hidrelétrica devido à diminuição das chuvas e da vazão de rios.
No sul da Amazônia, em especial, a vazão dos rios pode cair até 40%, com consequente redução da capacidade das usinas a fio d’água planejadas. Essas unidades têm baixa capacidade de armazenamento de água para minimizar o impacto socioambiental da formação de grandes lagos.
Pesquisadores desenvolvem novas técnicas para capturar carbono
Diante da emergência climática, pesquisadores investigam, cada vez mais, técnicas para sequestrar o dióxido de carbono (CO2), principal responsável pelo efeito estufa. Reportagem publicada hoje (21/11) pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que uma das principais estratégias no mundo tem sido capturá-lo nos processos de produção de bens de consumo, energia e indústrias, para armazená-lo em outros espaços, como no fundo do mar, solo ou rochas.
Conforme ressalta a reportagem, o ponto positivo desses projetos de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS -Carbon Capture and Storage, na sigla em inglês) é que eles conseguem atuar em fontes com alta concentração de CO2. Cenário diferente encontra-se ao tentar sequestrar quando ele já está na própria atmosfera – processo que requer muito mais energia.
A Agência Internacional de Energia (IEA), vinculada à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), enxerga o papel da CCS na redução das emissões cumulativas nas próximas décadas. É necessário sair da capacidade de captura atual, de cerca de 40 milhões de toneladas por ano, para uma média de sequestro estimada em 10,4 gigatoneladas em 2070. De acordo com a estimativa da IEA, a indústria de CCS pode gerar impacto econômico total de £ 200 bilhões entre 2020 e 2050 e criar 15 mil novos empregos em todo o mundo. Hoje, a maior parte dos projetos está na Europa e nos EUA. O tema esteve entre as principais discussões da Conferência do Clima (COP26), realizada em Glasgow, na Escócia, neste mês.
PANORAMA DA MÍDIA
Caixa amplia atuação no Nordeste e cria vitrine eleitoral na região onde Bolsonaro tem a pior avaliação – essa é a manchete da edição deste domingo (21/11) do jornal O Globo. Executivos da Caixa, integrantes do governo e lideranças políticas admitem que a guinada do banco estatal em direção ao Nordeste tem como objetivo semear dividendos políticos para Bolsonaro colher votos em 2022. Uma parte dessa estratégia consiste em expandir a presença da instituição financeira na região.
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Desde 2005, o Enem não tinha número tão baixo de inscrições, informa o jornal O Estado de S. Paulo. E, naquela época, a prova nem era usada para entrar em universidades públicas. O total de candidatos que vai fazer este Enem – cerca de 3,4 milhões – é quase metade do que o Ministério da Educação (MEC) esperava de inscritos no início do ano. Em relação ao ano passado, houve redução de 41% no total de inscrições. A queda é maior entre os candidatos que já haviam concluído o ensino médio. E excluiu ainda mais pretos, pardos e indígenas. O corte na gratuidade para quem faltou no ano passado afastou ainda estudantes pobres que não conseguiram pagar a taxa de R$ 85 para participar.
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Para justificar o desejo de alterações no Enem e o veto de determinados temas, o presidente Jair Bolsonaro e sua equipe têm criticado questões que classificaram como ideológicas —perguntas que, segundo eles, promoveriam “doutrinação” em vez de medir o conhecimento dos candidatos. Mas análise estatística feita pela Folha de S. Paulo mostra o contrário: questões que causaram polêmica entre conservadores foram eficientes em testar o conhecimento técnico dos participantes nas áreas avaliadas pelo exame.