O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse nesta sexta-feira (03/04) que todos os novos projetos da companhia serão executados de forma a sobreviver a um preço de petróleo a US$ 35 o barril no longo prazo.
Antes do choque de preços de março, a empresa trabalhava com um preço de equilíbrio econômico para novos projetos de desenvolvimento entre US$ 35 e US$ 45 o barril. “Estamos revendo todo o nosso portfólio de projetos tendo como base um preço de longo prazo de US$ 35, para termos confiança de que estamos fazendo a coisa certa”, afirmou Castello Branco, durante participação de evento on-line promovido pelo Itaú BBA.
Esta matéria faz parte da cobertura dada ao evento pelo Valor Econômico. Na sequência, outros temas abordados pelo presidente da Petrobras.
Demanda por gasolina já caiu entre 50% e 60%, diz Petrobras
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse hoje (03/04) que o mercado brasileiro já registrou, nesse período da crise decorrente da pandemia do novo coronavírus, queda de 50% a 60% na demanda por gasolina. No caso do querosene de aviação (QAV), a contração é superior a 80%. O executivo afirmou que os números da redução desconstroem a visão de que manter-se como uma empresa integrada é garantia de proteção nos momentos de crise dos preços do petróleo.
O executivo disse não ter dúvidas de que a demanda por combustíveis se recuperará em algum momento, após a crise decorrente da pandemia do novo coronavírus. As informações foram publicadas pelo Valor Econômico.
Volatilidade do preço do petróleo hoje é maior do que em 2008
O Valor Econômico abordou, ainda, outro aspecto das declarações feitas hoje (03/04) pelo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco: a volatilidade dos preços do petróleo. O executivo ressaltou que o setor petrolífero brasileiro está enfrentando um ambiente de incertezas. Segundo ele, a volatilidade atual é superior aquela observada durante a crise mundial de 2008.
“Quando o mercado tem visão clara (dos preços), faz a descoberta de preços, a volatilidade se acomoda”, disse o executivo em transmissão promovida pelo Itaú BBA. Ele indicou, no entanto, que a volatilidade não tem mostrado sinais de que vai se acomodar neste momento.
O presidente da Petrobras lembrou que há perspectiva de um acordo, pelo lado da oferta, entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Rússia e Estados Unidos, o que pode significar um aumento de preços. “No fim das contas, a racionalidade vai prevalecer.”
Os impactos da convid-19 na perspectiva dos geradores
Em artigo publicado hoje (03/04) pelo jornal O Estado de S. Paulo, as especialistas em energia, Juliana Villas Boas Carvalho de Paiva e Nathália Nóbrega, da Associação Brasileira de Geração de Energia Elétrica (Abragel), analisam os desafios da crise provocada pela pandemia de coronavírus (covid-19), da perspectiva das empresas geradoras de energia.
Um dos aspectos é a redução das atividades comercial e industrial e, consequentemente, do consumo de energia. “Sucede que grande parte do montante do consumo de energia previsto antes da covid-19 está respaldado por contratos firmados entre os consumidores e as empresas geradoras de energia”, dizem elas.
“A geração de energia é o início da cadeia. Nesse contexto, convém explicar que, se uma central gera 100% ou 50%, o custo da geração é praticamente o mesmo”, argumentam. Elas abordam, ainda, a tendência de consumidores quererem negociar seus contratos, tanto no ambiente de contratação regulada (ACR) como no ambiente de contratação livre (ACL).
Outro aspecto focado no artigo diz respeito às usinas em construção, que precisam seguir um cronograma estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na outorga. “O impacto será sentido tanto na falta de mão de obra e de materiais necessários para a construção dos empreendimentos, como no aumento dos preços frente à desvalorização do real, além da própria dificuldade de acesso aos canteiros e de continuidade das obras. No fim do dia, como se sabe, essas intercorrências afetam fortemente a viabilidade econômico-financeira dos projetos.”
Consumidores da Energisa podem negociar dívidas por serviços on-line
O portal de notícias G1 informa que os consumidores de energia elétrica da concessionária Energisa Paraíba e Borborema podem negociar suas dívidas e quitar as contas por meio de serviços on-line: telefones, aplicativo e site. As condições são válidas por período indeterminado, para todos os clientes residências e comerciais de baixa tensão.
PANORAMA DA MÍDIA
Com diferentes abordagens, a pauta das reportagens de capa revistas semanais que começaram a circular nesta sexta-feira (03/04) é a pandemia do coronavírus (covid-19) e os impactos provocados na economia, na política e na vida dos brasileiros.
A revista Veja ouviu cientistas e autoridades da área de saúde sobre a importância do isolamento social para reduzir o ritmo da contaminação e o consequente colapso do sistema hospitalar. Eles indicam a necessidade de pelo menos mais um mês de quarentena antes que a rotina possa voltar, lentamente, ao normal. A estimativa de um mês é feita com uma ressalva: desde que o isolamento seja seguido à risca.
A revista IstoÉ Dinheiro destaca o pacote anticrise aprovado pelo governo federal. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é o personagem da reportagem de capa da revista Época.
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A aprovação da condução da crise do coronavírus pelo Ministério da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disparou, e já é mais do que o dobro da registrada pelo presiidente Jair Bolsonaro. Governadores e prefeitos também têm avaliação superior à do presidente.
É o que revela pesquisa do Instituto Datafolha feita de quarta-feira (01/04) até hoje (03/04). O levantamento ouviu 1.511 pessoas por telefone e tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. As informações são do portal de notícias UOL.