O jornal O Estado de S. Paulo traz hoje (13/06) um artigo de Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), sobre possíveis transformações na ordem econômica após a pandemia de covid-19.
O autor faz um paralelo entre os ciclos econômicos e de desenvolvimento vividos pela humanidade após a 1ª e a 2ª Guerras Mundiais e as possibilidades que se abrem hoje ao mundo. Ele ressalta, por exemplo, que do ponto de vista da energia, o período após a 2ª Guerra, bem como todo o século 20, foi inteiramente dominado pelo petróleo.
“A melhor forma de entender os acontecimentos políticos e econômicos ocorridos no século 20 é por meio da história do petróleo. A principal indústria era a do automóvel, pelo fato de termos petróleo abundante e barato. As maiores e principais empresas eram as de petróleo.”
Adriano Pires argumenta que “o mundo pós-pandemia deverá trazer uma nova tendência no mundo dos investimentos. Essa nova tendência vai ser na direção de privilegiar investimentos que gerem melhor qualidade de vida. Desta vez, não só para os países desenvolvidos, mas também para os que têm hoje um grande déficit social”. A partir dessa análise, ele ressalta que “as lideranças políticas e empresariais passarão a ser mais solidárias, sob pena de termos vírus mais fortes que o da covid-19 ou, pior, os efeitos da mudança climática”.
Ainda focado no setor de energia, o presidente do CBIE visualiza uma aceleração da transição energética. “Essa transição das energias fósseis, em particular o carvão e o petróleo, para as mais limpas e renováveis, que já vinha ocorrendo, tende a ser antecipada.” Ele cita, como exemplo dessa tendência, a postura de diversos fundos de investimento, entre eles o fundo soberano da Noruega, que administra mais de US$ 1 trilhão, e que decidiu excluir da sua carteira empresas cujos investimentos provocam danos ao meio ambiente e não respeitam os direitos humanos.
PANORAMA DA MÍDIA
O principal destaque da edição deste sábado (13/06) da Folha de S. Paulo é a iniciativa da prefeitura de São Paulo de testar cerca de 44 mil pessoas em seus 96 distritos nas próximas semanas para monitorar infecções pelo coronavírus e “calibrar” a reabertura da atividade econômica. A reportagem informa que a primeira rodada dos testes sorológicos terminou ontem e será seguida por outras sete, com cerca de 12 pessoas todas as vezes, em cada uma das 468 unidades básicas de saúde.
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Os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo trazem, como principal destaque de hoje, a decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), de devolver, ontem, a medida provisória (MP) editada pelo presidente Jair Bolsonaro que dava ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, o poder de nomear reitores de universidades federais durante a pandemia da covid-19 sem consulta à comunidade acadêmica. Após a devolução da MP por Davi Alcolumbre, o presidente Bolsonaro revogou a medida provisória.