Com a Refinaria de Mataripe (BA) fora dos planos, o Mubadala Capital, de Abu Dhabi, vai apostar suas fichas no projeto da biorrefinaria que construirá na Bahia, na qual pretende ter participação majoritária, mas não única. O Valor Econômico apurou que a gestora iniciou conversas com outros potenciais parceiros, inclusive internacionais, para desenvolver o projeto desenhado para utilizar como matéria-prima a macaúba, um vegetal encontrado no Cerrado brasileiro.
A pedra fundamental da biorrefinaria tem previsão de ser lançada no fim do ano, dizem fontes da reportagem. O Mubadala já iniciou as obras de um centro tecnológico e de inovação, que será localizado em Montes Claros (MG), e começou a compra de terras em várias regiões do Brasil, incluindo Minas Gerais e Bahia.
Para o centro, a Acelen Renováveis, braço de energia verde do Mubadala, obteve financiamento de R$ 250 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Procurado, o BNDES não respondeu até o fechamento desta edição.
Petrobrás buscará reduzir reinjeção de gás o máximo possível, diz Chambriard
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse ontem (28/8) que a empresa buscará o “máximo possível” reduzir a reinjeção de gás natural em poços de petróleo a partir das novas plataformas de produção, onde há viabilidade técnica.
A declaração feita a jornalistas ocorreu após o governo publicar nesta semana um decreto que autoriza a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a determinar que petroleiras reduzam a reinjeção do insumo em poços de petróleo, de forma a elevar a oferta do insumo nacional e reduzir preços. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, isso valeria para novos projetos. (Money Times, com informações da agência de notícias Reuters)
MME avalia como positiva a indicação de Pimenta para Vale
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sinalizou ontem (28/8) que recebeu de forma positiva a escolha de Gustavo Pimenta para presidir a Vale. Crítico do atual presidente da companhia, Eduardo Bartolomeo, o ministro disse, a jornalistas, que “estava muito ansioso (pela decisão) porque a Vale estava acéfala”.
O governo vinha sendo criticado sobre os rumores de tentativas de intervir na escolha do novo presidente da mineradora, com eventual indicação de Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda de Lula, para o posto. Para Silveira, a escolha de Pimenta, que é vice-presidente-executivo de Finanças e Relações da Vale, demonstra que a decisão foi tomada de maneira independente e transparente. (Valor Econômico)
China aposta pesado em energia nuclear com investimento em 11 novos reatores
A China continua a liderar globalmente na expansão de sua infraestrutura de energia nuclear, como parte de uma estratégia abrangente para diversificar suas fontes de energia e avançar rumo a um futuro mais sustentável. O recente anúncio do Conselho de Estado chinês, que autoriza a construção de 11 novos reatores nucleares é um marco significativo nessa jornada. Com essa decisão, o número de plantas nucleares em construção no país sobe para três, sublinhando o compromisso da China em garantir uma matriz energética mais limpa e segura. (Click Petróleo e Gás)
Crescimento de empregos com energia limpa nos EUA é o dobro do geral, mostra relatório
Os empregos no setor de energia limpa dos Estados Unidos em 2023 cresceram mais que o dobro do que os postos de trabalho em geral, e a sindicalização no setor superou pela primeira vez a do setor de energia em geral, informou ontem (28/8) o Departamento de Energia dos EUA.
Os empregos em negócios de energia limpa — incluindo energia eólica, solar, nuclear e armazenamento de baterias— subiram em 142 mil empregos, ou 4,2% no ano passado, em comparação com um aumento de 3,9% em 2022, informou o Relatório de Energia e Emprego dos EUA. O número ficou acima da taxa geral de crescimento de empregos nos EUA de 2% em 2023. (Folha de S. Paulo – com informações da agência de notícias Reuters)
PANORAMA DA MÍDIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou o diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, para assumir o comando da instituição a partir de 2025. Este é o principal destaque de hoje (28/8) na mídia.
O governo trabalha para que a sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado ocorra o quanto antes, mas há resistência do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em relação à possibilidade de antecipá-la para antes das eleições municipais. (Valor Econômico)
Se aprovado pelo Senado, Galípolo assume o comando da instituição com a missão de angariar a confiança do mercado financeiro, que teme um BC leniente no combate à inflação em 2025, quando o Copom (Comitê de Política Monetário) terá maioria dos integrantes indicados pelo presidente Lula. (Folha de S. Paulo)
Na mesma linha, segundo economistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, se aprovado pelo Senado, Galípolo terá como desafio assegurar que as decisões de política monetária sejam “sempre técnicas e apoiadas em dados e evidências”, devido à sua proximidade com o presidente Lula – relação essa que, apesar de preocupar o mercado financeiro, pode ser seu “possível grande trunfo como presidente”, na interlocução com o governo.
Em entrevista ao jornal O Globo, o ex-presidente do BC Armínio Fraga não descarta que Galípolo seja obrigado a começar a sua gestão aumentando a taxa básica de juros (a Selic, hoje em 10,5% ao ano), embora evite fazer comentários detalhados sobre a conjuntura do mercado.
